Proolog

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Amsterdam, Holanda, dezembro de 2019



Pouquíssimas coisas deixavam Rosaleen tão apreensiva quanto estivera naquele dia.

Não era uma situação típica, inclusive esperava nunca mais passar por isso, porque jamais imaginou que chegaria ao ponto de dirigir um carro para socorrer seu chefe após o que parecia ser um AVC.

Dirigia rápido, da melhor forma como conseguia conduzir um carro sem sofrer um acidente, mantendo os olhos fixos na rua e as mãos apertando o volante com bastante força, como se isso fosse fazer seu carro andar ainda mais rápido.

Quando conseguiu estacionar à entrada do OLVG Hospital, pulou do carro gritando por socorro e tudo aconteceu muito rápido: gente correndo, maca, respirador, pessoas falando, sirenes, palavras muito confusas... restou a ela o trabalho burocrático depois que o chefe seguiu para o atendimento de urgência, antes que pudesse seguir o mesmo caminho. Rosaleen preencheu fichas, assinou documentos e fez tudo que precisava para que Jos Verstappen fosse devidamente atendido e salvo do que quer que fosse aquilo que estava acontecendo no momento.

E ligou para os filhos do homem, na esperança que algum deles estivesse em Amsterdam para ir ao hospital, mas também, porque eram os filhos dele e precisavam saber das notícias a respeito da saúde do próprio pai.

Max estava em Mônaco, ficou desesperado, mas não garantia conseguir chegar naquele dia, precisava de um voo e, mesmo tendo um avião, precisava comunicar com antecedência quando precisasse ou quisesse usá-lo, então, procuraria por um no aeroporto para viajar o mais rápido que pudesse. Sophie, a esposa do chefe, não estava em Amsterdam no momento e Rosaleen não conseguiu contato. A única na capital holandesa era Mia, que demorou um pouco a chegar após a ligação recebida.

Os dias em que Jos Verstappen passou internado depois de um AVC – muito forte e que Rosaleen considerava quase improvável de acontecer, afinal ele não tinha nem cinquenta anos – foram de muitas incertezas para os filhos, para a esposa e para os empregados da Rennen Racing. Todos esperavam que o homem sobrevivesse e ficasse bem, pois além de muito jovem e querido, era o dono de uma escuderia que encabeçava as Formulas 2 e 3, e que estava lutando entre as grandes escuderias na Formula 1.

A situação toda tinha atrasado a divulgação do novo piloto da escuderia e do novo carro, os empregados estavam desolados, afinal Jos sempre tinha sido um bom homem e um excelente chefe, não queriam ter que lidar com outro dos chefões do esporte, então só de pensar numa possível venda da escuderia, os empregados ficavam desesperados. Ninguém queria um substituto feito outros donos, não mesmo, muito menos um novo chefe de equipe para as corridas que não fosse como Jos, que era um homem muito bom e tornava o trabalho para a Rennen Racing ser algo prazeroso e não um martírio.

A própria Rosaleen só tinha elogios a fazer a Jos Verstappen, fora contratada diretamente por ele, que viajou até Leeds, onde ela estudava, para conhecê-la e convencê-la a se juntar à equipe, quando ela ainda nem mesmo tinha se formado e mal estava na metade do curso.

Jos acreditou nela e em seu potencial antes mesmo que ela acreditasse que poderia ser o que queria dentro da profissão, o homem sempre lhe deu carta branca e a equipe tinha crescido diante dos olhos de Rosaleen, que acompanhava todas as categorias nas quais competiam e tinha participado da construção da boa imagem que a Rennen Racing possui hoje.

Tornou-se amiga dos filhos de Jos bem no começo de sua carreira na Rennen, a família Verstappen era o que ela conhecia na Holanda, isso quando Max ainda era apenas um pirralho que corria de kart e perambulava pelo QG, em Amsterdam, de olho em tudo e prometendo a todos virar um grande piloto em breve; tornou-se amiga de Mia ainda na época em que ela era piloto na Fórmula 3 e ninguém sabia que ela era filha do dono da equipe de um relacionamento anterior ao casamento.

On The Start LineWhere stories live. Discover now