"Ninguém é igual a ninguém.
Todo o ser humano é um estranho ímpar."
-Carlos Drumont de Andrade..
- O que você quis dizer com Isso?- Edward pergunta receoso e eu procuro algo ao meu redor que me tiraria daquela confusão.
- Eu...- Sem encontrar um motivo para fugir, meu lado selvagem entra em ação.
No meu mundo quando você entra em uma situação deste tipo, você tem duas opções: Atacar para se defender e então matar, ou, ficar imóvel, até que o predador maior vá embora.
Pensando corretamente, era mais simples apenas ficar imóvel, atacar as pessoas que rodeavam a mesa só faria minha identidade ser ainda mais visível, e então... Eu teria problemas.
Fico encarando o centro da mesa, esperando que os outros pensassem que tive alguma reação humano e que deviam esquecer essa pergunta não pensada.
- Ela está em choque, ou...?- Emmett pergunta para ninguém em especial.
- Não deviam ter falado essas coisas proximos dela, ela tem ouvidos sensíveis.- Rosalie diz e eu sinto ela tocar meu braço com delicadeza.- Ryn? Pode falar comigo?
- Ela está calma, muito calma...- Jasper diz me encarando de cima a baixo.
Será que eu deveria cantar? Humanos sempre ficam em êxtase quando eu canto.
Quando eu me preparo para cantar, o sinal da escola soa e eu cubro os ouvidos, enquanto me contraio, me abraçando.
Quando o sinal para de soar, eu me levanto e aceno com a mão esquerda, como se disse-se "Até logo", mesmo querer dizer "Até nunca mais".
Pego minha mochila, que estava sobreposta no canto da cadeira. Caminho rapidamente em direção a minha sala de aula e ouço eles conversarem em tom baixo.
- Foi ela quem eu vi, ela quem veio nos salvar da dor.- Alice diz e eu sinto um tom de felicidade em sua voz.
- O que? O que você viu?- Uma voz feminina não identificada diz.
Vejo meu carro junto dos outros e e decido não ir até a "sala de aula", pois já havia descoberto algo sobre os humanos, algo que me fazia sentir medo e receio.
Caminho até meu carro e abro a porta, logo me sento e ponho as chaves, ligando o carro.
- Tudo bem, ready¹.- Falo sozinha e pego a estrada para ir para casa.
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Saio do carro e caminho em direção a minha casa, até que sou parada por um humano do gênero masculino. O homem não usava camisa, seus ossos apareciam sobre sua barriga e sua pele era menos branca que a minha, mas não tanto, ele não era bonito como minha falecida irmã, Donna e nem como a falecida Maddie.
- Olá, eu sou Sam.- O homem sorrindo fechado e estende a mão esquerda para mim, a qual eu pego, receosa.- Vim dar as boas vindas.
- Eu sou Ryn.- Me apresento.- Você tem uma pele bonita.
O homem parece ficar em choque por um segundo e logo sorri, um pouco constrangido.
- Obrigada, eu acho.- Ele responde e encara a casa em minha frente.- A sua casa é definitivamente a mais bonita daqui.
- Eu não acho.- Digo simples.- O lar fica bonito quanto tem família feliz, sem família... A casa, o nosso lar, não é bom.
O homem concorda com a cabeça e me olha confuso, mas logo sorri minimamente.
- E onde está a sua família?- Ele pergunta curioso.
- Sem irmã, sem família.- Falo um pouco triste e então, sorrio.- Vou entrar, até logo.
Aceno brevemente para Sam e entro na casa.
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Me sento no chão, em frente a chamada "televisão" e pego o enorme pedaço de bacalhau², logo o comendo.
Uma das coisas que a minha espécie tem, é uma enorme fome. Na água, não temos casa, nadamos todo o tempo, não temos o tão chamado sono e descanso que os humanos tem.
Na água, somos predadoras, não podemos descansar, senão, outros da nossa espécie podem tentar nos atacar.
A nossa espécie, as sereias e os tritões, são altamente perigosos. Nossa cauda tem um ferrão na ponta, parecido com o de arraias, nosso instinto é como o de um tubarão branco e os nossos olhos são como o do peixe-diabo-negro, só encontrado no fundo do oceano. As sereias existem a cerca de doze mil migrações, o que significa, em tempo humano, doze mil anos, já que as baleias migram entre nove meses a um ano e meio.
Termino de comer, ponho os espinhos do peixe no lixo e me deito no sofá, me sentindo triste de repente.
- Sinto saudades.- Falo triste, abraçando a almofada azul e macia, que estava sob o sofá.
Donna e sua filha haviam sido mortas em Bristoll Cove, á algumas semanas. Um dos cientistas do governo a levaram novamente, e isso foi completamente culpa minha.
Foi ideia minha procurar Maddie e Ben, foi ideia minha procurar ajuda deles. O mar estava poluído, os peixes estavam morrendo, as sérias fugiram para o Atlântico e eu e as garotas, ficamos sozinhas.
A quase cem anos atrás, Donna foi pega pelos cientistas, foi nessa época que eu conheci Ben e Maddie. Consegui encontrar a minha irmã e voltamos para o mar, mas o cientista que a pegará, estava obcecado por ela e faria de tudo para tê-la novamente.
Era estranha, a humanidade. Ben e Maddie acabaram seu tempo e terra e morreram, mas... Se foi a cem anos, porque o cientista apaixonado por Donna ainda está igual a antes? Porque ele parece não envelhecer?
E o mais importante...
Se ele era tão apaixonado pela minha irmã, porque ele matou ela e sua filha?
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.A¹> Ready significa pronta, era o que estava escrito no giff.
A²> Bacalhau é uma espécie de peixe, assim como a tilapia, que foi citada brevemente no capítulo anterior.
Capítulo não revisado.
Até breve💜
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Um romance entre raças.
FanfictionSaindo de Bristol Cove, após sua raça fugir para o oceano Atlântico, Ryn se põe a descobrir mais sobre os humanos. Ao que parece, o mundo tinha muito mais a oferecer, do que Ryn, jamais poderia imaginar. Alice e Jasper estavam vivendo pacatamente, j...