|Capítulo 06|

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Christopher Cannon

– Não, Dona Eleanor... – falei baixo tentando argumentar com a senhora do outro lado da linha – A Isabella não esta incomodando, não.

Ok. Mas por que ela me mandou uma mensagem toda tristonha que vocês não estavam se comportando e que ela estava se sentindo muito mal com suas brincadeiras?

Eu definitivamente iria matar a Isabella.

Tudo bem que eu havia passado um pouco dos limites na última semana, mas quem quis ficar de briga foi ela, eu só entrei no jogo.

– Ah, ela é toda dramática, né. Não se preocupe, Dona Eleanor, vou conversar com ela e juro parar com qualquer coisa que a esteja incomodando. – falei por fim andando em círculos ao lado da cama.

Confio em você, querido. Não a deixe chateada e qualquer coisa me ligue, já que o Peter às vezes esquece que eu ainda estou viva.

Troquei mais algumas palavras com a mulher do outro lado da linha, recebendo mais alguns sermões e lições, além de inúmeras recomendações para não incomodar a neta.

Quando desligo o celular o jogando na cama já são quase 21hrs, cheguei em casa já passava das 19hrs por causa do treino, o treinador vinha pegando pesado e por ser o capitão na maioria das vezes eu precisava ficar até mais tarde.

Passo a mão pelo cabelo ainda meio úmido, coloco uma camisa qualquer antes de segurar o celular na mão e sair do quarto para bater na porta ao lado, duas vezes antes de receber um "já vai".

– Oi? – a Isabella fala assim que abre a porta, sem levantar a cabeça enquanto digita algo sorrindo para o telefone nas mãos.

– Que porra é essa de mandar mensagem falando mal de mim para a Dona Eleanor, Isabella?

– Ah. – ela resmunga assim que escuta minha voz, para só então bloquear o celular cruzando os braços e me encarando, com um pequeno sorriso nascendo nos lábios – Não falei mal, só contei como estava sendo morar contigo, fiz mal?

– Isabella, eu fiquei 30 minutos no telefone com a sua avó me dando sermão e ouvindo como estava decepcionada comigo. – resmunguei bravo me escorando no batente da porta.

– Bom, o problema não é meu. Suas brincadeiras têm passado dos limites, Christopher.

– E quem é que começou com toda essa porra?

– Em nenhum momento eu fiz algo que afetasse as outras pessoas da casa. – ela levantou as sobrancelhas se referindo à briga que tive com os meninos no final de semana.

Bufei baixo passando a mão pelo cabelo novamente, então passei ao seu lado, segurando a porta e a fechando, e antes que a ruiva reclamasse, levantei as mãos e comecei a falar.

– Vamos conversar, Isabella. – apontei para a cama com a cabeça, mas quando ela continuou parada na frente da porta, me virei para ela cruzando os braços – Por favor.

– Não sei sobre o que podemos conversar, mas ok. – a Isabella se sentou na cama, escorando as costas na parede e cruzando as pernas – Estou ouvindo.

Continuei de pé na frente da cama, observei o cabelo ruivo dela preso em um rabo de cavalo, a regata preta se destacando na pele clara junto do short preto de pijama.

– Eu não sei o porquê você me odeia, mas...

– Não sabe? – ela me interrompeu, a boca formando um sorriso grande – Mas, e você Cannon? Qual o motivo do seu ódio comigo?

– Essas brigas e brincadeiras não podem continuar, Isabella – falei, sem rodeios ou desviando do meu propósito para responder suas perguntas sem sentido – Nós dois somos adultos já, estamos na Universidade, temos nossos próprios problemas e acho que já não faz mais sentido isso entre a gente.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora