CAPÍTULO I

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Antes do cantar agudo e estridente do galo magro, o velho vaqueiro Zé Cantarino já estava na cocheira, prendendo a sela na égua. Depois de trazer o animal para fora e amarrar a corda no mourão, voltou para dentro de sua casa. Uma luzinha trêmula e alaranjada, de um candeeiro pendurado à parede, clareava parte da cozinha, a outra luz vinha de um pequeno fogão à lenha, do lado de fora. O braseiro brando aquecia a água para o café que o velho vaqueiro preparava, enquanto seu neto, Jubel, garoto mateiro, vestindo seu gibão de couro, perneira e chapéu de vaqueiro, iguais ao do avô, brincava junto às galinhas, com pedras, gravetos e sabugos secos, que na sua imaginação eram vaqueiros e bois, enquanto esperava o velho Cantarino para partirem.

Zé Cantarino retorna à porta, sem a vestimenta do vaqueiro; não é dia de lida, nem de tanger boiada. Na boca um amarelado cigarro de palha reaproveitado da noite anterior, trazendo na mão uma caneca de aço esmaltado, já bastante descascada, na cor branca, com o café que acabara de coar. Zé observa o menino distraído à brincar entretido, corre a vista pelas terras do sertão sob o céu estrelado; uma casinha aqui, outra acolá; escuridãoo, galos a cantar longe, aves à zoar enquanto despertam, ar seco, friozinho manso, mas pelo comecinho do tom do azul mais claro no horizonte, lá longe, depois da serra, Zé Cantarino sabe que será um dia bastante quente.

ㅡ  Vem tomar café, Quebra-Pedra!

Jubel, que brincava, cheio de empolgação levanta a cabeça ao ouvir o som da voz de Cantarino. E ele corre, largando os "bois" para depois, chega junto de onde está o avô, e antes de qualquer coisa, estende a mão...

ㅡ bença, vô?

Zé cumprimenta seu neto com um aperto de mão, e o abençoa, segurando firme em sua mãozinha já com alguns calos e marcas da lida com o gado. Jubel entra para comer alguma coisa, enquanto Zé Cantarino toma seu café e fuma seu cigarro de palha. O menino amassa uma lasquinha de rapadura com a colher sobre a tábua, põe no café e mexe até desmanchar.

ㅡ Tem queijo ali no pote, tem 'quaiada'... põe farinha e come! ㅡ Sujere o velho que de fora observa.

Zé Cantarino espera Jubel terminar de comer, entra, deixa a caneca na mesa. Pega seu alforge, fecha a casa e sai; Jubel mastigando queijo, vai até sua égua e a monta. Zé tambem monta seu cavalo, e os dois partem rumo à fazenda de seu Pedro Grande; patrão de Zé Cantarino.

Quebra-PedraTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang