FAIXA 22 - hypnotize

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FAIXA 22 - hypnotize

Uma tempestade de inverno atingiu Dortmund na terceira semana do mês de fevereiro. A cidade amarela preta ficou coberta por um manto branco de neve, deixando o dia parecer noite.

Todos tinham sido dispensados de suas atividades por dois dias, se assegurando dentro de suas casas.

Odessa tinha aproveitado aquele final de semana estendido para fazer uma das coisas que mais amava.

Desenhar.

A caneta deslizava pela tela do tablet, o quarto praticamente no breu.

Os contornos eram precisos, às vezes calmos, outros mais furiosos conforme a inspiração surgia nela. Tons escuros e pinceladas grossas.

Seu pulso já doía pelo movimento repetitivo, mas não parou. Estava quase terminando, e queria o desenho pronto antes do modelo acordar.

Harp estava deitado aos seus pés, os olhos fechados. Todo o apartamento estava silencioso, sinalizando que seus amigos ainda estavam dormindo.

Maja e Sadie tinham passado a noite com eles, já que estavam jantando com Odessa e Erik quando a tempestade começou. E o que era para ter sido um momento preocupante, acabou se tornando diversão.

Matthias, Dolgan, Ranee e Diego se juntaram aos outros quatros e fizeram uma reunião de amigos. Pizzas foram assadas e taças de vinho quebradas. Músicas antigas tocadas e perguntas constrangedoras foram feitas. Eles afastaram os móveis da sala de Durm, fizeram uma pista de dança improvisada e dançaram a coreografia de Everybody (Backstreet's Back).

Durante a noite, Odessa sentiu várias vezes o estômago doer de tanta risada que deu, uma felicidade por ter aquelas pessoas ao seu lado, por todo o apoio que estavam dando.

Novos exames do jogador, definiram que seu período de afastamento seria de não mais quatro meses, e sim seis meses.

Apesar de ter sido uma lesão que não foi necessária cirurgia, tinha sido grave. E foi difícil ver a doer que o afligiu quando a notícia veio, mas Blissova suspeitava que ele imaginava que isso ia acontecer.

Porém, seu namorado estava lidando com tudo da melhor forma possível.  Nunca tinha duvidado disso.

Na próxima semana, iria tirar a bota ortopédica e começar a fisioterapia novamente. Ranee parecia ansiosa por tê-lo novamente na clínica, enquanto o alemão queria terminar com aquilo tudo o mais rápido possível.

Erik se remexeu na cama, a coberta deslizando sob o peito, o braço dobrado atrás da cabeça. Cada parte dele era perfeita, extraordinária.

Desenhá-lo dormindo parecia uma tarefa impossível. Não havia talento no mundo que fosse capaz de captar a cor exata dos seus cabelos, a saliência do osso no nariz, o formato da boca.

Espetacular.

Harpalique ergueu as orelhas de repente, olhando para a porta. Um momento depois, ela ouviu passos no corredor e cochichos.

Deixou o tablet em cima da cadeira e andou até a porta. O rosto amassado de sono de Diego surgiu na porta, Maja atrás dele, com os cabelos escuros e cacheados presos no alto da cabeça.

— Bom dia, O! A gente não acordou você, não é? — Flores perguntou, coçando a cabeça, e deu um sorriso preguiçoso.

— Não acordou. Na verdade, eu já estou acordada faz bastante tempo, só não tinha saído do quarto ainda.

Ah, certo, que bom.

A alemã rolou os olhos.

— Você praticamente estava rezando para ela estar acordada — rebateu, arqueando uma sobrancelha bem desenhada. — Não se faça de sonso, Diego.

The Yellow and Black PlaylistWhere stories live. Discover now