Jacinto

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ALEXANDER P.O.V

Ainda me lembro de quando meu pai falava sobre filósofos e suas sábias palavras, ou até mesmo de quando ele recitava uma parte de algum livro de ficção ou de romance, mas nunca achei que seriam tão reais. A frase que mais me marcou foi a de Norman Cousins onde ele dizia que A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos. E naquele dia, mais uma parte minha morreu.

Não entendo quem glorifica a imortalidade, o que ela tem de tão especial, afinal? A maior graça da vida é viver uma vida cheia de aventuras para que no final dela, nós estejamos satisfeitos. Viver não significa ter milhões em dinheiro e viajar o mundo, mas sim, aproveitar pequenos momentos. Eu passava horas apreciando os pelos macios de Presidente Miau e aprendendo receitas com Cat e Jace, esses momentos eram simples, porém os mais preciosos para mim e se soubéssemos que podemos perder algo tão valioso em questão de minutos, aproveitariamos mais.

Eu perdi uma parte de mim mesmo quando meus pais morreram e eu demorei pra aceitar conviver com aquela dor, que hoje em dia são lembranças cheias de felicidade. Só que nada me matou mais do que ver o pequeno corpo do Max naquele caixão.

Certo, vamos começar de novo...

Eu e Magnus estávamos felizes pela nossa lua de mel e quando voltamos para casa, nada me deixou mais feliz do que ser recebido pela minha família. Passamos o dia todo juntos na casa da Cat e do Ragnor e quando eu e meu marido chegamos em casa, a primeira coisa que fizemos foi dormir por longas dez horas. Na manhã seguinte, com as forças renovadas, ficamos cuidando dos meus irmãos já que Cat tinha uma reunião importante e Ragnor tinha saído com alguns amigos.

As coisas estavam perfeitas e tranquilas, eu Magnus, Izzy e Clary sentados no sofá enquanto assistíamos Por Lugares Incríveis enquanto Jace e Simon preparavam mais pipoca para nós. Max estava com a sobrinha de Ragnor, a pequena Sophia.

- Alec esqueci de te contar...- Izzy sentou no sofá e me encarou- Enquanto vocês estavam em lua de mel eu fiz um teste pra ser modelo e adivinha?

-Voce passou? -Perguntei já cheio de espectativa.

-SIM - Ela começou a gargalhar e eu pulei em cima dela a abraçando e dizendo vários parabéns.

- Quando você começa? -Perguntei me sentando ao seu lado.

-Mês que vem. -Ela sorriu largo e esse sorriso me fez sorrir também, por que nada me alegrava mais do que ver ela feliz.

Logo os meninos voltaram com a pipoca e voltamos a nossa atenção para o filme, mas não durou muito tempo, pois Sophie desceu as escadas correndo e com os olhinhos molhados.

-O que foi meu amor? -Magnus perguntou baixinho e a puxando para seu colo.

-O... O Max... Ele não tá... -Ela soluçava e Magnus tentava acalma-la, mas quando ela disse o nome no meu irmão, eu rapidamente corri para o segundo andar com Izzy e Jace atrás de mim.

Quando abri a porta do quarto pude ver Max restado no chão com a boca aberta, corri até ele e vi que não respirava. Izzy já tinha ligado para a ambulância e Jace tentava fazer com que o pequeno respirasse de volta. Eu só conseguia pensar que não poderia perder mais uma pessoa importante pra mim, não mais. A ambulância chegou minutos depois e o levaram para o hospital, Magnus pegou o carro e me levou com meus irmãos enquanto Simon e Clary iam na van do menino.

Ao chegar no hospital corremos até o quarto que a recepcionista havia nos dito que ele estaria, cinco passos antes da porta eu vi um médico sair do quarto com uma expressão cansada.

Sweet Angel Where stories live. Discover now