CAPITULO 10 - O REENCONTRO (fase 6)

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― Luna, você voltou! Minha amiga, onde esteve? Estava angustiada sem saber se havia acontecido algo com você.

Luna rola no chão e fica de barriga para cima. Ela sempre faz isso quando quer que eu lhe faça carinho. Sinto uma alegria enorme em poder acariciar novamente aquele pelo macio. Apesar de estar escuro, apalpo seu corpo a procura de algum machucado e fico aliviada ao constatar que ela está bem. Materializo água e comida para minha amiga. Deve faltar pouco para amanhecer e sei que não conseguirei pegar no sono de novo.

Enquanto vejo minha amiga se alimentar, conto para ela todas as coisas que aconteceram desde que nos separamos. Através de seus grunhidos, compreendo que ela se antecipou a mim e conseguiu chegar ao Gelap. Seus relatos confirmam tudo aquilo que vislumbrei através da pedra e do meu sonho. Luna me alerta sobre a força maligna que ronda aquele local e que necessitamos planejar uma estratégia para sermos bem sucedidas na missão.

O dia amanhece chuvoso e gelado, bem atípico para aquela região onde o clima é tropical úmido, devido sua localização ao longo do equador e pela proximidade do mar. As temperaturas costumam ser estáveis durante o ano, com pequenas variações. Não estamos na época das monções, onde as chuvas são frequentes. As zonas montanhosas, para onde iremos, são as áreas mais úmidas da ilha.

Enquanto eu e Luna tomamos nosso desjejum, planejamos formas de chegar o mais rápido possível ao Gelap. Os imprevistos fizeram que eu perdesse muito tempo. Luna me comunica que, assim como ela, eu posso me utilizar do teletransporte, ou seja, desmaterializar meu corpo aqui e materializá-lo em outro lugar. Faço algumas tentativas até pegar o jeito. Isso realmente vai agilizar nossa chegada ao destino. Seguro Luna nos meus braços e juntas começamos a nos desmaterializar. Em nossa mente, temos fixo o ponto onde queremos chegar, que é o local onde Luna já havia explorado.

A materialização aos pés do Gelap nos pega de surpresa, pois a temperatura está abaixo de zero e a montanha está coberta de neve, algo inédito e imprevisível. Tremo de frio e meus lábios começam a arroxear. Estendo minhas mãos e mentalizo uma roupa que pudesse me aquecer. Luna havia se transformado em um pequeno urso polar e estava totalmente ambientada.

Com a vestimenta adequada para aquela temperatura, começamos a subir a montanha. O cenário do monte coberto de neve é lindo, mas, também, amedrontador. Percebi ser bastante exaustivo caminhar com os pés afundando naquele tapete branco. As roupas, mais pesadas do que as que costumeiramente uso, também dificultam a jornada. Conforme subimos, a nevasca aumenta e a visão fica prejudicada. Caminhamos devagar por um caminho estreito e perigoso. Escorregar ali poderia nos levar para o abismo.

No momento em que enxergar um palmo à frente do nariz se torna impossível, seguro Luna nos braços para não corrermos o risco de nos separarmos. Materializo um bastão, óculos e uma máscara com oxigênio que me permite respirar mais facilmente. Todos os meus membros doem pelo esforço que estou fazendo, mas isso só me faz ter mais determinação para continuar. Agora além da nevasca, há um forte vento que nos empurra, tornando ainda mais complicado seguir à diante.

― Vamos parar um pouco aqui, Luna. Precisamos rever nossa estratégia e encontrar um meio de ultrapassarmos essa tormenta.

Luna concorda comigo. Percebo que minha amiga está atenta. Algo chama a sua atenção e, em seguida, ouvimos um barulho alto, como se fosse uma explosão. O chão parece tremer e, sem termos tempo para achar uma saída, somos engolidas por uma avalanche.


* * * * *

Será que a Alva perdeu mais uma vida?

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ALVA - UMA DEUSA NA FLORESTA  (em revisão)Where stories live. Discover now