𝟎𝟐𝟓 ➭ 𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐍𝐃

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Do lado de fora do Transportal não escutávamos nada do que acontecia lá dentro. Os minutos foram se passando cada vez mais rápido e nada. O sol já estava baixo, já havia passado para baixo das nuvens, a lua, já podia ser vista. O mar apenas dobrava de tamanho, as ondas já se jogavam e quebravam contra as pedras que já estavam corroídas.

— Quantos minutos pra fechar o Transportal, hermano?— perguntou Jorge, se aproximando da parede cinzenta do Transportal.

— Thomas disse para esperarmos dez depois de passarmos. Faltam quatro.— respondeu Gally, olhando o relógio de pulso.

    Minhas unhas já estavam totalmente roídas, uma vez que viviam assim.

— É, mas não vamos fechar, certo?— questionei, cruzando os braços.— Quero dizer, não vamos deixá-los lá.

— Precisamos. Se Teresa, Minho, Brenda e Thomas não passarem nos próximos minutos, tenho que fechar o Transportal, caso o contrário os destroços podem rolar colina abaixo e provavelmente mataria uma parte dos Imunes.

Eu esperava qualquer tipo de resistência da parte de Jorge, mas ele se virou e andou colina abaixo, se juntando com as outras pessoas, que se encontravam em volta de uma pequena fogueira — o que equivalia à exatamente nada no meio daquela multidão.
     Eu não sabia como Jorge havia conhecido os outros — ou quando — mas era claro que se importava.

Então alguém atravessou a parede cinza gélida do Transportal, logo aparecendo em nossa frente. Alguns segundos se passaram e mais ninguém mais apareceu.

Era Brenda.

A envolvi em um abraço rápido, para então perguntar:

— Como eles estão?

— Estão bem, por enquanto, logo vão passar do Transportal. Mas Vince está vindo com dois Bergs.— replicou Brenda, descendo a colina. Eu a seguia.— Blake passou uma transmissão com o rádio. Alana está ferida. Ainda não sabemos se é grave.

— Certo.— assenti rapidamente.

— Onde Jorge está?— ela perguntou, parando de andar e se virando para me encarar.

Apontei com a cabeça para a multidão de Imunes. Sem acrescentar nenhuma palavra, Brenda correu o resto da colina a baixo ao encontro de Jorge.

Os Bergs que Blake havia avisado que viriam, já estavam se preparando para pousar na orla da "praia". Assim que chegaram ao chão, a rampa de carga se abriu, batendo na areia. As pessoas começaram a desembarcar, deixando os feridos irem primeiro — tinham no máximo 7 pessoas acamadas, Alana era uma delas.

— Ei, Blake!— o chamei, me aproximando em passos rápidos.

— Oi, Bobbie.

— O que houve com Alana?— perguntei.— Brenda não me contou...

— Um dos guardas conseguiu tomar a faca dela... e, bem... a apunhalou.— respondeu ele, balançando os braços um pouco sem jeito.— E odeio admitir, mas está feio. Não tenho as melhores esperanças de que ela consiga sobreviver. Alana perdeu muito sangue, sabe... Vince está muito irritado.

— Bom, pois eu também estou irritada. Ele teve o que mereceu, deveria ter nos contado o plano original, ao invés de ter deixado eu planejar algo a toa. Não é minha culpa que essa gente seja tão teimosa. Varões idiotas.

— Em minha defesa, eu não sabia que colocariam explosivos.— Blake levantou as mãos em rendição.

Soltei uma risada nasal e abaixei as mãos dele.

— Não estou brava com você. Mas obrigada.

— Ei!— gritou Vince, vindo em nossa direção.— O que estavam pensando quando foram tirar aqueles Imunes? Precisávamos de vocês lá!

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧Where stories live. Discover now