Nikolai
Depois de uma semana nos organizando, conseguimos ir pro primeiro dia na universidade, estou com um pouco de dificuldade com algumas palavras, mas Cadu me ajuda a estudar. Fomos ver o primeiro ultrassom da nossa princesa. Saímos chorando de lá com as imagens. Estudamos e ajudamos na pousada da tia Flávia, já que ela nos "proibiu" de sair de lá até a gente se formar, mas as vezes me sinto um intruso e queria muito ter um lar pra nossa filha.
Dois meses depois...
Eu estava terminando de guardar minhas coisas depois de estudar na mesa da cozinha quando tia Flávia entra animada.
-Quer dar uma volta, quero ir ao shopping.
-Claro! - Falei. - Já vou aproveitar pra comprar uns marca texto e caneta.
Cadu estava atendendo a recepção, lhe dei um beijo ao passar. Tia Flávia foi dirigindo animada.
-Está feliz! - Comentei.
-Não conte a ninguém, mas conheci alguém.
-Ah é, e esse alguém está fazendo seu coração bater mais forte.
-Na verdade eu já o conhecia da época da escola, eu era louca por ele Niko, mas daí ele foi pra fora do país, casou, teve uma filha e eu também me casei.
-Não quis ter filhos?
-Não deu tempo, Caíque era um aventureiro nato, me levou pra altas aventuras, até uma delas dar em um acidente que... Quase perdi minha vida também.
-Sinto muito!
-Estou te contando uma história triste, nem era pra estar te enchendo o saco com isso...
-Não, eu gostaria de ouvir, se não for muito doloroso pra você.
-Não, eu lembro dele com carinho, vou te contar então.
-Estou ouvindo! - Brinquei.
-Caíque me levou pra fazer rapel, estávamos em um grupo de seis pessoas, foi por uma bobagem... Ele escorregou enquanto ria de um colega que estava com dor de barriga, a corda o segurou, mas ele bateu a cabeça e mesmo com o capacete não adiantou nada, acho que realmente era a hora dele.
-Morte cerebral?
-Sim, achomos que ele estava brincando conosco porque ele roncava, depois de alguns minutos vimos que não era brincadeira, começamos a descer o levando pra baixo com todo cuidado, liguei pra emergência pedindo um helicóptero, mas não adiantou nada, a família dele ficou contra mim quando assinei os papéis para doar seus órgãos.
-E por que não queriam doar?
-As pessoas não compreendem a morte, eles acreditam que enquanto o coração está betendo a pessoa está viva, eles me chamam de assassina.
-Mas... Tem razão... As pessoas tem... Não sei o que elas tem, não as compreendo também.
-Acho que é por isso que Cadu tá fazendo psiquiatria, deve ser mais fácil entender os loucos do que os que se dizem certos! - Disse ela rindo.
Depois de andar meio shopping atrás de um vestido pra ela, fomos comer. Tia Flávia seguiu me contando sobre a vida dela.
-Então uns meses depois da morte dele a seguradora me procurou, Caíque tinha feito um seguro de vida pra ele e pra mim, eu não sabia daquilo, mas quando a família dele descobriu tive que fugir pra Florianópolis, porque além de assassina virei ladra, o meu seguro de vida vai pro Cadu caso algo me aconteça, mas vamos falar de outra coisa, já chega de falar de mim.
-Está bem.
-Podíamos ver alguma coisa pra Amira...
-Tia ela já tem mais do que o suficiente, vamos esperar ela ir crescendo pra ver o que precisa.
-Mas Niko as roupinhas são tão fofas e...
-Oi Flávia! - Disse uma mulher vindo a cumprimentar, notei seu desconforto em cumprimentá-la.
-Oi Gio!
-Adivinha, seu irmão me pediu em casamento! - Disse ela estendendo a mão mostrando um anel com um diamante enorme.
-Humm parabéns, que sejam felizes!
-Aí olha ele ali, amor, vem cá, olha quem eu achei! - Abanou ela para o pai de Cadu.
Flávia me olhou e eu pisquei pra ela.
-E você quem é? - Perguntou a tal Gio.
-Nikolai -Falei apertando a mão dela. - Marido dji Cadu.
Flávia sorriu orgulhosa de mim, seu irmão pelo visto não me reconheceu, cumprimentou Flávia com um beijo no rosto e deu "oi" pra mim, Gio o olhou.
-Hamm já temos que ir não é amor...
-Não estava com fome Gio?!
-Não, eu lembrei que tenho uma coisa...
-Não se preocupe Gio eu e meu sobrinho já estávamos de saída, temos que comprar umas roupinhas que faltam pra minha sobrinha neta, vamos Niko?
-Vamox sim, foe um plazer conecê-la Gio.
-Que eu saiba, você não tem mais irmãos além de mim pra ter sobrinhos, Gio ainda não me deu filhos.
-As vezes tenho tanta pena de você maninho, não sabe o que está perdendo!
-Eu não tenho nada a perder, a não ser você gastando dinheiro com um bastardo e... Como dois putos conseguiriam ter um bebê, isso é crime, vou denunciar.
Gio cobriu a boca começando a chorar, eu segurei tia Flávia antes que ela partice pra cima dele.
-Não de a ele esse gostinho tia!-Falei em inglês.
-Acha que não sei falar sua língua, puto, não passa de um puto.
-Obrigado pelo elogio sogro, desejo que seja muito feliz como eu e seu filho somos, e se um dia quiser conhecer sua neta...
-Não tenho filho, não tenho neta, te quero longe da minha irmã e...
-Vamos Niko.
-Toma! - Disse Gio entregando a aliança a ele.
-O que pensa que está fazendo? - Saltou ele.
-Me livrando de um futuro opressor, me livrando de um encosto.
-Não pode me deixar, já gastei...
-Enfie seu dinheiro no cú. - Disse ela se virando pra nós. - Pode me dar uma carona Flávia?
-Claro.
-Vocês não podem fazer isso comigo!
-Posso sim, ainda sou livre.
-Mas e a casa nova e...?
-Enfia tudo no seu cu.
-Posso pelo menos ter direito a uma explicação?
-Claro, imagina se eu chegar a ter filhos com você.
-E daí?
-Quero que meus filhos tenham um pai que não saia do lado deles por suas escolhas, e você não é esse cara, ou você pega uma velha de mente fechada ou nunca mais vai ter uma esposa.
-Está enganada, com dinheiro consiga dez de você!
-Uau, meus parabéns pela compra de suas mulheres, mas eu... Não estou a venda.
Ela lhe deu as costas enfiando o braço no de Flávia.
-Íamos comprar umas roupinhas de bebê, quer ir conosco?
-Claro!
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Quando seus olhos me encontram
RomanceAqueles olhos quando me encontram eu consigo sentir, consigo ver mesmo de olhos fechados que ele me encara, e não entendo por que luto contra isso. . . É como se já nos conhecêssemos de outras vidas. Está história arco-íris conta sobre uma vida pass...