A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ Tanjiro

Capítulo 12

   -Exato! -Me sentei novamente.

   -Então você é uma oni tão adorável quanto a Nezuko-chan? -Zenitsu ficou em êxtase -Só pode ser paraíso!

   -Sou uma mestiça, não uma oni por completo como a Nezuko-chan -Saori fez um pequeno corte em seu próprio pulso -Minha regeneração é lenta se comparada com os onis comuns, mas em contrapartida posso me expor ao sol sem corre risco algum.

   -Então, você é meio humana e meio oni? -Inosuke estava com dificuldades de assimilar a ideia.

   -Exato -Saori acentiu -Em apenas um mês, eu já estava no tamanho de uma criança de aproximadamente quatro anos e também já havia aprendido o básico sobre nosso vocabulário.

   -Você cresceu bem rápido -Comentei surpreso.

   -Sim, como eu continuava crescendo muito rapidamente, meu avô pediu a meu pai permissão para começa a me treinar como uma caçadora de onis, assim como minha mãe, mas... -Saori desviou o olhar -Mas diferente dela, eu não levo jeito para manejar armas em geral, mesmo com todo um treino intensivo de kenjutsu...

   -Tenho certeza que você não é tão ruim, Saori-chan! -Zenitsu estava com aquela feição estranha novamente.

   -Você é muito gentil -Saori acariciou os seus cabelos, fazendo ele atingir o ápice de sua felicidade -Mas tenho que admitir, sou uma negação nesse quesito e por isso preciso da ajuda de vocês.

    -Com o oni das plantas? -Questionei e Saori apenas assentiu -Mas como é que podemos ajudar se a nuvem de pólen paralisam os humanos?

   -Não é bem a ajuda de vocês -Saori ficou um pouco sem jeito -Na verdade eu preciso da ajuda da pequena...

   Antes que pudesse assimilar a ideia, pude sentir algo agarrando meu haori e me sacudindo intensamente.

   -Tanjiro, você não está cogitando a ideia de deixar Nezuko-chan lutar sozinha com aquele oni horroroso, não é? -Zenitsu gritou em desespero e colocou o dedo no meu rosto -Eu te proibo de fazer algo tão cruel com a minha Nezuko-chan! Escutou? Eu te proibo!

   -Ela não vai estar sozi... -Saori tentou argumentar, mas ele passou a gritar com ela também.

   -Você não consegue nem usar uma nichirins direito! Como é poderia que proteger Nezuko-chan de um oni? -Zenitsu colocou o dedo no rosto de Saori.

   A semblante calmo de Saori havia se tornado um feição neutra, mas seu cheiro entregava sua profunda raiva e ao se dar conta disso, Zenitsu ficou em silêncio imediatamente e se escondeu atrás de mim.

   -Eu lhe prometo que irei proteger a Nezuko de qualquer ameaça, durante todo o tempo que ela estiver sobre a minha responsabilidade -Sua voz era fria e possuía um certo desdém.

   -Acho melhor que a própria Nezuko decida -Admito que fiquei um pouco assustado com a mudança drástica de comportamento e preferir evitar uma possível briga.

   -Como preferir, senhor Kamado -Ela continuava com o tom de voz ríspido e frio -Podem se acomodar e explora a minha residência a vontade, vou estar em meus aposentos, aguardando pela resposta de sua irmã.

   -Certo -Respondi.

   Saori fez uma reverência e segui por um corredor escuro até sumir do meu campo de visão.

   -Acho que a mulher oni ficou brava quando você falou que ela é muito fraca -Inosuke vestiu sua máscara de javali.

   -Você acha, é? -Zenitsu zombou em desprezo.

   -Acho -Ele não percebeu a ironia.

   Voltei ao Jardim acompanhado pelo Inosuke, pois queríamos achar um canto amplo para praticar as nossas técnicas e logo achamos uma espécie de pátio que seria o lugar perfeito para isso.

   Concordamos que não haveria mais nenhuma pausa depois que déssemos inicio ao treinamento, pois assim a nossa resistência também aumentaria e por mais que nós não quiséssemos admitir, ficamos exaustos depois de algumas poucas horas.

   -Desista Gonpachiro! -Ele levantou as duas nichirins serrilhadas acima de sua cabeça, formando um X -NÃO TEM COMO VENCER O GRANDE REI DA MONTANHA!

   Um pouco de sangue escorria pelo meu braço, já que ele conseguiu me acerta superficialmente a momentos atrás, mas isso não seria o suficiente para me fazer desistir.

   -Vocês vão acabar se machucando se continuarem agindo que nem idiotas desmiolados... -Zenitsu apareceu com uma bandeja repleta de korokkes -Eu trouxe isso pra vocês dois.

   -Quer dar uma pausa para comer, Inosuke? -Mantive minha nichirin em mãos.

   -EU NÃO VOU CAIR NESSE TRUQUE, KAMOBORO! -Inosuke veio correndo na minha direção com suas investidas rápidas.

   -Mas o cheiro está tão delicioso... -O provoquei enquanto bloqueava seus ataques.

   Coloquei minha nichirin na bainha outra vez, enquanto ele recuperava o fôlego.

   -Está desistindo? -Ele questionou um pouco incrédulo.

   -Sim, isso vai demorar para acabar e a comida está esfriando -Peguei um dos korokkes da bandeja que Zenitsu carregava e agradeci.

   -E melhor mesmo, você não tinha nenhuma chance de me vencer! -Ele tomou a bandeja das mãos de Zenitsu.

   -Ei! -Zenitsu esbravejou -Eu não fiz isso só pra você!

   Me sentei sobre a grama e me limitei a observa-los correndo, enquanto o Inosuke enfiava todos os korokkes na boca de uma só vez.

   Olhei para o céu e já estava quase escurecendo, estava chegando a hora de acordar a Nezuko para perguntar se ela poderia ajudar Saori.

   -Já vou indo -Os deixei discutindo e subi até o quarto onde a minha irmã se encontrava e para minha surpresa, Nezuko concordou com a ideia de ir apenas com uma desconhecida, acho que elas ficaram próximas durante o período que eu dormi, já que ela nem ao menos hesitou em concordar.

   -E então? -Saori adentrou o quarto e Nezuko correu em sua direção para abraça-la -Pequenina... você dormiu bem?

   -Humm -Nezuko grunhiu e afirmou alegremente com a cabeça.

   -Vocês duas ficaram bem próximas, não? -Ver Nezuko fazendo uma amiga, enche meu coração de alegria.

   -Sim -Ela ainda estava me tratando com frieza, por mais que tenha sido Zenitsu que tenha a ofendido.

   -Hum?- Nezuko não compreendia o que estava acontecendo.

   -Vamos? -Ela lhe estendeu a mão de forma acolhedora.

   Antes de partir com a desconhecida, Nezuko veio até mim e fez carinho no topo de minha cabeça, creio que foi a forma dela se despedir.