FAIXA 18 - into dust

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FAIXA 18 - into dust

O Ano Novo passou como um borrão de felicidade para Odessa.

2018 logo bateu à porta, trazendo promessas silenciosas consigo e infinitas possibilidades. Gostava de iniciar o ano fazendo planos e traçando metas, escrevendo em um pedaço de papel e pendurando na geladeira. Uma forma de lembrar o que era importante.

Em um piscar de olhos, ela e Erik estavam de volta a Dortmund, iniciando um ciclo já conhecido: trabalho, treinos, Bundesliga, estresse do dia a dia.

Rowan tinha feito seu caminho para Londres, determinada a resolver seus problemas de uma vez por todas na cidade. Iria ficar por algumas semanas lá, não sabendo ao certo quando voltaria para Muniqie.

A cazaque estava feliz por ela, por querer enfrentar a situação mais que nunca. Sentia que a conclusão daquela história complicada estava prestes a chegar, a felicidade da inglesa e Joshua estava voltando.

Ela suspirou, olhando para o relógio do seu escritório, vendo que já marcava quase seis horas.

Praticamente não tinha comido nada o dia inteiro, devido ao fato de ter passado todas as horas reunindo tudo o que podia sobre os Jogos Olímpicos de Verão de 1972. Uma das jornalistas da Durch Sport, Ilaria Slive, iria viajar na próxima semana para Berlim, e encontrar as ex-atletas, recolhendo testemunhos.

Ilaria era uma notável jornalista holandesa, já tendo experiência necessária e anos de carreira para a tornar a melhor. Odessa escolheu a mulher para co-produzir o projeto por causa disso, e estavam correndo contra o tempo para ter tudo pronto até a próxima edição de aniversário da revista em março.

Seu estômago fez um ruído audível, protestando por algo que não fosse um sanduíche e duas maças.

Levantou da cadeira, desligou o computador, trancou a sala, e andou até o banheiro. Quando se olhou no espelho, quase soltou um grito.

Além dos lábios inchados, o batom vermelho estava borrado, manchando a pele nos cantos.

Utilizou um pedaço de papel úmido para limpar os lábios, e retocou o batom. Viu alguns fios de cabelos soltos, e os arrumou de volta no rabo de cavalo, esperando que o estrago diminuísse e que ninguém suspeitasse o que poderia ter provocado aquilo.

Uma risadinha correu pela garganta, seguido de um sorriso.

Erik esteve ali mais cedo, cabelos molhados pós treino, a adrenalina queimando nas veias, o rosto corado. Ele a arrastou para o seu carro no estacionamento, sussurrando o quanto estava com saudade enquanto levantava seu vestido, deixando as janelas embaçadas e o ar elétrico.

Foi difícil resistir, ainda mais sendo no estacionamento do seu trabalho, mas qualquer pensamento coerente sumiu de sua cabeça quando a boca dele tocou seu corpo, a fazendo morrer e viver ao mesmo tempo.

O jogador estava feliz, o tipo de alegria que chegava a ser quase palpável de tanto que irradiava dele, e ela se sentia sendo puxada ao sentimento toda vez que o olhava.

No próximo domingo, dali quatro dias, ele iria fazer seu primeiro jogo desde a lesão. Seria contra o Wolfsburg a décima oitava rodada do campeonato alemão, ocorrendo no Signal no final da tarde. Todos os amigos prometeram estar no estádio para vê-lo, assim como ela, sendo sua torcedora número um.

Já tinha separado sua camisa com o número 37 nas costas e vestiria com orgulho.

Uma mensagem no celular a fez quase derrubar o batom da mão, voltando ao momento. Buscou o celular no fundo da bolsa.

The Yellow and Black PlaylistWhere stories live. Discover now