Frustração

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Ash e Eiji permaneceram por mais 30 minutos no abrigo que foi palco da confissão mútua dos sentimentos deles. Entre música, risos e mãos dadas, de repente, o clima agradável foi interrompido.

– Eu sei que vou estragar o momento, mas poderíamos ir embora, Ash?

O americano olhou para o lado, em direção a pessoa que agora podia chamar de namorado. – Aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu. – Respondeu o mais velho. – Eu comi demais e misturei coisas que não devia. Você sabe, bebida com chocolate. Acho que meu corpo não tá acostumado com esse tipo de coisa... eu realmente não estou me sentindo bem.

Ash tentou abafar o riso. – Eu avisei. Você não está acostumado a beber e comer tanto, parecia uma criancinha...

– Mas é que é bom demais. – Retornou o fotógrafo.

– Quando você estiver discutindo comigo, eu vou lembrar de usar esse seu argumento.

– Não seja mesquinho, estou mal e você ainda aí me provocando. Pensei que quando fossemos um casal você seria mais bonzinho! – Rebateu Eiji.

– Quer que eu te leve no colo? Eu não teria problemas com isso.

Eiji sentou-se. – Não me coloque em uma posição ainda mais vergonhosa. Apenas chame um uber e vamos para casa, por favor.

Ash fez como o namorado disse. Pouco depois, saíram da tenda para encarar o frio avassalador.

– Olha, Eiji! – Chamou o mais velho. – Eu só percebi agora, mas essa barraquinha era para simular um pinheiro. Não acha isso meio cafona?

– Eu acho fofo. – Enquanto segurava a barriga, o fotógrafo não sabia se sentia mais frio ou dor.

– Você tem um péssimo gosto.

Eiji torceu o nariz diante da resposta que recebeu.

– Está bem, está bem. – Ash se aproximou do mais velho. – Mesmo cafona, por dentro é confortável e quente, e eu também nunca vou esquecer dessa noite. Satisfeito? – Falou tentando disfarçar a timidez.

Apesar da dor, Eiji sorriu. Ele nunca pensou que advogaria por um pinheiro falso. – Muito satisfeito. Agora se o senhor puder ser bondoso, poderia colocar o lixo das embalagens e do chocolate quente fora?

Ash fez esse favor, já que o namorado parecia se sustentar de pé com muita dificuldade. Pouco depois, o uber chegou.

Era por volta das 22:00 horas quando eles retornaram para casa. E não foi surpresa para nenhum deles serem recebidos pelo casal Okumura.

Com os cenhos franzidos e algumas rugas que saltavam ao rosto, Takeshi foi logo pedindo explicações. – Quer dizer que sua mãe faz um jantar delicioso para os dois, e vocês simplesmente somem?! E por que diabos sozinhos? Eiji, poderia pelo menos ter levado sua irmã ou a Mamoru-chan com você!

O fotógrafo respirou fundo. – Pai, primeiramente, não estou em condições de brigar. Se o senhor não está vendo, estou passando meio mal aqui. Segundo, mamãe pode guardar as coisas do jantar para o almoço de amanhã. Hoje é apenas Véspera de Natal, o Natal mesmo pode ser muito bem comemorado no dia certo. Não concorda? E só para o senhor saber, eu e meu amigo somos dois rapazes, queríamos fazer programas de homens, por que levaríamos duas garotas conosco?

No primeiro momento, Ash especulou qual seria esse programa de homens, mas logo se deu conta que Eiji estava apenas dando uma desculpa.

Takeshi se aproximou do filho, então tapou o nariz. – Meu deus, você bebeu! – E deu um passo para trás. – Ash, você é responsável por isso?!

One more time, One more changeWhere stories live. Discover now