Capítulo 2

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Oi gente! Peço desculpa pela demora para atualizar 😬. Esse capítulo ficou um pouco maior que o primeiro mas espero que vcs gostem. Atualizei as notas iniciais do capítulo 1 e coloquei uma música para acompanhá-lo também. Aproveitem!

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Meu expediente no Café se inicia ás 10h e funcionamos de terça á sábado. Moro em Reseda, o único bairro em Los Angeles que consigo arcar com um aluguel. Moro em um apartamento pequeno, de 40 m2, localizado em um prédio de três andares que nitidamente precisa de pintura na fachada e ajustes na sua estrutura. Meus dias são monótonos em sua grande maioria: acordo, vou para o trabalho, volto para casa e durmo. Nos meus dias de folga, gosto de estudar – não parece, mas ser atriz, exige estudo sim! – e colocar séries e filmes em dia – pra mim é essencial estar atualizada com "meu mundo". Porém, há dois anos, tomei uma decisão para tornar meus dias menos solitários: adotei uma gatinha! Catarina, Nana em sua forma carinhosa, ou Catarina Maria na sua forma extendida quando ela apronta alguma, é uma das únicas alegrias dos meus dias cansativos.

Todos os dias parecem se repetir: me arrumo, pego os três ônibus que preciso pegar para chegar a Beverly Hills, abro o café, sirvo mesas, limpo mesas, sorrio para clientes atrevidos quando na verdade queria xingá-los, converso com Giu, conto minhas gorjetas, ajudo a fechar o Café, pego os três ônibus de volta para casa, tomo um banho, faço um lanche, brinco um pouco com a Nana, e finalmente, vou dormir. Parece mais cansativo do que na prática, mas o costume e a rotina facilitam.

Hoje é sexta-feira, um dos dias de maior público no Café. Quase todas as mesas ocupadas, algumas com atores e atrizes que trabalham nos estúdios próximos ao Café, alguns eu reconheço de algumas séries e filmes, porém, aprendi com Giu a tratá-los como se fossem anônimos. "Seja profissional", dizia ele. Outras mesas estão cheias de garotos da região, com sua maneira "folgada" de se portar, com seus relógios e roupas caríssimas e olhares esnobes. O tipo clássico "consigo tudo que quero".

Contorno as mesas do salão fazendo o de sempre: anoto pedidos, recolho pratos, copos e talheres sujos, limpo mesas e entrego pedidos. Faço uma nota mental de avisar Giu que a mesa dos riquinhos (apelido "carinhoso" que demos ao grupinho), já está em seu terceiro round de chopp, mais um, poderia não ser uma boa ideia, já que já percebia olhares estranhos, bem típico de homens bêbados, que já desconhecem o significado da palavra limite.

Porém, no meio de tanta correria, acabo esquecendo de avisá-lo, e enquanto estava ocupada com outra mesa, ele acaba servindo-os mais um round. Enquanto atendo algumas mesas próximas a deles, não posso evitar de ouvir algumas risadas altas e percebo olhares ainda mais suspeitos direcionados a mim. Eles aparentavam tirar minha roupa com os olhos. Fiquei incomodada instantaneamente. Mesmo bêbados, eles percebem que conseguiram chamar minha atenção e fazem um sinal, o clássico "quero fazer um pedido". Procuro Giu, e ele está ocupado com outros clientes. Sobrou pra mim. Me dirijo até a mesa que ocupava um dos cantos do salão, um tanto escondido e reservado. Me aproximo do homem que havia sinalizado:

-    Pois não?

Ele nada responde. Eu evito olhar em seus olhos, algo me diz que essa é a melhor opção, já que ele continua com aquele olhar quase palpável. E então, tudo acontece rápido demais: ele começa a passar as mãos nas minhas pernas e no meu bumbum. Com o susto, acabo caindo sentada em seu colo, a pior coisa que poderia me acontecer. De tão desesperada, fico sem reação. Minhas tentativas de tentar levantar são falhas, já que outro homem, o que estava sentado ao seu lado, tinha as palmas das mãos apoiadas nas minhas coxas, impossibilitando que eu me movesse. E eu ainda continuava sem reação. Ou melhor, acabei encontrando duas: chorar e tentar gritar. Eu era um alvo fácil.

Minha cabeça zunia, meus olhos estavam embaçados e meus pensamentos nulos. Eu ouvia sons abafados e distantes. E então sinto as mãos que estavam nas minhas coxas se afastarem repentinamente, e sou tirada do colo do outro homem de forma rápida. A pessoa que me tirou daquela situação se coloca entre mim e meu agressor, de forma que só consigo enxergar suas costas. Ele grita algo na direção daqueles indivíduos e então se vira pra mim. Aquele rosto. Aqueles olhos. Aquela voz. Não me são estranhos. Mas, depois de tudo que passei, lembrar do nome do meu salvador era meu último plano.

Ele tira seu blazer e o joga por cima dos meus braços, jogando seus braços sob meus ombros e me guiando para longe dali. Ele me leva para trás do balcão do caixa e me senta na primeira cadeira que encontra. Vejo-o trocar algumas palavras com Giu, provavelmente contando o que aconteceu, mas meus pensamentos permanecem vagos demais para que eu possa entender. Meu "herói", volta com um copo de água e se ajoelha na minha frente, olhando nos meus olhos. Mesmo com tudo embaçado, consigo identificar uma coisa: eu nunca vi olhos tão lindos. Ele me oferece a água e com as mãos trêmulas pego o copo e consigo dar um gole. Como se a água lavasse meus pensamentos, as coisas começam a se encaixar. Tento formular diversas frases, mas a única coisa que sai da minha boca é um baixo, rápido e gaguejante:

-    Qu-qual seu nome?

Ele dá um sorriso. Não era um sorriso feliz. Era um sorriso para me confortar. E por menor que isso possa parecer, essa simples ação, aquece meu coração de uma forma inexplicável. Ele me olha com um olhar compreensivo e terno, e por fim, me responde:

-    Pedro. Pedro Pascal.

 Pedro Pascal

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Free Falling - Pedro PascalDonde viven las historias. Descúbrelo ahora