. Antigamente, era de conhecimento geral, que qualquer tolo que ousasse aventurar-se em uma passeio noturno na montanha Aisuru, seria condenado a desaparecer misteriosamente sob o véu da noite, até que no terceiro dia após o seu desaparecimento, o...
Eu estava envolvido em uma densa névoa em algum lugar que não faço a mínima ideia de como cheguei.
-Nezuko? -Chamo por ela assim que noto seu desaparecimento, mas não ouço uma resposta vinda daquela imensidão esbranquiçada.
Na verdade não estou ouvindo nada, nem mesmo o cantarolar dos pássaros ou as folhas das árvores balançando a favor da brisa, apenas um incômodo e vazio silêncio.
-Alguém? -Grito na esperança, mas apenas o eco de minha voz e ouvido.
Tento caminhar um pouco, sentir o cheiro das coisas ao meu redor para me localizar e talvez lembrar como que eu cheguei até aqui.
Respirei profundamente, porém fui incapaz de sentir algo e também não fui capaz de sentir meu próprio odor.
Logo uma sensação ruim de vazio atinge meu peito como se eu estivesse esquecendo de algo muito importante, porém não me recordo de nada além de... fogo?
Derrepente tudo ao meu redor é tomado por altas labaredas azuladas e me afasto das chamas por reflexo, por mais que não sinta o intenso calor que pela lógica deveria estar sentindo no momento.
Uma silhueta humanoide começa a vaguear em meio às chamas ao meu redor e sem exitar vou na sua direção aos gritos para chamar sua atenção.
-Ei! Você! -Acabo por tropeçar em algo, por conta da minha falta de atenção momentânea.
Vejo os pés da pessoa na qual seguia, bem diante de mim e quando olho seu rosto descubro que a silhueta escura na verdade a se tratava de Saori.
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Ela estendeu a mão para me ajudar a me levantar e no momento em que a toquei, tudo ao nosso redor mudou de forma drástica.
As chamas ardentes dão lugar a um sereno e vasto campo com grama fofa e rasteira, fiquei admirando o lugar até que me dei conta que Saori estava simplesmente indo embora.
-Ei, Saori! Me espere! -Chamei por seu nome, mas ela não conseguia me ouvia ou fingia não conseguia -Onde os outros estão? Cadê minha irmã?
Saori simplesmente me olhou com uma expressão seria e permaneceu caminhando em silêncio, com rumo traçado para as profundezas daquela floresta.
-Por qual motivo você não quer me responde? -Questionei preocupado.
Fui ignorado por completo e decidi que seguir-lá seria a melhor opção por mais que eu não compreenda por qual motivo ela não quer responder às minhas dúvidas.
Em algum momento do caminho no qual percorríamos, meu corpo ficou muito pesado tudo no meu campo de visao ficou branco e despertei sobre um furton em um quarto no qual não me familiarizo.
-Há, você finalmente acordou! -Disse uma voz que acredito que pertença ao senhor Rengoku.
-Onde está minha irmã? -Questionei inquieto enquanto vasculhava aquele quarto com os olhos.
-Acalme-se, ela está dormindo em outro quarto e seus dois amigos estão sendo examinados pela curandeira local e pela pilar dos insetos -Explicou o senhor Rengoku ao me entregar um pedaço de pão -Coma, você está fraco.
-Onde estamos? -Perguntei e dei uma generosa mordida no pão.
-Em uma humilde vila a cerca de dois quilômetros do "ocorrido" -Disse o pilar das chamas.
-Ocorrido? -Derrepente as memórias voltaram a minha mente e fiquei de pé de imediato -Saori esta bem? Onde ela está?
-Ainda não sabemos ao certo, mas os membros da kakushi estão buscando por ela na floresta -Rengoku explicou de forma serena.
-Então vou ajudar eles! -Vesti meu haori as presas e comi o que restava do pão em uma única mordida -Meu olfato apurado pode os ajudar muito nessa busca e Saori certamente está ferida da luta, não posso permitir que ela fique perdida na floresta por muito tempo!
-É nobre da sua parte se preocupar com a garota assim, mas pelo que eu sei, ela se uniu ao lua inferior no qual vocês estavam lutando -Ele afirmou vagamente.
-Saori jamais se uniria a um oni como aquele! Jamais! -Respondi de forma exaltada -Tenho certeza que Saori apenas fez aquilo para nós proteger!
-Infelizmente não posso confiar em sua palavra unicamente -Rengoku me olhou de forma severa -Me conte sua versão dos fatos, Tanjiro.
-Saorise sacrificou pela Nezuko, que seria usada pela aquela coisa como hospedeira! -Berrei irritado ao extremo -Além de salvar a mim e aos meus amigos de sermos mortos da forma mais cruel possível!
-Compreendo, eu... -O interrompi.
-Você que uma prova de lealdade maior do que essa? -Berrei exaltado.
-Tanjir... -O interrompi novamente.
-Esta vendo isso? -Mostrei o rasgo que havia na parte lateral do meu haori e do meu uniforme, ao senhor Rengoku -Uma daquelas coisas me apunhalou pelas costas, mas não tem sequer cicatriz! Tenho certeza que Saori usou seu kikkijutsu para me salvar dessa hemorragia depois que apaguei, mesmo estando muito mais ferida do que eu!
-Eu ia dizer que já tinha entendido que ela não é uma traidora -Rengoku me olhou sério e vagamente surpreso, possivelmente por estar gritando sem demonstrar respeito algum a ele como meu superior.
-Perdo-me, senhor Rengoku -Fiz uma forte reverência a ele, num sincero pedido de desculpas pela minha falta de educação.
-Compreendo sua exaltação, mas que não se repita -Ele respondeu rígido.
-Senhor Rengoku! -Um dos membros da kakushi entrou em desespero no quarto e em seguida se ajuelhou no assoalho de madeira -Desculpe-me pela falta de respeito senhor pilar das chamas, mas encontramos a garota e acredito que o senhor e a outra pilar presente, deveriam ver isso!
