CAPÍTULO 5 - O LABIRINTO VERDE (fase 1)

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E que comece o jogo ...

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Acordo com os primeiros clarões da manhã tocando meu rosto. O sonho está nítido em minha mente e uma sensação de saber exatamente o que deve ser feito, anima-me a sair da cama. Sou a primeira a despertar e decido preparar o café da manhã para a família. Logo meus pais aparecem na cozinha atraídos pelo cheiro de milho cozido e do chá de folhas de tamarindo. No centro da mesa há uma variedade de frutas: polpa de coco, akebia, pandanus, salak, mangostão e rambutão.

Durante a refeição, conto aos meus pais sobre o sonho que tive. Seus rostos mostram um pouco de apreensão, mas eles sabem que executar o plano é minha única opção, visto que a salvação do Príncipe Kalesh depende de mim.

Decido partir assim que acabo meu desjejum. Minha mãe prepara outro farnel, mais reforçado que o anterior, para que eu possa me alimentar bem durante a caminhada. A despedida é cheia de emoção, pois não sei quando ou se voltarei a ver minha família novamente.

Minha mãe pega Luna em seus braços.

― Você é uma coisinha esperta. Cuide bem da minha menina e nunca se afaste dela.

Boa parte do caminho eu já conheço e minha chegada até a aldeia, na qual pernoitei da outra vez, é mais rápida. Incrivelmente, os nativos pressentem que eu precisaria de proteção e, antes de eu partir, eles fazem uma roda em volta de mim e começam um ritual, defumando-me com ervas. Luzes multicoloridas surgem de suas mãos a cada balançar de seus braços. Sigo minha jornada, levando comigo aquela energia de força e coragem.

Poucos quilômetros distantes da aldeia, novamente a floresta se fecha com árvores gigantescas que parecem me observar. Sinto como se milhares de olhos estivessem seguindo meus passos. Logo irá anoitecer e eu me esforço para encontrar o caminho para fora da floresta, porém o lugar parece um labirinto e logo me dou conta que não será fácil sair dali. Começo a demarcar os locais por onde passo com pedras e galhos e percebo que volto várias vezes para onde já havia passado. A Luna sobe nas árvores, porém estas são muito altas e encopadas, o que não permite ter uma visão do horizonte.

Pego meu cantil e bebo um grande gole de água para refrescar minha garganta e clarear minha mente. Uma voz parece sussurrar no meu ouvido algo sobre os meus poderes. Sigo as instruções que aprendi em sonho, fecho meus olhos e respiro profundamente. Não sei o que devo mentalizar, mas levo meus pensamentos para aquilo que desejo no momento. Em instantes, percebo luzes circulando ao meu redor. Elas são de formatos diversos como facões, raios, redemoinhos, lampião, escada, livro entre outros. Uma bússola me chama a atenção, pois com ela poderia saber a direção a seguir. Uma força interior me faz estender o braço em direção às luzes, com a palma virada para cima e, imediatamente, o objeto se materializa na minha mão. Ao mesmo tempo, a noite cai e torna tudo um breu, impedindo que eu consiga usar a bússola. Novamente fecho os meus olhos, repetindo as mesmas ações e procuro pelo lampião, tornando-o real. Com a luz do advinda do candeeiro, posso verificar o caminho que a bússola indica e sigo em direção ao leste. Com uma certa facilidade, a floresta fica para trás e me deparo com um riacho de águas claras, onde eu e a Luna nos banhamos e depois fizemos nosso lanche, sentadas em grandes pedras que ladeavam as margens desse riozinho.

 Com uma certa facilidade, a floresta fica para trás e me deparo com um riacho de águas claras, onde eu e a Luna nos banhamos e depois fizemos nosso lanche, sentadas em grandes pedras que ladeavam as margens desse riozinho

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ALVA - UMA DEUSA NA FLORESTA  (em revisão)Where stories live. Discover now