𝟎𝟏𝟐 ➭ 𝐆𝐄𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐄𝐋𝐋 𝐎𝐔𝐓 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐑𝐄

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   Logo todos estávamos sentados juntos. O objetivo era conversar sobre o próximo passo a ser seguido, mas a realidade era que não tínhamos nada a dizer. Apenas olhávamos para o chão, nenhuma palavra a ser dita.
    Eu batia o pé no chão sem parar. A ansiedade a todo vapor. Thomas mal respirava direito, parecia ansioso e incrédulo da situação, em momento algum levantou o olhar do papel, agora em suas mãos. Estava naquela posição havia 10 minutos.

Minho quem rompeu o pesado silêncio:

— Quero que vocês me escutem. Desde que fugimos do CRUEL, tenho seguido qualquer idiotice que vocês tem me pedido. Sem me queixar. Pelo menos não tanto.— lançou um sorriso amargo.— Mas, aqui e agora, estou tomando uma decisão, e terão que fazer o que eu disser. Se alguém se recusar, que vá para o inferno.

   Eu previa qual seria a decisão dele, e estava totalmente de acordo com ela.

— Sei que temos objetivos maiores em mente.— continuou Minho.— Precisamos entrar em contato com o Braço Direito e descobrir o que fazer em relação ao CRUEL. Vocês sabem, toda essa mértila de salvar o mundo. Mas primeiro temos que encontrar Newt. E esse detalhe não está aberto a discussão. Nós cinco vamos aonde for preciso para resgatar Newt.

— Eles chamam o lugar de Palácio dos Cranks.— disse Brenda.— Tem de ser o lugar que Newt se referiu no bilhete. Alguns daqueles Camisas Vermelhas provavelmente entraram no Berg, o encontraram, e constataram que estava infectado.

— Parece um nome tirado de um conto de fadas.— comentei, numa tentativa de me acalmar. Passei as mãos no rosto.

— Toda cidade restante tem um Palácio dos Cranks, um lugar para onde mandam os infectados, no qual possam levar uma vida relativamente suportável, até que atinjam a Insanidade. Não sei o que fazem com eles depois disso.— fez uma pausa.— Se quiserem ir até lá, temos que pensar bem antes. Estamos completamente desarmados.

    Apesar da terrível descrição, o olhar de Minho emanava esperança.

— Já pensamos bem. Pronto. Sabe onde é o Palácio mais próximo?

— Sim.— respondeu Jorge.— Passamos por ele quando viemos para cá. É no ponto mais distante deste vale, na frente das montanhas, a oeste.

    O asiático bateu uma mão na outra.

— Então é exatamente para onde vamos. Vamos logo, Jorge, ponha este pedaço de mértila no céu.

    Eu esperava ao menos um pouco de resistência por parte de Jorge. Mas não houve nenhuma.

— Estou contente por participar dessa pequena aventura, muchacho. Estaremos lá em vinte minutos.

    Jorge cumpriu a palavra quanto ao horário. Todos pareciam de acordo para salvar Newt, sem desacordos. O Berg aterrissou em uma clareira, aos pés de uma floresta que se estendia pela encosta da montanha, surpreendentemente verde. Cerca de metade das árvores estava morta, mas a outra metade parecia ter acabado de se recuperar de anos de calor fustigante.

   Desci a rampa da porta de carga e dei uma boa examinada no muro que cercava o que só podia ser o Palácio dos Cranks, a poucas dezenas de metros adiante. Fora construído com tábuas de madeira.
   O portão mais próximo começou a se abrir, e duas pessoas apareceram, ambas portando enormes Lança-Granadas. Pareciam exaustas, mas mesmo assim, assumiram uma postura defensiva, armas em posição. Obviamente haviam ouvido o barulho do Berg.

— Não é um bom começo.— murmurou Jorge.

   Um dos guardas gritou algo, mas não consegui entender o que dizia.

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora