Capítulo - 59

1.8K 221 44
                                    

Depois de ficar sozinha no quarto, assim que Christian saiu para conversar com o Taylor, eu suspiro e caminho para o closet, na intenção de esvaziar a minha bolsa e mochila com tudo que peguei no armário da Loja e enquanto faço isso, sinto o meu c...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois de ficar sozinha no quarto, assim que Christian saiu para conversar com o Taylor, eu suspiro e caminho para o closet, na intenção de esvaziar a minha bolsa e mochila com tudo que peguei no armário da Loja e enquanto faço isso, sinto o meu coração doer por saber o quanto existem pessoas ruins nesse mundo. Não que eu tivesse crescido dentro de uma redoma de vidro, até mesmo porque tia Ângela e Padre Lutero sempre me fizeram entender como o mundo real funcionava.

Mas viver sabendo como as pessoas podem ser cruéis e conviver com elas são coisas bem diferentes. Tudo bem que desde que me entendo por gente, quando ainda era apenas uma criança, eu aprendi a ver que a maldade pode estar mais perto do que possamos imaginar, porém o que aquela Débora fez com o Christian não se compara com as implicâncias e palavras venenosas da Thaís contra mim.

E sinceramente, nem mesmo o ódio gratuito que recebi da Vanessa durante todo o tempo que trabalhei para ela, se compara a perversidade de uma mulher que usa, manipula, trai e ainda interrompe a vida de um inocente, tirando dele a oportunidade de conhecer o mundo, assim como acabar com o sonho de um jovem que mesmo que não se sentisse preparado para a paternidade estava pronto para amar o serzinho que iria nascer.

Eu entendo também que cada um tem uma forma diferente de lidar com a dor. Alguns fingem que nunca existiu, outros se martirizam, sofrem e muitas vezes se entregam não tendo capacidade de superá-las e o Christian se isolou, acreditando que se afastar das pessoas, inclusive da sua própria família, fosse a melhor solução para aplacar a vergonha que ele jamais deveria se envergonhar.

Ele é humano como qualquer outra pessoa e tal qual, suscetível a errar, mas também tendo a oportunidade de reparar, se perdoar para ser perdoado, tentar superar – pois esquecer será impossível de acontecer – e seguir em frente, sabendo que sozinho até seria possível, mas se estiver ao lado de pessoas que o amam e que estão dispostos a dividir o peso, o fardo com toda certeza será mais fácil de ser carregado.

Por outro lado sinto também o meu coração mais leve, uma verdadeira dualidade de sentimentos, mas saber que ele confiou em mim para contar o seu passado – mesmo que um pouco forçado, pela ocasião – me fez perceber que ele tirou um peso de sob seus ombros. E isso é bom, pois martirizar algo que possa nos consumir com toda certeza é a pior decisão que poderíamos tomar, sendo que isso acaba nos tornando uma bomba relógio emocional que uma hora temos a certeza que irá explodir e nos danificar ainda mais, e talvez, ao extremo de não mais poder nos consertar.

– Chega de pensar nisso, Anastásia! O futuro não nos pertence, mas podemos aproveitar o presente e este, farei até mesmo o impossível para Christian saber que sempre poderá confiar em mim e que estarei ao seu lado... Sempre que possível. – Murmuro comigo mesma e levanto-me, pegando o celular e indo para o quarto, onde me deito na cama e disco o número da minha tia.

Borboletinha! – Sorrio por ouvir sua voz animada assim que atende a minha ligação.

– Oi, Tia Ângela! Estou com tanta saudade da Senhora.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora