6. HISTÓRIAS ASSUSTADORAS

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Eu sentei no meu quarto, tentando me concentrar no terceiro capítulo de Macbeth, eu estava tentando ouvir quando meu carro chagasse. Eu teria pensado que, mesmo com a chuva forte, poderia ouvir o rugido do motor. Mas quando eu fui para espiar pela cortina - de novo - de repente estava lá.

Eu não estava muito ansiosa pela sexta-feira, e as minhas expectativas foram mais que atendidas. É claro que houve alguns comentários. Especialmente Jéssica que parecia já estar totalmente atualizada com a história. Por sorte, Jimin ficou calado e ninguém soube do envolvimento de Lalisa na história. Jéssica, no entanto, tinha algumas perguntas pra fazer na hora do almoço.

— Então, o que Lalisa Manoban queria ontem? — Jéssica perguntou em trigonometria.

— Não sei — respondi com sinceridade. — Ela nunca foi direto ao ponto.

— Você parecia meio apreensiva — ela pescou.

— Eu disse? — mantive minha expressão em branco.

— Sabe, eu nunca a vi sentar com ninguém além de sua família antes. Isso foi estranho.

— Estranho — eu concordei. Ela parecia irritada; ela sacudiu seus cachos escuros com impaciência, imaginei que ela tivesse perguntado na esperança de ouvir algo que daria uma boa história para ela espalhar.

A pior parte sobre sexta-feira era que, embora eu soubesse que Lalisa não estivesse lá, ainda tinha esperanças.

Quando entrei no refeitório com Jéssica e Jimin, não pude deixar de olhar para sua mesa, onde Rosé e Jasper sentaram conversando, as cabeças juntas (já que os outros foram com Lalisa). E eu não pude evitar a escuridão que me envolveu quando percebi que não sabia quanto tempo teria que esperar antes de vê-la novamente.

Na minha mesa de costume, todos estavam cheios de planos para o dia seguinte. Jimin estava animado novamente, colocando muita confiança no meteorologista local que prometeu sol amanhã. Eu teria que ver isso antes de acreditar. Porém, estava mais quente hoje - quase 15 graus. Talvez o passeio não fosse completamente miserável.

Eu interceptei alguns olhares hostis de Lauren durante o almoço, que eu não entendi até que estávamos todos saindo da sala juntos. Eu estava bem atrás dela, a apenas trinta centímetros de seu cabelo castanho cintilante liso, e ela evidentemente não sabia disso.

— ...não sei por que, Jennie — ela zombou do meu nome. —, não se senta com os Manoban agora em diante.

Eu a ouvi murmurando para Jimin. Eu nunca tinha percebido o quão a voz desagradável e anasalada ela tinha, e eu estava surpresa com a malícia no tom. Eu realmente não a conhecia bem, certamente não o suficiente para que ela não gostasse de mim.

— Ela é minha amiga; ela se senta conosco — Jimin sussurrou de volta com lealdade, mas também um pouco territorialmente.

Fiz uma pausa para deixar Jess e Ângela passarem por mim. Eu não queria ouvir mais nada.

Naquela noite, ao jantar, Jiwoon parecia entusiasmado com minha viagem para La Push pela manhã. Eu acho que ele se sentiu culpado por me deixar em casa sozinha nos fins de semana, mas ele passou muitos anos construindo seus hábitos para quebrá-los agora.

Claro que ele sabia os nomes de todas as pessoas que iam, e de seus pais, e de seus bisavós também, provavelmente. Ele pareceu aprovar. Eu me perguntei se ele aprovaria meu plano para ir para Seattle com a Manoban mais nova. Não que eu fosse dizer a ele.

— Pai, você conhece um lugar chamado Goat Rocks ou algo parecido? Acho que fica ao sul de Mount Rainier — eu perguntei casualmente.

— Sim, por quê?

Crepúsculo - JenlisaWhere stories live. Discover now