Zeventien (deel 2)

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Amsterdam, Holanda, sábado, 22 de agosto de 2020

Lewis

— Nunca mais eu vou conseguir olhar na cara da minha vizinha — Rosaleen falou enquanto estavam terminando de se vestir para aproveitar o resto da tarde, e Lewis a olhou sem entender o motivo da fala. — Ela é uma senhorinha bem religiosa. Imagino que não ficou muito feliz ouvindo todos os barulhos que fizemos, Hamilton.

— Fizemos? Foi você quem fez, eu não tenho nada com isso — o piloto respondeu enquanto amarrava os cadarços do sapato e recebeu um empurrão leve com o ombro. — Podemos ir lá nos desculpar...

— Prefiro me mudar e nunca mais passar por aqui.

— Não seja dramática, Rosie — Lewis riu. — E, em todo caso, não fizemos tanto barulho assim.

— Ah, fizemos sim. Eu odiaria ser minha vizinha nesse momento.

— Peça desculpas depois que eu for embora, por enquanto eu prefiro que a gente continue fazendo bastante barulho.

— Essa sua carinha de bobo me enganou durante muito tempo...

— É, eu digo o mesmo — Lewis implicou, ficando de pé. — Mas vamos deixar pra falar disso depois, agora eu quero um passeio de barco e conhecer mais lugares bonitos.

— Folgado — Rosie falou, ficando de pé.

Os dois não demoraram a sair e, para deixar Rosaleen um tanto sem jeito, a vizinha estava na porta de sua casa e olhou torto para o casal. Lewis se limitou a sorrir e abraçou Rosie pelos ombros e os dois entraram no carro de Rosaleen, antes que ela desse partida na direção do centro de Amsterdam, onde poderiam passar pelo Palácio Real e, talvez ir até a Casa de Anne Frank, que Lewis tinha dito que queria conhecer.

Rosaleen deixou o carro em um estacionamento e os dois caminharam de mãos dadas pela Dam Square, que não estava tão cheia, mas havia bastante gente caminhando e fotografando o local. Lewis também tirou algumas fotos, incluindo algumas de Rosaleen, e a observava falar um pouco sobre o local, dispensando a entrada no Palácio, pois "não é lá tão interessante e nem grandes coisas".

Seguiram em um bondinho na estação de Dam até a de Westermarkt, por quatro minutos, até estarem diante de uma estátua de uma menina, que Lewis sabia ser Anne Frank. Caminharam um pouco até chegarem ao local que abrigou a menina judia e sua família durante a Segunda Guerra Mundial, e, atentamente, Lewis ouviu a guia falar sobre a história e apresentar a casa. Era um lugar pequeno, extremamente sufocante e ver de perto, tornava a história da menina algo ainda mais doloroso.

— Vamos comer panquecas e dar uma volta de barco — Rosaleen falou quando saíram da Casa de Anne Frank, e Lewis assentiu.

— O que faremos hoje?

— Voltamos pra casa quando você quiser ir embora e podemos ir jantar em algum lugar legal ou ir pra outra balada. Quer conhecer o Red Light District?

— O que é isso? E por que você deu esse sorrisinho? — Lewis perguntou, suspeitando as intenções de Rosie, que deu uma gargalhada.

— Aqui a prostituição é legalizada, então esse lugar é bem famoso, as pessoas que trabalham com isso meio que se expõem em janelões, chamando os clientes...

— Prefiro não — Lewis respondeu, fazendo Rosie rir. — E as tulipas?

— Melhor época pra vê-las é de março a maio, ano que vem você volta.

— Isso me parece um convite...

— E é. Se não por mim, pela beleza dos jardins mesmo — Rosie falou e Lewis sorriu, abraçando-a pelos ombros de novo, sentindo o vento frio atingi-los.

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