FAIXA 14 - edge of seventeen

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FAIXA 14 - edge of seventeen

Dezembro chegou com algo que Odessa amava desde criança.

Neve.

As baixas temperaturas haviam finalmente tomado conta de todos os dias do mês, e a camada branca e densa cobria o asfalto, calçadas, degraus de escadas, fazendo tudo ficar mais lento, como o trânsito.

Por isso, nessa época, preferia sair mais cedo de casa para não chegar atrasada no trabalho.

Mas esse ano havia algo — alguém — de diferente para arruinar seus planos.

Não que ficasse triste com isso, obviamente.

Antes que pudesse dar um passo para longe da cama, Erik engatou um braço em sua cintura e a puxou de volta.

Seu corpo foi jogado delicadamente no colchão, sendo afundado depois quando ele ficou por cima do seu e beijou a pele exposta da clavícula, fazendo Odessa soltar um ruído baixo.

Acordar daquela forma estava se tornando um dos seus momentos favoritos do dia.

Suas mãos foram para as laterais da cabeça dele, a puxando em direção ao seus lábios.

A junção dos lábios enviou uma onda de prazer pelo seu corpo inteiro, como se fosse morrer se não tivesse ele por perto, completamente viciada.

Odessa — Durm suspirou seu nome, os olhos fechados, a mão livre passando pelo seu rosto em um caminho de fogo e desejo. — Já disse que você não pode sair da cama sem me beijar.

Ela rolou os olhos, mesmo que o homem não pudesse ver, e riu.

— Você fala como se, não me beijar, pudesse estragar seu dia — falou, passando agora às costas da mão pela barba de alguns dias ali.

Cabelo curto, barba sem fazer. Barba feita e cabelo médio. Não importava qual fosse a forma em que se encontrava, a designer achava que ele ficava lindo de qualquer forma.

Os olhos azuis límpidos olharam para os seus. Havia uma leveza e felicidade em seus olhos naquela manhã, algo que irradiava dele, quase tangível, que a fizeram sorrir involuntariamente.

Na próxima semana, Erik voltava a participar dos treinos com outros jogadores e mais para frente, aos jogos.

Ele estava praticamente marcando os dias no calendário e seguindo à risca qualquer orientação que Ranee estava passando em suas últimas sessões de fisioterapia.

A alemã tinha comentando que o jogador havia parado de reclamar como uma criança mimada, e começara a ficar animado, até mesmo brincando.

Odessa não poderia estar mais orgulhosa e feliz do que naquele momento, pois era claro como isso mexia com ele, a falta de jogar, de de fazer presente.

— Caso não saiba ainda, vou deixar isso claro — rebateu, muito sério. — Se eu não beijar você, meu dia vai ser horrível. Vai ser como se uma nuvem cinzenta pairasse em cima da minha cabeça. Uma sensação ruim me acompanhando. Mas, se eu fizer isso, vai ser como um maldito arco-íris no céu o dia inteiro.

Ela nem teve tempo de responder, pois ele a beijou tão rápido quanto a última palavra escapou da boca.

Definitivamente, iria chegar atrasada no trabalho.

Estava pronta para, relutantemente, afastar o homem de si, mas não foi necessário. O celular dele ao lado da cama começou a tocar, no mesmo momento que Harp invadiu o quarto e começou a latir, ambos os barulhos ecoando alto pelo ambiente.

The Yellow and Black PlaylistWhere stories live. Discover now