Capítulo 35

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   Assim que perdermos o cais de vista, o barco foi envolto por um nevoeiro denso, que dificultava a nossa visão.

   Como a lua não apareceu essa noite, a única fonte de luz que possuímos era um velho lampião que guiava nosso caminho em meio a escuridão.

   Como a lua não apareceu essa noite, a única fonte de luz que possuímos era um velho lampião que guiava nosso caminho em meio a escuridão

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   De repente, algo bateu no casco do barco e isso o fez balançar levemente.

   -Foi apenas um peixe -Afirmou o pescador.

  Logo o barco recebeu outra pancada, mas desta vez foi com mais força que a anterior.

   -E só um peixe -O homem afirmou novamente, ainda cético.

   -Que tipo de peixe faria um barco balança desse jeito? -Inosuke já estava ficando irritado.

    Antes que o homem retrucasse, algo emergiu da água, o puxou para fora do barco e em questão de segundos o homem desapareceu na água turva.

   Esse movimento repentino fez o barco balança bruscamente e a única coisa que me impediu de cair na água, foi o agarrão que o Inosuke deu no meu uniforme.
     
   -O que foi aquilo? -Questionei ainda em choque.

   -Com certeza não era um peixe! -Ele  zombou.

   -Não é hora de brincadeiras, temos que salvar aquele homem! -Saquei minha nichirin e me preparei para saltar na água.

   -Esta um breu lá embaixo, você não vai conseguir enxergar! -Argumentou Inosuke.

   -Não posso ficar parado e deixar que aquele pobre homem seja devorado pelo oni! -Retruquei.

   -Você fica aqui e eu vou lá buscar o velhote -Ele ficou de lê e se preparou para mergulhar.

   -E como você vai saber onde eles estão? -Questionei, pois ele possui um sensibilidade sensorial sobre humana, mas isso não seria o suficiente para localizar algo debaixo d'água.

   -Dou meu jeito, só fica aqui e espera eu voltar! -Ele ordenou confiante.

    -Tive uma ideia -Peguei o lampião w comecei a procurar pela corda que os pescadores usaram para amarrar o barco ao cais, felizmente ela estava lá.

   -Pra que você pegou isso? -Inosuke ainda não havia entendido o porquê que eu o amarrei com a corda.

   -Com isso não vamos nós perder um do outro -Afirmei enquanto amarrava a outra ponta da na minha própria cintura -Uma vez lá embaixo, pode ser bem difícil de conseguir subir para a superfície denovo.

    -Ok! Lá vou eu! -Ele pulou na água.

   -Cuidado! -Falei e ele pegou bastante fôlego para mergulhar, mas antes que o fizesse, a água tomou uma coloração avermelhada.

   -Demoramos demais, o velhote já  morreu -Ele se aproximou do barco.

   -Não, isso não é humano -Peguei um pouco da água com minhas mãos e a cherei -Tem cheiro de oni!

   -O velhote que matou o oni? -Ele me questionou incrédulo.

   -Não tenho cert... -Fui interrompido por algo que emergiu, de repente.

   Para nossa surpresa, quem emergiu foi o pescador que havia sido puxado e sem pensar muito o ajudei a subir no barco, onde era mais seguro.

   -O senhor está bem? -O perguntei preocupado, enquanto ajudava o outro a subir também.

   -Uma garota! -Ele exclamou ainda muito desorientado -Temos que ajudar aquela garota!

   Ele tentou pular na água novamente, mas o impedimos com dificuldade,por conta do seu grande porte físico.

   -Que garota? de quem o senhor está falando? -Questionei aflito.
  
   Logo em seguida, mais um alguém emergiu da água e subiu no barco sem muita cerimônia.

   -Já podemos ir -Anunciou a garota desconhecida -O oni já está morto.

   -E quem é você? -Questionei ainda confuso com toda aquela situação.

   -Me chamo Nanno Saotome, sou um membro da organização de caçadores de onis, assim como vocês -Ela torceu o próprio cabelo para tirar o excesso de água -Então, vocês dois vão fazer alguma coisa ou vão ficar parados aí esperando que eu tome uma atitude por vocês, de novo?

   -QUEM VOCÊ ACHA QUE É PAR... -Ele foi cortado.

   -Essa sua estupidez te deixou surdo, é? -Nanno o confrontou indiferente.

   -VOCÊ QUE É UMA ESTUPIDA! -Ele retrucou.

   -Vê se para de gritar que nem um acéfalo e faça algo útil! -Ela revirou os olhos.

   Ela usou o pé para empurrar o remo em nossa direção, o que fez o Inosuke começar um escândalo,mas conseguir acalma-lo antes que o barco virasse de vez.
 
   -Bora, javali -Ela se esparramou em seu canto -Eu não tenho a noite toda.

   -VAI SE FERRAR, EU NÃO VOU FAZER MERDA NENHUMA! -Ele chutou o remo pra fora do barco.

   -Faz isso com o outro também, aí nós ficamos presos de vez -Ela zombou, sem se abalar com o ataque de raiva dele.
  
    -Me desculpe por ele -Estendi a mão para cumprimenta-la -Podemos tentar começar outra vez, me chamo Tanjiro Kamado.

   -Então, "Tanjiro" -Ela me olhou com desprezo e ignorou meu gesto -Você e seu amigo vão fazer o barco andar ou vou ter que fazer isso também?

   Era claro que Nanno sequer tentaria se simpática conosco, mas isso não seria motivo suficiente para ser rude com ela.

   -Então, o que aconteceu lá no fundo do lago? -Insisti em uma conversa, enquanto remava.

   -Era um oni com aspectos de uma arraia, tinha ferrão e tudo mais -Ela explicou vagamente, sem interesse em manter a interação.

   -E de onde você é? -Perguntei de forma amistosa.

   -Não vamos insistir nesse papinho chato, ok? -Ela revirou os olhos -Você vai levar o barco até o cais, eu vou embora e não nos vemos nunca mais! E muito fácil, não? Tenho certeza que até você consegue!

   -Dane-se -Inosuke se jogou para fora do barco e ultrapassou o barco.

   -O que você está fazendo? -Parei de remar -Sobe logo aqui, você vai ficar gripado!

   -É MELHOR QUE ATURAR ELA! -Ele continuou a nadar.

   -Deixa ele, vamos logo embora! -A garota ordenou impaciente.

   Eu demorei bastante, mas consegui fazer o Inosuke voltar para o barco, mesmo que contra a sua vontade.

   Como uma conversa não era bem vinda, seguimos em silêncio até o cais e assim que atracamos, Nanno saiu da embarcação e foi embora sem nem ao menos olhar para trás.

   O Zenitsu até tentou fazer seu típico pedido de casamento assim que a viu, mas ela simplesmente o jogou na água  e sumiu pelas vielas da vila.

   Por mais rude que ela fosse, devo admitir que me despertou uma certa curiosidade, já que deve ter passado por muitas coisas para desenvolver essa personalidade tão prepotente.

   De qualquer maneira nós havíamos finalizado a missão e eu já podia ver meu corvo e o pequeno Chuntaro, pairando pelo céu.

   Ele pousou em meu braço como de costume e para nossa feliz surpresa, estávamos com o dia seguinte inteiro livre para descansamos em paz e em uma votação unânime, decidimos que iríamos passar esse tempo com Saori, já que havia cerca de duas semanas que não a visitávamos.

A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ TanjiroWhere stories live. Discover now