Capítulo 10

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Joana

Acordo e percebo que estou em um quarto diferente bem escuro, podia ter pelo menos deixado uma luz de criança na tomada. Me levanto perdida tentando achar o interruptor, acendo e vou até ao banheiro. Olho no espelho e só estou com uma blusa masculina, boto a mão e sorrio lembrando da noite anterior. Como pude esquecer disso?

Faço as minhas higienes e vou até a escada. Paro e escuto a voz do meu irmão no andar de baixo.

Pedro: você, o que Alexandre? Tu tá ligado que já é um cara morto para mim.- pelo jeito acabou de chegar. Me sento ainda no andar de cima.

Alexandre: sim, fiz isso com ela o que você acabou de escutar.- fala calmo.- e para com isso Pedro, peguei a sua irmã e não a mina que você já pegou.- riu baixo. Pedro ri pelo o nariz.- oxi, porque riu? Não vai me dizer que...- ele assenti.- tá loucão tio? É tua irmã e é incesto caralho.- o mesmo surta.

Pedro: calma, não é a minha irmã de sangue. Esqueceu que eu sou adotado?- Piolho suspira aliviado.

Alexandre: sorte sua Pedro, sorte sua. Você sabe muito bem o que acontece aqui com o incesto.

Pedro: tô ligado, mas fica tranquilo, ela queria também. Vamos esquecer disso e o assunto aqui é nós dois. Cadê ela?- pagou de macho alfa novamente.

Alexandre: tá lá em cima dormindo.- desço e eles olham para mim.

Joana: credo, vocês fazem muito barulho.- finjo estar com sono e vou a cozinha. Abro a geladeira.

Ambos olham de cima para baixo e lembrei agora, que literalmente só estou de blusa sem a calcinha. Mas já me viram assim para que esconder.

Alexandre: você é uma grande mentirosinha.- falou no meu ouvido e sorriu safado.

Pedro: bora Joana, mamãe está esperando desde ontem.

Joana: agora não, mais tarde apareço.- pego o presunto, queijo e toddynho.

Pedro: vamos logo porra!- ele encosta no meu braço. Esquivo do seu toque.

Joana: me esquece Pedro! E tira a sua mão escrota de mim!- bato com força no seu pulso.

Pedro: tu me estressa demais garota.- sua mão está mais aberta.

Joana: ai Pedro, já tenho dezessete anos. Sei me virar sozinha, não preciso de seu ninguém para me proteger ou comandar a minha vida não.- reviro os olhos.

Pedro: não me irrita Joana.

Joana: vai fazer o que? Me bater seu covarde?- ele levantou a mão e senti a minha morte vindo.

Coloco os meus dois braços em defesa no meu rosto, fico parada por alguns segundos e ainda não sinto dor. Abro os olhos e vejo Alexandre levando o mesmo para fora, fico perplexa sem conseguir falar e respirar direito. 

Alexandre: senta lá no sofá.- virou o meu rosto para si.- deixa que eu preparo o seu café.- assenti e fui até a sala.

Me sentei e abracei as minhas pernas. Pedro nunca foi de me bater, só ser agressivo com as palavras e estou em choque até agora com o ato que ele iria cometer. A sorte do Piolho é estar aqui, porque se não, estaria toda roxa.

Falando nele, apareceu com uma bandeja. Colocou em cima da mesinha e se sentou ao meu lado, abriu os braços e não pude me render. Lágrimas se soltaram na hora que encostei em seu ombro.

Joana: não quero ver a cara do Pedro, nunca mais. Não aguento mais, ele não me deixa fazer nada o que eu quero, nada mesmo. Sorte a minha que ele não mora mais com a gente.- Alexandre não disse nada, apenas pegou as minhas pernas e colocou em cima das suas para eu me sentir mais confortável. Me acariciava sem malícias.- deem uma lição de moral, por favor. Nem a minha mãe sabe o que fazer mais.

Adorada {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora