estranha sensação

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Capítulo 6

Zoe


— Zoe? Vamos! A gente vai se atrasar, égua! — Minha amiga berra no pé da escada. Qual o problema dela de não subir e falar?

Puta merda! O condomínio todo deve ter ouvido.

— Tô indo! — Amarro o cadarço do meu tênis com a mochila já nas costas, o resto das malas estão na sala. Desço as escadas correndo e vou direto para a mesa que está posta com o jantar.

Raabe nem me esperou e atacou a mesa, não julgo. Vão ser mais de seis horas de voo ou mais, me sirvo de tudo um pouco que tem na mesa. Não tenho frescura para comida meu pai sempre diz que devo ter nascido com a fome do tamanho da terra, porque não sabe para onde vai tanta comida, e bom, como sempre digo: ela vai para meu bucho, ue!

Acordei nervosa com a viagem, quer dizer nem conseguir pregar os olhos fiquei me remexendo na cama de um lado para o outro, e quando dei por mim, já eram cinco pras cinco da manhã, desistir e fui fazer os fazeres que faltavam.

Corri pela praia de Copacabana sentindo o vento frio bater em meu rosto, e assistindo o nascer do sol que era algo que sempre me fazia levantar da cama cedo. 

O aperto em meu peito é tão desconfortável, sinto meus olhos marejarem, mas enxugo-as rapidamente para que Raabe não veja, no entanto me denuncio ao fungar.

— O que foi, amiga? — Ela se abaixa em minha frente olhando com seus olhos ônix em preocupação, e a pego desprevenida me jogando em seus braços abraçando-a forte, ela mesmo sem entender me abraça afagando meus cabelos quando percebemos ambas estão com o rosto banhados em lagrimas e sentadas no chão da sala de jantar, ficamos ali perdidas em pensamentos.

— Vou sentir falta daqui — fungo. — E de perturbarmos o condomínio. — Rimos lembrando das travessuras que o pessoal daqui não aguentava mais.

Ela assente concordando tentando limpas as lagrimas que insistem em cair.

— É, vida nova… lugar novo. — Murmura para si mesma.

Me ergo do chão limpando o rosto e estendo a mão a ela.

— Vamos juntas viver essa oportunidade que Deus nos deu, que tal? — Raabe olha para o chão e depois para mim, é evidente seu medo de conhecer lugares novos e pessoas novas, no entanto estaremos juntas.

Me ajoelho em sua frente olhando em seus olhos ônix pegando em suas mãos tentando lhe transmitir força e confiante. — Pensei que já tínhamos pulado essa fase, Raabe? — Indago, olhando para nossas mãos.

Raabe desvia os olhos dos meus abaixando a cabeça, com as lagrimas ainda correndo por sua bochecha, estico o braço colhendo sua lagrima, me sentindo tão imponente por não sabe mais o que fazer para ajudá-la.

— Não é tão fácil, Zoe! Mas juro para você que estou tentando… — principiou, sacudo a cabeça, desacreditando nela. Me levanto saindo de perto dela que me impede segurando minha jaqueta jeans. — Juro por tudo que é mais sagrado, Zoe que estou tentando esquecer, para seguir em frente… faz duas semanas que parei de tomar o remédio.

Arregalo os olhos não acreditando no que me diz, ela deveria ter me comunicado sobre isso, foi difícil convence-la a ir num psicólogo e obriga-la a aceitar o tratamento, que foi há mais de três anos acompanhando seu progresso.

Calma, Zoe! Nada de pressão para cima da menina! — Repreendo-me mentalmente.

Suspiro puxando-a para um abraço enquanto ela chorar em meu ombro e massageio sua costa para se acalmar. Checo o horário no relógio em meu braço quase tendo uma iniciação de enfarte fulminante do coração.

Minha esperança Série Irmãos Teodorin (Em Andamento)Where stories live. Discover now