Capitulo 6

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Hanniel

Eu saí da escola e fui direto para a mansão. Algumas pessoas me olhavam estranho por saber meu sobrenome e onde eu morava, alguns juraram que a casa é mal assombrada...Coitados. Mal sabem que a "assombração" está solta pela cidade e se divertindo com o vasto banquete.

  Eu adentrei aqueles portões e me lembrei de anos antes quando eu e meus supostos pais fomos ali. As descobertas recentes estavam me afetando muito, quase não me concentrei na escola hoje. Entrei e ignorei todos os criados e a aura estranha daquela casa, fui direto para meu quarto. Eu peguei uma mala e comecei a juntar tudo.

— Onde você estava ? — Olhei para a porta e vi meu tio encostado na mesma.

— Oi para você também. — Resmunguei, mas não parei de separar minhas coisas. — O que faz aqui ?

— Bem, eu resolvi tirar alguns dias para ver como você estava se adaptando, mas chego aqui e descubro que meu pai enlouqueceu e que meu sobrinho não estava em casa. — Ele se sentou na cama e olhou minha mala. — Passei a noite te esperando.

— Foi isso mesmo ou você ainda tem medo de dormir aqui, Tio. Ah, espera. Eu deveria te chamar assim ? Ou talvez deva te chamar de papai. — Ironizei, o olhando por cima do ombro. Ele suspirou.

— Então é verdade, você soltou a coisa. — Eu bufei e me virei com as roupas nos braços.

— Não a chame de "coisa" e não é da sua conta o que eu faço ou não.— Coloquei mais roupas na mala.

— Hanniel, ela é perigosa. Nós escondemos a verdade para o seu bem, queríamos o melhor para você...

— O melhor para mim?! — O olhei indignado. — Não, vocês queriam o melhor para vocês! Queriam se proteger e nem se importaram comigo! Você poderia ter ficado comigo se quisesse; mas ao invés disso me deu para o seu irmão criar. — Ele abriu a boca, mas eu o cortei rapidamente. — Não venha me dizer que foi culpa do velho, você foi homem suficiente para fazer um filho e deveria ser homem o suficiente para lutar por ele! Vocês mentiram para mim a vida inteira!

— Eu entendo que está irritado, mas aquela coisa é perigosa. — Eu revirei os olhos.

— Jura ? Quem te disse isso ? Meu querido avô que agora nem sai do quarto porque está com medo ? — Eu ri.

— Onde está indo? — Fechei a mata e a coloquei no chão.

— Para casa. — Respondi de forma simples.

  Eu estava triste e irritado. Fui criado por duas pessoas que mal se lembravam da minha existência na maior parte do tempo e eles nem sequer eram meus pais. Fui criado em um mundo de mentiras e ilusões, sem as respostas que eram minhas por direito. Criado com sonhos confusos e escondendo de todos pois nunca pude confiar em ninguém.

— Você não pode sair assim! Temos que conversar. — Ele exclamou. Me virei para o mesmo e o olhei com raiva.

— Você está alguns anos atrasado sobre essa conversa. Me deixe em paz, volte para seja lá onde for que você mora e me deixe sozinho como sempre.

— Você não está sendo justo. Queríamos te proteger daquela coisa! — Ele se levantou da cama.

— NÃO. A. CHAME. ASSIM! — Ele deu alguns passos para trás e me olhou assustado.— Aquela coisa, é minha companheira. Aquela coisa é ligada a mim e é minha vida! Você sequer pesquisou sobre ? Sequer se importou em ir a fundo na história? Ou apenas aceitou o que seu pai disse que era melhor porque não queria ter trabalho? Você não sabe de nada!

Eu estava com muita raiva no momento. Senti uma mão no meu ombro e suspirei de alívio ao sentir seu toque, meu tio arregalou os olhos e olhou assustado para a figura feminina atrás de mim.

My Dark Queen Onde histórias criam vida. Descubra agora