Capítulo 04

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A paróquia de Mulbang-ul era estruturalmente grande demais para acolher uma membresia pequena, visto a quantidade de habitantes da cidade. Ao entrarem no lugar, Jooheon e Hyunwoo tiveram o cuidado de serem respeitosos diante do líder religioso e seguiram até diante do púlpito, observando ao redor.

Havia velas acesas nas laterais, a imagem de Jesus Cristo na cruz central e as luzes passavam pelos vitrais coloridos de maneira esplendorosa. Jooheon fez o sinal da cruz de maneira automática ao chegar naquela posição e Hyunwoo o encarou de maneira curiosa.

Afinal, havia concluído sozinho que o Lee não era apegado à religião.

— O senhor poderia nos responder algumas perguntas? — Jooheon tomou a frente, analisando o padre — Será rápido.

O sacerdote aceitou de boa vontade seu pedido de depoimento, sendo questionado se não havia recebido nenhum membro estranho em sua paróquia, visto alguma movimentação diferenciada ou se havia sido visitado por algum estrangeiro. Chegou a perguntar sobre as confissões, mas o padre garantiu que nada lhe parecera suspeito embora não pudesse revelar o que lhe fora confiado.

— Nossa cidade é pequena e todos se conhecem, meu filho — o padre disse — Desde as donas de casa, os comerciantes e policiais, todos os residentes vem se confessar e tem suas vidas expostas diante do Senhor. Um homem mau como este não deve pertencer a este lugar. Só pode ser um forasteiro.

Ambos os investigadores levaram em conta o que ele dizia, mas Hyunwoo decidiu que daria uma volta pelo local. Jooheon continuou dentro da paróquia, tentando tirar mais algumas informações do padre, lendo seu comportamento.

— Você não é daqui, é? — o padre perguntou ao ficar sozinho com Jooheon.

— Não, senhor — respondeu, cuidadoso sobre o que diria a partir dali — Por que?

— Não me lembro de você por aqui antes — ditou simplesmente, segurando o crucifixo contra o peito — Nem de seus pecados.

Jooheon engoliu, dando um sorriso amarelo em seguida.

— Não acho que precise me confessar, padre — brincou, tentando soar respeitoso mesmo assim — Estou fazendo apenas o meu bom trabalho como policial.

— Todos tem o que confessar, meu filho — o homem bateu levemente em seus ombros e lhe deu as costas — Não há quem escape das garras sujas do inimigo.

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A parte de trás da paróquia contava com um belíssimo jardim e um mausoléu da família fundadora da cidade. Um poço inativo enfeitava a vista no meio do caminho e duas pessoas, vestidas em roupas um tanto quentes demais para aquele dia, conversavam perto do local.

Um dos homens era mais alto, com cabelos compridos até a nuca e olhou para Hyunwoo com uma expressão inelegível enquanto o policial se aproximava. O outro, mais baixo, recebeu um empurrão do outro, arrumando sua postura ao ver que alguém estava por perto.

— Vocês são fiéis? - Hyunwoo perguntou depois de uma rápida apresentação.

O mais baixo assentiu, emendando em seguida.

— Assim como nossos pais e toda a nossa família.

— Eles também estão aqui? — dessa vez, ambos negaram.

Hyunwoo olhou em volta, colocando as mãos na cintura. A pergunta pulando para fora da boca já que estava ali, embora duvidasse que teria uma resposta que o fizesse evoluir a investigação.

— Onde estavam no dia 5 de Junho?

— Rezando — responderam sem pensar demais.

E Hyunwoo sequer conseguiu duvidar de ambos, apesar de aparentarem pouco empenho em refazer seus passos.

— Conheciam as vítimas?

— Não — dessa vez, foi o mais alto quem respondeu — Apenas ouvimos falar. Pareciam boas pessoas, é o que achamos.

— É uma pena que este seja o caminho da desobediência — o baixinho voltou a falar.

Ambos os homens baixaram a cabeça e Hyunwoo os observou, esperando uma conclusão. Decidiu ele mesmo indagar.

— Estavam em desobediência com a igreja?

— Oh, não — negou, ressentido — Falo do homem que os matou.

— Afinal — o outro tomou novamente a fala —, apenas aqueles que não obedecem precisam sacrificar.

O telefone tocou de repente e Hyunwoo se assustou com o som. Virou-se de costas, afastando-se alguns passos para atender ao notar que era Jooheon que o ligava ao invés de ter aparecido ali de uma vez.

Eu já estou no carro, vamos — o Lee pediu.

— Por que a pressa?

Não acho que vamos encontrar nada relevante nesse lugar. Eu estava errado.

Hyunwoo não respondeu de imediato, olhando para onde estavam os dois fiéis que havia visto antes, mas ambos haviam sumido. Encarando o mausoléu — o único lugar para onde poderiam ter ido —, Hyunwoo suspirou.

— Estou indo.

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Burned | ShowHeonWhere stories live. Discover now