Capítulo 1

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Como ler esta história:
"*" indica passagem de tempo ainda no mesmo POV.
"***" indicam troca de POV entre JK e JM.


-X-



Aquela mesa nunca esteve tão ocupada e caótica, mesmo para os padrões de um bar. Jeongguk testou um gole do que ainda era seu primeiro copo da noite, meio vazio.

Chinho, consciente de seu lugar ao centro do mundo — e com ele a mesa se pintava como o retrato de A Última Ceia, em que os soldados de Deus eram apenas isto: soldados —, gritou para um dos funcionários. Uma garçonete atendeu à demanda, deixando litros de cerveja diante de Chinho em uma jarra.

— Vocês são sempre tão lentos, não são? — ele disse, o olhar perfurando Jeongguk.

Outro gole.

— Eu acredito que depende de quem estamos servindo.

Gargalhadas borbulharam no ambiente. Jeongguk se daria créditos por ser engraçado caso todos não estivessem cercados de álcool.

Chinho não moveu um músculo até que eles se calassem.

— Ainda estamos de farda, mas você não precisa ser tão sério. Foi só uma piada.

Jeongguk respirou fundo. Se ele dissesse em voz alta, alguém teria a audácia de questionar porquê a cama dele era mais interessante que reuniões com colegas. Em vez de elaborar qualquer pensamento, ele olhou para o único outro beta na mesa, Minjae. O garoto era engolido até mesmo pelo menor tamanho de uniforme, nunca olhava para além de seu colo, a menos que fosse para derramar mais cerveja no copo.

Chinho arrancou a jarra das mãos do pequeno beta, sentado ao seu lado.

— Vocês nunca sabem quando parar também. — ele serviu a si mesmo, uma mão limpando o suor de sua testa. — É por isso que betas precisam de um alfa para dar as ordens.

Minjae abaixou o rosto ainda mais, o que parecia impossível até então.

Jeongguk não precisava ser um gênio para adivinhar os sentimentos que os dois certamente compartilhavam em silêncio. Uma mesa com mais de uma dúzia de alfas, lembrando a todo momento que eram superiores.

— O Minjae está bêbado demais. Eu vou levá-lo pra casa. — ele se levantou. — Nos vemos no próximo turno.

Chinho segurou o braço do beta magricela quando Jeongguk se aproximou do outro lado da mesa. Um gesto que parecia um espasmo muscular. Minjae não reagiu.

Jeongguk parou perto dos dois.

— Algum problema?

— Nenhum — Chinho o soltou.

Os dois betas saíram juntos. Um deles mais rastejando no chão do que propriamente andando.

Jeongguk deixou-o em casa, em segurança.

— Obrigado. Por me tirar de lá. — o garoto disse, apoiado no batente da porta.

Jeongguk riu e balançou a cabeça.

— Eu também queria sumir. Obrigado pela desculpa. E, Minjae, você não precisa aguentar aquele tipo de comportamento. Se o subtenente Chinho estiver te incomodando, fale comigo e nós podemos fazer alguma coisa sobre isso.

Minjae negou com a cabeça freneticamente, o que não deve ter ajudado em nada no seu estado de embriaguez.

— Não. Ele não fez nada demais. Eu juro. Está tudo bem.

Tudo o Que For Meu  |  jikook ABOWhere stories live. Discover now