Capítulo - 54

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Conversar com Anastásia e contar parte dos fantasmas que ainda me assombram, foi revigorante, apesar de não ter conseguido tocar na ferida que insiste em permanecer aberta, não por eu sentir algum tipo de sentimentos ou algo do tipo, mas por ser a...

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Conversar com Anastásia e contar parte dos fantasmas que ainda me assombram, foi revigorante, apesar de não ter conseguido tocar na ferida que insiste em permanecer aberta, não por eu sentir algum tipo de sentimentos ou algo do tipo, mas por ser algo extremamente vergonhoso e que faz com que eu me sinta patético, por ter sido tão ingênuo a ponto de não enxergar as verdadeiras intenções daquela mulher.

Porém sentir o seu toque delicado, ouvir as suas palavras tão sinceras e com tanto sentimento fez com que algo despertasse em mim e me fizesse perceber que eu sou digno sim de ser amado. Que não é um passado no qual eu não consegui controlar e que eu me permiti ser controlado que vai conduzir a minha vida de agora em diante. Fez-me perceber também que cabe somente a mim, decidir se quero continuar vivendo baseado no vitimismo do que me aconteceu e me afundar nos infortúnios de um sentimento tão destrutivo como à insegurança.

Mas assim que eu a ouvi dizer que me ama e olhar naqueles olhos azuis cristalinos, vivos, puros e inocentes, que enxergam o mais profundo do meu ser, fez com que eu tivesse a certeza que a resposta é não. Não quero mais ser aquele homem frio, inseguro e que preferia o isolamento como meio de proteção emocional. Eu quero ser amado e também amar. Eu quero viver sem medo do que pode vir acontecer, pois como ela mesma ressaltou "o futuro a nós não pertence", mas eu também acredito e sinto que Anastásia é a metade que me faltava. Que ela é a minha alma gêmea que chegou ao momento certo para me resgatar, antes que eu conseguisse me afundar num caminho sem volta. O caminho da solidão e amargura.

Anastásia apareceu no momento que eu tentava buscar um recomeço que nem mesmo sabia por onde iniciar. Ela é a lufada de ar fresco que eu precisava para respirar enquanto mergulhava cada vez mais fundo no mar de incertezas, autoaversão, amargura e insegurança. Ela veio para me mostrar que mesmo sendo jovem, tímida e delicada é também forte, determinada e estava pronta para quebrar os últimos cacos das barreiras que eu construí ao longo dos últimos anos e que insistiam em permanecer de pé, sendo capaz de aquecer o meu coração apenas por dizer "Eu amo você, Christian Grey", com tanta certeza que fez com que eu voltasse a respirar.

Eu me perguntava se tudo que eu sabia sobre o amor não passa de simples ficção, daqueles romances clichês que eu gostava de ler, pois por um momento eu cheguei a duvidar que esse sentimento realmente existisse. Que ele fosse capaz de alcançar corações que batiam separados e passar a compassar na mesma frequência e sintonia. E então eu me apaixonei no meio do caos que estava a minha vida e descobri que sim, o amor existe, mas para aqueles que se permitem sentir e vivenciá-lo sem reservas ou ceticismo e foi a partir do momento que eu me permiti ser amado que eu soube que também era capaz de amar.

Porra! Eu amo a Anastásia de uma forma tão genuína que não acreditava mais ser capaz de fazer e tudo isso em tão pouco tempo que me assusta, não vou negar, mas que estou disposto a ver até onde isso irá nos levar. Eu respiro fundo, aspirando o perfume de seus cabelos enquanto a tenho em meus braços e ligo a luz do abajur para ver o horário e vejo que são quase 05h00 da manhã e não irei conseguir dormir.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora