Cap.4: Você me acalma.

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Quando estava quase chegando a minha "humilde" casa, senti um mau pressentimento. Algo me incomodava, por quê? O meu coração dizia algo, mas eu nunca quis dar bola para os negócios do coração, quer dizer, claro que eu não vivo sem ele, porém ele é enganoso. Eu não confio nele...

Eu estava tão bem, porque eu estou me sentido mal?

O meu coração estava acelerado, tão acelerado que tinha medo que alguém ouvisse. Oque está acontecendo comigo? Será que são os efeitos da felicidade?

Um garoto de cabelos loiros lisos vinha ao meu encontro.  Ele vestia um moleton cinza, calções pretos e chinelos avaianos brancos. Às suas mãos estavam nos bolsos dos calções pretos. Ele parecia aflito, mas só percebi depois.

__Abigail. - falou.

Era impressão minha ou o Ernesto estava corado?

__Tudo bom, Renê? - perguntei em um tom preocupante e ofegante.

__N-não. - coçou a nuca.

__Oque aconteceu, Ernesto?

__É...e-eu...

__Fala logo!- meu coração batia tão rápido. Eu estava tentando ganhar fôlego, mas o plano caio por terra.

__Melhor a gente ir para a sua...

__Vamos logo. - o interrompi. Peguei nos seus braços e o arrastei.

Passamos por algumas casas até que finalmente...

__Chegamos! - Exclamei ofegante e com olhos certamente marejados.

Oque aconteceu aqui?

Vários vizinhos estavam em seus quintais tentando entender oque aconteceu. Certamente,eu também tentei entender oque aconteceu.

Tinha um camião de bombeiros e alguns policiais falavam com a Camille. Ela cobria todo o seu corpo com uma coberta e falava para os policiais gaguejando e chorando. Trêmula.

Muita fumaça saía de dentro da casa e a porta principal estava no chão. Uma multidão de pessoas filmavam o momento e os jornalistas, olhando para a câmera, anunciavam oque acontecera em meu abrigo.

Corri até onde a Camille se sentara. A abracei e a garota loira retribuiu o abraço. Alguns segundos depois, desgrudamos uma da outra e então os nossos olhares se encontraram.

__Cami...C-Ca...- gaguejei. O meu coração falhava tantas vezes.

- Meu Deus! - Dobrei os joelhos e apoiei a minha cabeça em seu colo.

Camille apóio a sua mão na minha cabeça e então a mesma molhou-se com às suas lágrimas.

__Vamos deixar vocês a sós. - uma voz desconhecida falou.

__A Sofia está bem? - perguntei, finalmente. - Tenho certeza que foi obra do Miguel não foi? Ele deve ter batido a Sofia. Ela não está morta, pois não? - ergui a minha cabeça, encarando a cara avermelhada da Camille. Ela transpirava tanto.

__Metade disso foi por causa dele. - Sorriu de canto olhando para algum canto. Este foi um sorriso triste e forçado.

__Oque houve?

DOIS DIAS DEPOIS:

Hoje é domingo, e estou me preparando para o meu novo "colégio". Sinceramente, ainda não entendi por quê da mudança repentina. Após o acidente  do Levi aqui em casa, eu estava pensando nessa mudança toda.

__Pai? - chamei.

__Não me chame pai , meu nome é...

__Miguel. - respondi. Ele sempre foi assim, aliás, ele nem sempre foi assim.

Não quis nem me lembrar do porquê ele ter se tornado um homem frio, vazio e cheio de ódio. Só de me lembrar, eu sinto calafrios. Às lágrimas ameaçam cair, e cumprem as ameaças, elas descem. Descem constantemente, e só depois de um longo tempo, elas param.

__ Fala - disse ríspido ainda tomando o seu café , e lendo o jornal de hoje.

__Quem vai pagar esse colégio? Quem decidiu me meter nele? Porque eu sei que você não foi. - franzi o cenho.

__Não te interesa - deu um gole em seu café.

__Mas sou eu quem vai estudar nele. Claro que me interessa, uai.

__Eu nunca meteria uma jumenta em um colégio desses - deixou o seu café em cima da mesa e me encarou. - Pare de encher o meu saco e vai arrumar às suas porcarias. Já compraram o lixo do uniforme , então é só engomar. - o encarei, segurando o máximo possível às lágrimas que ameaçavam descer..

__Oque? - engoli em seco.

__N-nada - gaguejei com a voz falha.

__Então vaza daqui - aumentou o tom de voz.

Saí imediatamente da cozinha para o banheiro. Tranquei à porta, sentei-me ao lado da banheira e me encolhi.

__O mundo é tão vazio que, às vezes é  difícil viver aqui. Eu não amo o mundo, eu não pertenço a ele, então porque o Senhor não me leva contigo? - Limpei às lágrimas que escorriam.

Não entendo! Parece tudo uma loucura. Sabe, por vezes parece que  Deus  me abandonou, porém não é bem assim. Eu sei que ele está comigo para me dar consolo e tudo mais, mas às vezes é difícil confiar. Às coisas ao nosso redor podem criar um buraco enorme em nossas mentes, que será até difícil de preencher. Talvez você não consiga preencher sozinha. Talvez você precise de alguém que te ajude no processo que vai te curar. E mesmo procurando esse alguém em todos os cantos, você nunca encontra. O problema, é que, esse alguém não está nos cantos, ele está sempre bem na sua frente! 

Eu estava com raiva do meu Pai terreno. Claro que eu me retirei, eu não queria surtar, eu não podia surtar. E, mesmo que o fizesse, eu sei que o meu Rei acalmaria a minha mente e o meu coração.

Preferi um tempo a sós com Deus, para que ele aquecesse o meu ser e retirasse de mim toda raiva e todo ódio. Eu odiava tanto o meu Pai, mas com o passar do tempo, um amor profundo pelo meu próximo desenvolveu dentro de mim, até dos que abriram ainda mais às minhas feridas.

Cantei um louvor, da Gabriela Rocha - Estás comigo. É incrível como um único louvor pode me acalmar. Mesmo sem voz, cantar para Deus sempre me confortou.

É tão diferente. Deus.   Simplesmente você...

__Me acalma. - sorri.

Sim, Deus me acalma!



"Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe. "
(Daniel 12:13)


N/A👰🏻❤️
Oie, bolachinhas.
Espero que estejam bem em nome de Jesus.
Nao esqueçam de votar⭐ e comentar💬.

Bjos, e que Deus abençoe!❤️😌

A Noiva Do CordeiroWhere stories live. Discover now