Capítulo 7

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Oie! Mais um capítulo novinho! Eu gostei muito de escrever esse, espero que vocês gostem tanto quanto eu. Aproveitem!
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Eu estava em um relacionamento com Ricky a pouco mais de um mês. No dia que ele me pediu em namoro de forma quase teatral, eu não disse que sim nem que não. Mas como de qualquer maneira ele não aceitaria um "não" como resposta, acho que colocar um "sim" inexistente na minha boca como resposta foi a melhor opção.

O jeito que ele me tratava era estranho. Hora bem, hora mal. Quando bem, sempre queria algo em troca. Quando mal, sempre arrumava uma maneira de compensar ou arrumava uma justificativa, e eu sempre acreditava, aceitava. Mas depois desse um mês, eu cheguei a uma conclusão: ele não me tratava de forma estranha, essa era sua maneira de demonstrar sentimentos e de demonstrar que gostava de mim. Como ele sempre dizia, ele só não queria me perder, por isso seus acessos de ciúme e seus comentários possessivos. Talvez, todos os relacionamentos fossem assim. Talvez, o que eu achasse que fosse "a maneira correta de tratar alguém que você se relaciona" era apenas algo da minha cabeça, expectativas criadas após assistir infinitos romances e comédias românticas. Talvez, aqueles atos ternos, carinhosos, preocupados e amorosos não acontecessem na vida real, na correria do dia a dia. Eu gostava de Ricky. Ainda não estava apaixonada, mas esse tipo de amor se constrói com o tempo, certo?

Um dos dias mais esperados por mim na semana era domingo, minha tão esperada folga. Um dia que eu separava para me dar o luxo de não fazer nada, assistir minhas séries, comer minhas besteiras e dormir até não aguentar mais, seja com ou sem Ricky. Enquanto estava em uma maratona de uma das minhas séries favoritas, New Girl, meu celular toca. Ricky.

- Alô?

- Olívia, se arrume, em meia hora estou aí.

- Por quê? Para que? – pergunto de forma quase desesperada.

- Adam nos chamou para uma social na casa dele. Quero te apresentar para os meus amigos e toda a turma vai estar lá.

- Mas Ricky, esse é meu único dia para descansar. Queria ficar por aqui hoje. Pode ir sem mim, está tudo bem! – tento me esquivar do compromisso.

- E meus amigos, vão pensar o que? Você é minha namorada agora. Você tem que ir para os lugares comigo.

- Ricky, eu estou cansada... – tento meu último argumento, nada mais que a mais pura verdade.

- Eu não acredito mais nisso Olívia, você sempre usa essa desculpa.

Não era desculpa, meus horários no trabalho eram extensos e o serviço era puxado. Porém, Ricky nunca respeitava. Quando ele me buscava depois do expediente, eu sempre pedia para ir para casa, pois no outro dia precisava acordar cedo. Ele me levava, subia comigo e entrava na minha casa tirando sua roupa e tentando tirar a minha. Mesmo eu pedindo para que ele parasse pois precisava dormir cedo e estava muito cansada, ele sempre acabava conseguindo o que queria e transávamos. Mesmo quando eu não estava no clima, e pedia para deixar para outro momento, ele não aceitava. Usava chantagem emocional, e até expressões como: "você é minha namorada, é seu dever", não importava o quão exausta eu estava. Após um conflito interno entre minhas próprias vontades e os meus "deveres como namorada", acabo cedendo com um suspiro:

- Tudo bem, Ricky. Vou me arrumar.

Mesmo já estando de noite, estava calor, então opto por um vestido curto (mas nos padrões ainda aceitáveis por Ricky) e um par de scarpins, já que provavelmente a casa do certo amigo, seria de alto padrão.

Free Falling - Pedro PascalOnde histórias criam vida. Descubra agora