Cap. 8 - Dia 2 (Parte II)

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"Submissa não é a que sofre mais, mas sim a que mais deseja".

Dia 2

"E na teoria, só devo abrir minhas pernas assim diante da minha ginecologista", pensou
Camila, apoiando ambas as pernas nos apoios de joelhos.
Mas não estava em uma consulta médica; estava realizando uma fantasia-performance do Amo do Calabouço de Norland, Markus.

Não queria olhar Lauren, que continuava em pé, rígida e tensa como uma vara, à espreita, a
ponto de saltar para rasgar a jugular do outro amo, macho alfa.

Mas Camila o fazia. Olhava-a.
Para ela era novo ver essa expressão em sua companheira. Bom, na realidade lhe vinham de
novo muitas coisas; mas dar-se conta de que suas decisões influíam emocionalmente em Lauren, significou um choque para ela. Nunca teria acreditado ter algum tipo de poder para mudar seu estado de espírito ou para chamar sua atenção; nem muito menos para atrai-la. Mas se esse não era o rosto de uma mulher meio louca, por saber que iam tocar algo que realmente lhe importava, então, o que era?

Seus olhos verdes refulgiam como um sinal de alarme; seu queixo estava pétreo e duro, como se mastigasse algo muito pesado; tão pesado como aguentar uma brincadeira de mau gosto.

Aquele maravilhoso corpo em guarda. Deus, e ela de pernas abertas em uma cadeira de ginecologista que os do BDSM chamavam cadeira de castigo, ou de tortura, e a
utilizavam para fazer inclusive todo tipo de inspeções com instrumentos ginecológicos de verdade.

Maravilhoso, não é verdade? Tinha vontade de gritar.

Markus prendia seus braços com as correias de pele do apoio de braços. Por favor, ia imobilizá-la. Imobilizar de verdade.

As pessoas olhavam em silêncio, acalmadas pelos movimentos serenos e controlados
daquele amo tão rude e sexy. Parecia um maldito animal selvagem.

—Esteve alguma vez em uma cadeira de castigo? —perguntou olhando-a nos olhos, com voz sussurrante.

Camila assentiu, orgulhosa de nunca ter estado. Se tinha que mentir o faria, e seria acreditável.

Markus sorriu indulgente como se não acreditasse em sua resposta e imobilizou seus joelhos com as correias. Passou-lhe as mãos pelas panturrilhas e subiu pelo interior das coxas.

Camila tentou afastar-se de seu corpo, fazer uma viagem astral dessas que diziam que se
podiam fazer... Não contavam que alguém podia abandonar conscientemente seu corpo se
exercitava para isso? "Vá. Sai. Sai. Voa e já te avisarei...", repetia a si mesma. Mas sua alma e sua consciência seguiam ali.

As mãos de Markus queimavam, ardiam, e não pôde evitar olhá-las...

Mãos tatuadas. Tinha uma caveira em cada dedo e um gato negro de olhos amarelos
repousava estirado sobre o dorso de sua mão esquerda, com o corpo acomodado sobre o
antebraço. E no dorso da outra mão se desenhava uma cruz cristã inversa.

Camila franziu o cenho.

Tatuagens russas? Uma vez leu a linguagem própria que as tatuagens tinham dentro da
máfia russa. As caveiras nos dedos eram as pessoas que assassinou; o gato significava que era um ladrão e o utilizavam como um amuleto de boa sorte, dando a entender que atuava sozinho. E a cruz queria dizer escravidão, subordinação e castigo.

Enquanto pensava nessas coisas, não se deu conta de que Markus se ajoelhava entre suas
pernas abertas e lhe subia a saia até colocá-la por cima dos quadris. Não notou seus dedos roçá-la entre as pernas; nem como seu rosto se aproximava de sua calcinha com zíper; nem tampouco como, depois de longos segundos, ele se detinha.

CAMREN: Princesa Com Alma de Dragão (G!P) - Parte IIWhere stories live. Discover now