Capitulo 3

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Hanniel

— Por que está aqui ? — Perguntei. Encarando a silhueta a minha frente.

Algumas pessoas são gananciosas demais e se acham no direito de fazer o que quiserem...Segundo eles, estou aqui para ser punida.

— O que você fez ?

— Matei garotinhos curiosos que faziam perguntas demais. — Eu ri, apesar de sentir que aquilo não tinha sido uma piada.

— Você é diferente. Parece não ter senso do perigo por estar aqui conversando comigo. Deveria estar correndo. — aconselhou.

— Eu sei, mas você não me faria mal. — Pontuei, mesmo sem saber de onde aquela certeza vinha.

— Tome cuidado, criança. Não se deve confiar muito nas pessoas. Esse foi o meu erro e agora estou pagando por ele. — Ela respondeu.

— Hanniel ! — Eu despertei dos meus pensamentos. — O que aconteceu com você, garoto? Estava no mundo da lua.

— Me distrai, vovô. Continue. — Ele limpou a garganta e voltou a tagarelar.

  Aquela conversa...Havia acontecido anos atrás. Eu estava tentando achar aquela maldita chave há dois dias. Vasculhei cada canto da mansão, até no sótão eu fui parar. Só me restava o escritório do vovô e o seu quarto. Amanhã eu iria para escola então eu só tinha o dia de hoje para conseguir completar aquela tarefa. Meu avô sempre tranca o escritório quando sai, então minha única alternativa era fazer ele sair daqui e me deixar aqui dentro.

  Agora eu estava fingindo me interessar pela história da família e dei a entender que queria saber sobre o que ele fazia aqui. Eu nem conseguia prestar atenção no que ele falava. O mordomo entrou as pressas  e meu avô o olhou assustado.

— Senhor, a máquina de lavar está enlouquecida! A lavanderia e a cozinha estão quase inundados! Por favor, venha rápido! — Meu avô pestanejou e saiu correndo.

  Agradeci por ser ótimo nas aulas de robótica e informática. Eu era muito bom com maquinas e computadores. Encostei a porta e comecei a vasculhar o local. Olhei cada centímetro e já estava ficando sem tempo. Me sentei no chão e respirei fundo. Bati meu pé no chão, frustrado, e foi aí que eu ouvi. O piso não fez um barulho normal.

  Me levantei rapidamente e abri nas tábuas. Consegui retirar uma e me deparei com um buraco no piso. Ignorei as teias de aranha e tateei até achar uma caixinha, era de metal com algumas engrenagens e uma coisa pontuda no centro. Peguei a caixa e coloquei o piso no lugar, sai dali correndo para o meu quarto. Podia ouvir o desespero do meu avô ao tentar consertar a máquina e ri baixinho.

  Já no quarto eu limpei a caixa, ela não estava enferrujada e nem nada do tipo. Ela tinha adornos em preta e uma lua desenhada na caixa. Havia algo escrito em grego " Νύξ ", se não me engano, significa noite. Tentei abrir a caixa de todos os modos, mas falhei. Lembrei de algo, totalmente besta, mas que poderia ser útil.

Ontem eu estava falando com Brianna e ela disse que estava assistindo um filme de princesa. Ela estava vendo o filme da Aurora, bela adormecida. Era um tiro no escuro, mas era melhor do que nada.

  Pressionei meu dedo naquela estrutura pontiaguda até sentir o metal perfurar minha pele e o líquido cor de rubi escorrer. De repente as engrenagens começavam a girar e eu escutei um click. Abri a caixa e encarei a chave, ela tinha um formato incomum e era decorada com uma lua.

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