|Capítulo 11|

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Christopher Cannon

Foi um erro.

Foi o maldito de um erro, um acidente.

Repito isso para mim mesmo durante todo o sábado em que me tranco no quarto dizendo precisar estudar e fazer um trabalho, quando na verdade eu nem tenho matéria pendente este final de semana.

Não consigo dormir. Mesmo tendo dormido muito pouco durante a noite e mesmo o clima estando chuvoso e perfeito, eu não consigo fechar os olhos, não consigo relaxar ou parar de pensar e rolar pela cama.

Tomo um banho no final da tarde, coloco um moletom e um shorts e me jogo na cama enquanto a chuva aumenta do lado de fora, desligo as luzes e ligo um filme.

Jogo o outro travesseiro para longe, não é possível que iria ficar o cheiro dela em tão pouco tempo. Levo as duas mãos até o rosto, esfrego os olhos e bagunço o cabelo ainda meio molhado.

Foi a porra de um erro, Christopher. Um acidente. Ela deixou bem claro.

Uma batida na porta. Suspiro fundo e me arrumo na cama antes de gritar um "entre". Dois segundos depois os cabelos escuros do Thomas aparecem e ele pula para dentro, fechando a porta e se jogando na minha cama logo em seguida.

– Pensei que estava estudando. – ele fala, franzindo as sobrancelhas, se apoia nos cotovelos e observa o filme na TV.

– Estudei a tarde. – resmungo revirando os olhos, mesmo que ele não esteja me olhando.

– O quarto todo bagunçado, roupa para um lado, travesseiro para outro. Que mau exemplo é esse, Capitão? Cadê a organização que você sempre fala tanto?

– Não enche meu saco, Thomas.

– Ta de mau humor desde a manhã. Eu hein. Até parece que eu não sei o que aconteceu ontem.

Congelo no lugar, respiro fundo e encaro meu amigo deitado a 60 centímetros de mim. Ele ainda encara o filme com atenção, sem preocupação nenhuma.

– Você não sabe. – resmungo depois de um minuto inteiro.

– A gente viu.

– O que?

– Sim. – ele diz agora se virando para mim, o cenho franzido e a expressão confusa assim que me vê – Chris, todo mundo viu você e a Iris na festa, não é difícil adivinhar que você ficou com ela o resto da noite. O que tem de mais nisso?

– A Iris. Sim. Claro.

– Ta drogado? Ou bebeu? – ele se senta apenas dois segundos, para então se arrastar ate a cabeceira da cama e se sentar escorado a cabeceira, cruzando os braços e me encarando estranho.

Reviro os olhos, girando o controle da TV nas mãos, não o respondo e volto a focar a atenção na TV.

– Por que o travesseiro ta no chão, aliás? Seria muito mais confortável para mim se eu pudesse o usar agora. Pega lá para o seu amigo, por favor. – Thomas resmunga, esticando as pernas e cruzando os braços embaixo da cabeça depois de me cutucar e empurrar pelo ombro.

– Para, ô inferno. – resmungo bufando e fechando a cara para ele que ri de mim.

– Meu Deus, eu quero muito saber o que aconteceu para te deixar assim. – ele gargalha, mexe um pouco no celular e depois de incríveis 02 minutos de paz e silencio ele volta a falar – Na verdade, eu achei até que você estaria bem feliz, por isso vim até aqui.

– Como assim?

– Na verdade eu vim te chamar por que a gente vai pedir lanche, mas também por que eu achei que você estaria felizinho, se não, nunca teria me oferecido para vir perguntar o que você queria. Teria deixado o experiente Peter.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora