Tristes

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Acordei com uma mensagem no celular. Era de um número desconhecido então fiquei curiosa. Na verdade era um áudio. Cliquei sonolenta e escutei.

- " Eu posso ter aceitado os sentimentos da marinette, mas meu coração não é completamente dela ainda..." - era a voz de Adrian. Da primeira vez que escutei, não quis acreditar. Então escutei 3 vezes. Não acredito que ele aceitou meus sentimentos mesmo não gostando de mim! Por que ele fez isso? Por pena? Esse é o único motivo a se pensar, porque me recuso a cogitar que seja por maldade. O Adrian que conheço não tentaria me magoar... Mas mesmo assim, magoou. Foi tão difícil me rejeitar? Sou tão lamentável assim?
Acho que minhas lágrimas respondem essa pergunta.

- Não chora, Mari! O Adrian pode explicar. Pergunta a ele na escola, esclarece tudo lá. - disse tikki que me observava.

- Será que eu sou tão ruim assim? Mesmo pensando que o garoto que gosto me retribuiu, não passou de... pena. - pausou admirando o celular - E tem alguém que sabe disso e quis me alertar.

- Ou ver o circo pegando fogo. Já tenho minhas suspeitas. - disse tikki irritada.

- Eu não sei, tikki. Mas por hoje vou tentar adiar essa conversa, quero observar o jeito dele. É impossível alguém fingir gostar de outra pessoa, não é? - suspiro e balanço a cabeça enxugando as lágrimas.

Na escola ele estava logo sentado nos degraus da frente. Quando me viu tentei forçar um sorriso. Gosto dele, mas depois daquele áudio me sinto até um pouco triste vendo seu rosto.
Ele chegou mais perto e me abraçou. Pude sentir seu cheiro de Colônia e repousar minha cabeça perto de seu peito. Isso era bom. Logo, se afastou e sorriu simpático. Tentei parecer tão empolgada quanto ele. Afinal, é o nosso primeiro dia como namorados. E para ele, depois do que soube, deve estar sendo um sacrifício. Fingir que gosta de mim só pra não me magoar.

- Bom dia, Princesa! Como foi a noite? - perguntou e eu pisquei os olhos tentando lembrar do que disse.

- Boa... boa.- Falo distante. - E-e a sua?

- Eu tive um sonho e... - pausou pensativo - Por quê está triste? - segurou minha bochecha delicadamente.

- Notícia ruim logo cedo. - digo e avisto allya. - tenho que falar algo com a Allya! - então saí sem esperar sua resposta.

Disse a Allya o que aconteceu ontem e sobre o áudio de a pouco. Ela ferveu de raiva do Adrian no começo, mas depois me incentivou a conversar com ele.
Disse que faria no fim do dia mesmo não querendo. Se for mesmo por pena que estamos juntos, não vou permitir que isso continue. E talvez essa minha vontade de adiar a conversa seja minha vontade de não romper. Como eu sou egoísta!

Por adrian:

- Você e a Mari chegaram juntos, mas ela está meio estranha. O que aconteceu? Rejeitou ela? - Nino perguntou.

- Não. Pelo contrário, agora estamos namorando. - olhávamos na direção delas. - É assim que uma garota deveria ficar depois de começar a namorar? Depressiva? O que eu fiz de errado?

- Você beija muito mal? - perguntou e eu o fuzilei

- Não nos beijamos. - Falo ranzinza. - Bom, Celinho até foi... - Falo sem graça.

- Tinha escovado os dentes, cara? Lábios craquelados?

- NINO! - falo Bravo e ele ri.

- Eu realmente não sei, Mano! Mas tenta animar ela. Pode ser realmente outra coisa mesmo. Tenta dar um beijinho! - soltou um beijo no ar de brincadeira.

- Você não tem jeito! - balanço a cabeça sorrindo.

Por marinette:

Após a aula Adrian insistiu em me levar até em casa. No carro:

- Qual era a má notícia? - perguntou confuso.

- Vou te mandar um áudio, Adrian. - pego meu celular e envio. Em seguida deixo o carro e entro em casa. Em alguns segundos ele já tinha visualizado. - Agora você sabe... - Sussurrei.

Ele ficou a tarde toda me ligando. Resolvi desligar o celular e me concentrar em ajudar meus pais na padaria. Mais tarde Chat Noir me fez uma visitinha. Como sempre, bem fora de hora.

- Então? Como vai? - ele pergunta sentado na beira do murinho da varanda.

- Mal. E você?

- O mesmo. - percebi que me olhou dos pés a cabeça por um instante e corei.

- Olha pra cima! - apontei para meu próprio rosto.

- Oh, perdão! Gostei do pijama! - disse sem graça.

- Sei... - digo desconfiada.

- É sobre o garoto das fotos queimadas?

- Pior que sim. Ele disse que gostava de mim e depois descobri que era apenas pena. Pelo menos a Ladybug nunca fez isso com você, nao é? Brincou com seus sentimento. Te deu falsas esperanças. - ele ficou calado por um tempo. Continuei falando. - quando se gosta de alguém você não tem dúvida. É aquela pessoa e ponto! - suspiro.

- Tem razão, princesa! Tem razão... - depois dessas palavras ficamos aproveitando a companhia um do outro em silêncio até que o anel dele apitou.

Por Adrian:

- Ela está certa! O que estou fazendo é errado. Tenho que terminar com isso. É da Ladybug que eu gosto. Sempre foi e sempre vai ser a Ladybug. - digo para blagg que estapeou a própria testa ao me escutar.

- mas você namora a Ladybug, seu trouxa... - blagg sussurra bem baixinho.

- O quê?

- Nada. Faz o que quiser. Deixa a marinette ser feliz com outro cara e também espera a Ladybug fazer o mesmo porque com você ela não quer mesmo ficar. - e saiu não sabendo o quanto essas palavras tinham me magoado.

No quarto de marinette:

- Meu docinho, por favor! Eles estão sofrendo. Eu quero contar! - blagg implorou.

- Mas a marinette disse que não!

- O Adrian vai terminar com ela amanhã e ela vai ficar um caco igualzinho a ele.

- Isso é ruim! - disse tristonha.

- Muito ruim! E pensa só: como os dois heróis de Paris vão trabalhar direito de coração partido?

- eu não posso fazer isso!

- Só uma ajudinha, amorzinho!

- Tá, cheiro de chulé! Só uma pista. Se eles descobrirem será por eles mesmos. - Então blagg tentou encher tikki de beijos e ela voou para longe. - Sai, gato enjoado!

- Quanto mais você me pisa, mais eu fico gamado. - suspirou e em seguida voou pela janela.

- Eu mereço...

Tentei te esquecer: MiraculousWhere stories live. Discover now