víboras em forma de gente. (revisão)

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CAPÍTULO 7

Zoe

— VAMOS ZOE! A GENTE VAI SE ATRASAR! — Minha amiga berra no pé da escada, qual o problema dela de não subir e falar?

Puta merda o condomínio todo deve ter ouvido.

— Tô indo — Amarro o cadarço do meu tênis já com a mochila nas costas, o resto das malas estão na sala.

Desço as escadas correndo e vou direto para a mesa posta com o nosso jantar. Raabe nem me esperou e atacou a mesa, não julgo. Vai ser mais de cinco horas ou mais de vôo.

Me sirvo de tudo um pouco que tem na mesa. Não tenho frescura para comida, meu pai sempre diz que devo ter nascido com uma fome do tamanho da terra.

Porque ele não sabe para aonde vai tanta comida… Bom e como sempre digo: vai para o bucho.

Acordei nervosa com a viagem… Quer dizer nem conseguir dormir direito, fiquei me remexendo na cama de um lado para o outro, essa noite fechar os olhos era quase impossível. Quando me dei conta já era cinco e quinze da manhã, desistir de dormir e fui fazer meus afazeres.

Corri pela praia de Copacabana, sentindo o vento gelado bater em meu rosto, e vendo o nascer do Sol, vou sentir muita falta do Brasil.

Meu Brasil!

Sinto meus olhos marejarem, enxuto-as rapidamente para que Raabe não veja.

Quando vou fungar, já me denunciei.

— Amiga? Amiga o que foi? — Pergunta se ajoelhando em minha frente, olho em sua íris ônix, e é nesse momento que me jogo em seus braços, ela mesmo sem entender me abraça e quando percebemos estamos às duas com os rostos banhados de lágrimas, nos separamos e ficamos sentadas no chão da cozinha, cada uma perdida em seus próprios pensamentos.

Resolvo quebrar o silêncio.

— Vou sentir falta daqui… — Fungo um pouco. — Das nossas maluquices, que nós fazíamos aqui no condomínio. — Falo rindo e a mesma me acompanha.

Ela acena concordando, tentando limpar as lágrimas que insistem em cair.

— É amiga… Vida nova, em um lugar novo. — Disse mais para si mesma, do que para mim. Resolvo acabar com a choradeira, limpo meu rosto com a costa da mão, me ergo do chão e lhe estendi a mão dizendo:

— Vamos juntas viver essa oportunidade que Deus nos deu que tal? — Ela olha do chão para mim, sei que ela tem medo de viver coisa nova, mas sempre estarei com ela.

Me agacho e olho fundo em seus olhos. Seguro em duas mãos lhe transmitindo força e confiança.

— Pensei que já tínhamos pulado essa sua fase Raabe. — Murmuro triste, por ela ainda não ter superado o seu passado. Ela desvia sua íris ônix dos meus, e sigo uma lágrima escorregar pela sua bochecha, enxuto-a sentindo um aperto no peito, por não saber o que fazer para ajudá-la.

— Na-não é tão fácil assim Zoe! Juro que estou tentando… — Principiou ela, sacudo a cabeça, desacreditado nela. Me levanto com a intenção de me afastar dela, mas ela me segura pela manga de meu casaco, permaneço de costas para ela. Ela suspira e prossegue.

Minha esperança Série Irmãos Teodorin (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora