𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 ┊ⁿᵒᵃʰ ᵘʳʳᵉᵃ

"go away"

AS NOAH URREA;
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— Por que esta terminando comigo?
Eu não sou boa o suficiente pra você?— minha namorada me pergunta com a voz embargada e isso dói, não posso fazê-la chorar.

— Na verdade, eu que não sou bom o suficiente pra você. Eu preciso me afastar.

A garota em minha frente franze o cenho e fecha os olhos tentando segurar o choro, mas a mesma falha e põe as mãos na boca enquanto soluça e lágrimas molham seu rosto.

Talvez eu realmente não fosse bom o suficiente para ela. Mas não era exatamente esse o motivo para meu afastamento repentino.

ALGUNS DIAS ATRÁS;

— O que meu filho tem doutor?— minha mãe pergunta nervosa e aflita com a resposta.

— Um minuto!— o doutor lê todos os papéis por mais 5 minutos.— Estou tentando achar uma forma de dar essa notícia sem ser tão dolorosa.

No momento em que ele diz isso meu coração parece parar de bater por alguns segundos e fecho meus olhos com força. Eu já estava esperando pelo pior, mas mesmo assim me sentia frágil e assustado. Aquele resultado era sobre o fim do meu futuro.

— Câncer no pulmão. É isso o que seu filho tem Senhora Urrea.

Uma facada é atingida em meu peito e perco o ar por alguns segundos. Fecho os olhos com força e tudo o que consigo ouvir são os gritos da minha mãe. A loira chora alto fazendo dar um eco pela sala vazia do médico.

Aperto meus punhos e me obrigo a abrir os olhos e prestar atenção no que o doutor tem a me dizer. Não posso acreditar. Meus dias estão contados. Não tenho tempo para poder pensar no amanhã, apenas viver o hoje.

— Infelizmente você já está no terceiro estágio do câncer. ele já atingiu profundamente o tecido adjacente e pode ter se espalhado para os linfonodos. Nessa fase estão os grandes tumores. Esse tipo de câncer já evoluiu e as chances de cura são reduzidas.— ele passa a língua pelos lábios antes de prosseguir.— As opções de tratamento para estes casos são radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, com o objetivo de diminuir o tumor e aliviar sintomas. Apenas isso.

Meus olhos se enchem de lágrimas e é nessa hora que não consigo segurar o choro. Passo as mãos pelos meus cabelos e grito um pouco alto pela dor que sinto dentro de mim e como essas palavras me atingiram como um soco. Eu vou morrer.

Não por escolha. Eu realmente estou condenado a morrer. Não por uma causa natural, estou condenado pelo excesso de tabaco, disso tenho certeza.

Amo viver. Amo aproveitar momentos e ser feliz. Amo estar com meus amigos numa festa e temos história pra contar pelo resto da semana.

Amo ir num almoço em família e ouvir as piadas horríveis do meu tio, que é um pai pra mim. Um pai que o meu nunca foi. Mas ainda sim, tenho minha família. Tenho minha irmã. Oh, Linsey. Quando souber disso...