Cap. 6 - Tatuagem

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"O amo e a submissa gravam-se um na pele do outro. Como uma tatuagem."

Camila segurava o interior do pulso esquerdo enquanto o elevador subia até o último andar do resort.

Lauren abriu a porta da suíte, entrou, e Camila a seguiu, fechando-a com o pé, batendo com
força.

—Falhou de propósito — cuspiu incrédula.

Desejava dizer isso desde que entraram na
limusine. Mas por medo que tivesse microfones ali também e para não montar um espetáculo diante de Nick e suas mulheres, ambas morderam a língua. — Você sabe os nomes das ilhas de Fâerun. Sabe todos! Falhou de propósito! Não acha suficiente me dizer que eu não deveria estar aqui, quer tornar minha vida impossível. —Mostrou o pulso tatuado com uma peça de quebra-cabeças e um coração vermelho. — Juro que quando chegar em Nova Orleans vou apagar isso, nem que eu tenha que esfregar a pele com um esfregão. Não quero isso!

Lauren não podia rebater as acusações, porque a verdade era que não soube que bicho a mordeu quando o Amo do Calabouço, Markus, perguntou o nome da ilha que adotava o nome de Water Island no torneio. A resposta correta era Norland, ela sabia. Mas, então, olhou para Camila.
Viu a culpa que ela tinha por tudo o que acontecia entre elas, pelo beijo que ela havia trocado com a submissa e pensou que era a oportunidade perfeita para marcar Camila como sua.

Deu uma resposta errada.

Camila estava minando seu cérebro. Estar perto dela era uma tentação que sabia que iria afetá-la, mas não imaginava o quanto até que a viu aparecer no desfile da noite anterior como Lady Nala.
Isso a matou. Vê-la a matou assim, fácil.

O joguinho daquela manhã havia fodido seus planos e já não podia estar tranquila na missão. Se ela estava ao seu lado, se dividia entre a ama, a agente e a protetora. Com Claudia teria
sido tudo muito mais fácil: Sem emoções, nem vínculos, nem amor. As provas seriam só sexo e
ponto. Fáceis de controlar.

Mas com Camila... Nunca. Por favor, se não podia lidar com o fato de rodeá-la com tanta
testosterona... O que aconteceria se caíssem numa prova em que deveriam compartilhar-se? Lauren tinha isso claro: Mandaria tudo à merda. Se isso chegasse a acontecer, encontraria um modo de eliminá-la. Não permitiria que ninguém tocasse Camila. Não suportaria. Sim, morreria, por sua culpa e, além disso, estando com Lauren, Camila teria que ver-se obrigada ao contato com outros homens.

Mas na prova das perguntas dessa noite, seus genes XY possessivos e sua mente cavernícola,
a do homem que na realidade morreria pelos ossos de sua mulher, desejava que amos dividissem algo único.

Claudia não significava nada. A submissa muito menos.

Ela sim.

Camila tinha acertado sua pergunta. Mas Lauren não. E a pequena fada tinha razão. Fez isso conscientemente. E agora ambas tinham uma tatuagem que era uma pequena peça de quebra-cabeças com um coração e uma encaixava na outra com perfeição.

Isso era algo que ninguém poderia apagar. Depois de concluírem a missão, Camila teria algo em seu corpo que pertencia apenas a Lauren e que complementava sua peça.
Uma tatuagem especial e preciosa entre casais.

—Não me lembrei. Fiquei com a mente em branco.

—Não é verdade! Fez isso porque queria me irritar! Merda, Lauren! É uma maldita tatuagem! Não é um desenho de caneta. Sabe o quanto doeu? Sabe o medo que tenho de agulhas?

—Já tem uma tatuagem no interior da coxa. Não é para tanto — respondeu um pouco
arrependida.

Camila levantou os braços para o céu e levou as mãos à cabeça. Saiu na sacada. Precisava
tomar ar fresco.

CAMREN: Princesa Com Alma de Dragão (G!P) - Parte IIWhere stories live. Discover now