Capítulo 4

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Voltei com um capítulo novinho! Infelizmente, não tenho um dia fixo para postar pois estou escrevendo conforme vou tendo tempo livre. Mas fiquem tranquilas que a fic será atualizada com frequência. Coloquei um capítulo boas vindas no começo da fic com a minha inspiração para cada personagem.

Comentários e votos são muito importantes para que eu saiba que vocês estão gostando! Aproveitem!

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Assim que abri a porta de casa, Nana veio ao me encontro, como de costume quando retorno. Coloquei minha bolsa no balcão da cozinha, e olhei ao redor. Era minha casa, meus móveis, minhas coisas, mas algo estava fora do lugar. Algo não estava certo. Mas o problema não estava no meu sofá, ou na minha mesa, e nem na minha cama. Estava em mim. Eu estava diferente. O que aconteceu hoje me mudou, cheguei em casa uma pessoa completamente diferente do que era quando saí pela manhã.

Sempre me achei uma pessoa "forte", não no sentido de força física da palavra (os meus 1,55 cm de altura, me impedem), mas no sentido de perseverança, resiliência e coragem. Como fui tão covarde a ponto de não conseguir sair daquela situação sozinha? Estou sentindo uma mistura amarga de sentimentos: medo, vergonha, raiva, alívio, humilhação, e mais alguns que estão surgindo a cada minuto.

Meu corpo dói. Eles não me machucaram (pelo menos não fisicamente), mas estou sentindo as consequências de toda a tensão agora. Só quero tomar um banho, cair na cama e fingir que esse dia nunca aconteceu.

Mas ao me olhar no espelho, noto que o blazer do Pedro, ainda estava sob meus ombros. Compreensível, já que meus pensamentos, ainda não estão em ordem e eu provavelmente não me lembraria de devolvê-lo. Será que ele não reparou?

Conforme vou tirando a peça, ela exala seu perfume: um amadeirado com um toque notável de canela. Me recordo, que quando ele me colocou atrás de suas costas eu senti esse cheiro, o qual também dava para sentir dentro de seu carro. Quando senti agora ao mexer no blazer, me trouxe um sentimento de segurança. Mas me livro desse pensamento o mais rápido possível, já que provavelmente, nunca mais o verei na vida, a não ser pela tela da minha TV. Ele deve ter centenas de blazers, provavelmente não sentirá falta deste. Mas, por via das dúvidas, o deixarei no Café, caso ele decida procurá-lo.

E então, me lembro de algo que havia prometido a ele: fazer um boletim de ocorrência. Confesso, que quando ouço esse termo, imagino algo trabalhoso, demorado e burocrático. Mas Pedro, estava certo: consegui fazer online e em menos de meia hora.

Tomo meu tão esperado banho e me deito na cama. Não vou negar, achei que depois de todo o cansaço, meu corpo esgotado adormeceria rápido. Me enganei profundamente. Rolo de um lado para o outro e quando tento fechar os olhos, as imagens vêm em um turbilhão. Em um ato, involuntário e inconsciente, pego o blazer que estava estendido na beirada da cama e o abraço. Por algum motivo, o cheiro me conforta. E então, o sono vem.

No outro dia, meu corpo continua doendo. Parece que um caminhão passou por cima de mim. Meus olhos pesam e meus pensamentos permanecem embaralhados. Quando olho para baixo, percebo que ainda estou abraçada a aquela peça de roupa que tem duas vezes o meu tamanho. A jogo longe em um acesso momentâneo de vergonha, me achando patética.

Ligo meu celular, e duas mensagens entram. Estranho, pois sou uma pessoa de poucos amigos que não me procuram quando estou dormindo, e além disso, não tenho nenhum paquera para me mandar "bom dia". Uma das mensagens logo identifico o remetente: Giu, eu tinha seu contato salvo.

GIU:

"Você está bem?"

Giu, era um homem de poucas palavras. Porém, a outra mensagem, era de um contato desconhecido. Mas não por muito tempo:

321-654-9870:

"Oi Olívia, bom dia! É o Pedro. Pedro Pascal (rs). Depois que deixei você na sua casa, não consegui evitar de pensar em tudo o que aconteceu. Lembra que eu falei que se você não me deixasse te levar em casa, eu perderia mais tempo me preocupando com você, se comparado ao tempo que perderia te levando em casa? Então, não deu muito certo rsrs. Eu estava (ainda estou) muito preocupado. Então, voltei ao Café e quase implorei para o Giu me passar seu número. Não quis te incomodar ontem, por isso estou mandando essa mensagem agora pela manhã. Quero muito saber como você está".

Será que meus pensamentos embaralhados estão me pregando uma peça? Ou eu ainda estou dormindo e estou sonhando com essa mensagem? Me belisco, e não, eu estou acordada. Respondo a mensagem de Giu sem pensar muito e de forma quase automática:

Olívia:

"Eu vou ficar bem, Giu 😊. Não se preocupe. Até Terça!".

Já para a segunda mensagem, preciso de um pouco mais de tempo. Por alguns minutos, permaneço encarando a tela do celular, ainda incrédula. Escrevo e apago algumas vezes. Decido salvar o contato primeiro. E então, finalmente consigo elaborar algo:

Olívia:

"Oi Pedro, bom dia! Acho que fui um grande incômodo para você ontem, não foi? Rsrs. Me desculpe por isso. A tensão me deixou com o corpo dolorido e meus pensamentos ainda estão meio embaralhados. A todo momento, os acontecimentos invadem minha cabeça e eu relembro de tudo. E parece que está acontecendo tudo novamente. Mas eu vou ficar bem, pode ter certeza! Obrigada de novo, eu não quero nem pensar no que poderia ter acontecido se não fosse por você. Acho que nunca conseguirei agradecer propriamente".

Hoje é sábado. Giu não me deixará trabalhar. Decido ficar na cama o máximo que meu corpo permitir. Tento me distrair nas redes sociais e na internet. Não posso evitar pesquisar mais sobre o Pedro. Encontro alguns filmes e séries que fez e assisto algumas entrevistas, a personalidade dele é contagiante. Entro em seu Instagram, e vejo diversas fotos dele sorrindo e sempre cercado de amigos e (essa informação eu desconhecia), sua namorada. Sinto um lampejo de tristeza e me irrito comigo mesma:

- Não ouse. Você não é nada para ele. Você não tem esse direito.

Free Falling - Pedro PascalOnde histórias criam vida. Descubra agora