Contratempo

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HAILEE




— Se você não sair dentro desse tempo, nós vamos atrás de vocês. — Niall segurou-me no antebraço antes que eu saísse pelos portões do castelo. Já era noite, boa parte dos moradores já estavam em seus aposentos por ordens do rei, visto que poucos conseguiriam dormir diante da situação.

— Eu não sairei, Niall. — suspirei, olhando-o com temor. — Thomas não vai deixar-me voltar. O que vocês vão fazer é esperar o tempo que eu determinei, porque é o necessário para que ele acredite que estou sozinha. Eles vão checar o perímetro inteiro nos primeiros minutos, metro por metro, enquanto isso a atenção do resto vai estar em mim, é a hora que vocês podem ir e tirar o Harry, tirem-no de lá e não hesitem. O foco é o Harry, não hesitem.

— Gwen...

— Ele ficará bem. Eu que comecei isso tudo e vou terminar. — pressionei sua mão contra a minha e sorri levemente antes de soltá-la, virando-me para finalmente sair.

Meus passos estavam longe da firmeza, assim como o meu corpo inteiro. Tudo foi muito bem calculado, e era exatamente isso que assustava-me: qualquer detalhe fora do lugar poderia resultar em um desastre sangrento. Tive de andar sozinha pelo caminho que o próprio Harry deixou junto à suas palavras e seu sangue; ele guiou-me pela rua asfaltada até o fim dela, então tomei a direção que dava ao trajeto mais estreito e mais arenoso; as pedrinhas batiam contra o solado de meus sapatos e faziam barulho. Era o único barulho que eu podia ouvir além das folhas das árvores balançando e de meu coração que batia desregulado. Eu sabia que havia chegado quando avistei poucos homens trajados com sobretudo do lado de fora. Eles apontara-me armas e eu ergui os braços, olhando discretamente ao redor por desencargo e reconhecimento.

— Combinamos sem armas, Morgan. — o primeiro homem comentou, tirando a adaga de dentro do meu casaco. — Achou que não te revistaríamos?

— Não custa tentar, acha que eu ando desarmada pelo meio do mato? — desviei os olhos dele quando abriram a porta. Thomas sorriu ao observar-me e abriu os braços.

— Bem vinda de volta! Fique a vontade para entrar.

O mais alto deu-me espaço para adentrar a minúscula espelunca e assim que coloquei os pés do lado de dentro, pude, mesmo com a pouca luz, enxergar Harry sentado em uma cadeira, preso por cordas. Thomas passou por mim e acendeu mais uma lâmpada, o que permitiu-me ver o rosto dele e seu estado deplorável. Meu peito doeu de passar olhos por seu rosto, em alguns lugares do corpo, e ver os ferimentos provocados ali pela brutalidade irracional do Thomas. Minha respiração acelerou e quando ele sorriu em minha direção, de forma sarcástica, eu não contive a reação.

— O que você fez com ele?! Maldito! — dizia enquanto o apertava contra a parede. Suas vestimentas estavam presas por meus dedos e ele não pareceu importar-se com os gritos diante de seu rosto. — Maldito! Eu vou matar você!

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