Capítulo 18 - POV Pedro

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Voltei com um capítulo novinho! Eu sei que prometi no último que este seria maior, mas as minhas provas exigiram mais de mim do que eu imaginava. Então, na próxima semana, SEM FALTA os capítulos voltam ao tamanho normal. Esse capítulo em especial é um POV do Pedro, o que aconteceu depois que ele saiu da casa da Olívia no dia do término. Espero que gostem, aproveitem!

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POV – Pedro – Pós término.

Saí da casa de Olívia sem rumo. Ela havia tirado meu chão.

Pela primeira vez desde quando nos conhecemos, eu me senti bravo com ela. Eu não conseguia entender o porquê de ela ter feito aquilo. Aquela história de "somos de mundos diferentes" não colava. Com certeza, ela estava escondendo algo. Ou será que ela não me amava mais? Será que algum dia me amou de verdade? Ou só se aproveitou do meu status?

Fui para casa e com dificuldade dormi. No outro dia, eu ainda não acreditava no que havia acontecido. Mas com a cabeça mais calma, me envergonhei de ter duvidado dela. Eu ainda não sabia o real motivo para ter feito o que fez, mas eu não duvidava de seus sentimentos. Eu tinha trabalhos importantes naquela semana, o que foi bom pois consegui ocupar a cabeça. Porém, nas horas vagas a tristeza me derrubava. Parecia um pesadelo sem fim.

Depois de uma semana, eu decidi procurá-la. Eu só queria esclarecer tudo. Se ela realmente não quisesse mais ficar comigo, eu entenderia e a deixaria livre para seguir sua vida. Mas ela precisaria me dar um motivo melhor.

Era domingo, então com certeza ela estaria em casa. Cheguei no seu prédio e bati três vezes na porta, do nosso jeito combinado. Nada, nem Nana veio miar na porta. Estranho. Bati mais três vezes e nada. Ela não estava em casa, mas onde estaria? Pego meu celular no bolso para lhe mandar uma mensagem, mas ao invés de uma resposta sua, recebo uma notificação da operadora me informando que aquele número havia bloqueado o meu para ligações e mensagens de texto. E agora? Parado em sua porta, penso em lugares que ela possa estar. Ela não conhece quase ninguém aqui, a não ser eu e... Giu! Com certeza, ele saberia de alguma coisa.

Hoje o Café estava fechado, mas eu sabia que ele morava na parte de cima do imóvel. Cheguei e toquei seu interfone.

- Quem gostaria? – o sotaque pesado ecoa de forma metálica pelo alto falante.

- É o Pedro. Pedro Pascal.

Silêncio.

- Com o que eu posso te ajudar?

- É sobre a Olívia. Eu não consigo encontrá-la, nem falar com ela.

Silêncio novamente.

- Um minuto. Estou descendo.

Aquele "um minuto" pareceu uma eternidade. Giu surge na minha frente e eu vou direto ao assunto:

- Giu, você sabe onde está a Olívia? Eu preciso muito falar com ela.

Ele parece pensar por um instante, mas eu acho que ponderava se devia me contar ou não onde ela estava. Ele claramente, não pensava em uma forma mais "delicada" de me passar a notícia.

- Ela foi embora.

Eu senti meu coração parar por um instante. Será que eu ainda respirava?

- O quê? Como assim? – falei de forma desesperada.

- Eu dei férias para ela. 1 mês. Senti que ela precisava – eu tinha a impressão de que ele sempre tentava usar a menor quantidade possível de palavras.

- E para onde ela foi? Ela não está na casa dela.

Ele continuava ponderando, mas dessa vez, não suportei seu silêncio. Eu senti que ia surtar.

- Giu, para onde ela foi? O que você sabe?

- Ela foi passar esse mês na cidade dela. Mas sinceramente, se ela decidir ficar por lá, não será surpresa para mim.

Eu andava de um lado para outro. Isso não podia estar acontecendo.

- Giu, pelo amor de Deus, me fala que ela te deu o endereço.

E mais ponderação.

- Por favor, Giu. Se ela te deu, me passa. Eu sei que se ela foi para Sutter Creek foi para se afastar de mim. Mas eu não posso desistir dela tão facilmente. Eu não posso desistir de nós tão facilmente.

- Ela me deu sim. Em caso de alguma emergência. – abri a boca para implorar para que ele me desse, mas dessa vez ele continuou a falar – Eu vou te passar. Eu sei o quanto você fez bem para ela, o quanto vocês foram felizes e o quanto ela estava sofrendo. E estou vendo o quanto você a ama. Vocês merecem ser felizes.

Eu não consegui segurar as lágrimas que despontavam nos cantos dos meus olhos.

Giu, subiu para sua casa e voltou com um pedaço de papel de caderno rasgado. Me segurei a aquele retalho, como se minha vida dependesse daquilo. O agradeci uma centena de vezes e eu não tinha tempo a perder, iria hoje mesmo para Sutter Creek.

-

Durante as 6 horas de viagem, um filme da minha vida com Olívia se passava na minha cabeça enquanto as músicas que me lembrava ela e nosso relacionamento tocavam no rádio. O jeito que ela me fazia sentir como o homem mais amado do mundo, o jeito que ela me tratava diferente comparada as outras, seu cheiro, seu abraço, seu beijo. A imagem do seu cabelo bagunçado em sua testa quando acordava ao meu lado. A sensação de despertar com ela em meus abraços. O jeito que ela despertava um sentimento de proteção em mim. Todos os sonhos que eu tenho para o nosso futuro. O jeito que eu não imagino mais minha vida sem ela. Tudo que passamos juntos. Tudo que passamos para podermos ficar juntos. Aquele não podia ser o fim. Era a história de amor mais linda que eu já havia presenciado, e olha que não há um único filme de romance que eu não tenha visto.

Ela era o amor da minha vida. A coisa mais importante do meu mundo. Ela era tudo para mim.

Cheguei no endereço anotado no papel e não havia ninguém em casa. Deduzi que aquela era a casa de sua mãe e ela provavelmente estava trabalhando em sua lanchonete, a qual não tinha o endereço. Mas como era uma cidade pequena, e Olívia sempre repetiu que todo mundo conhecia todo mundo, não seria difícil pedir por direção para algum morador. E se Olívia não tivesse na lanchonete, alguém de lá com certeza saberia me informar onde ela estava.

Perguntei para alguns senhores que jogavam dominó na praça, e eles me deram os direcionamentos. Encontrei um prédio com uma placa com luzes de neon escrito "Lanchonete Clark". Cheguei.

Free Falling - Pedro PascalWhere stories live. Discover now