7 - I N T E R C Â M B I O

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Fiquei horas sentada naquele sofá pensando no que faria a seguir, até que decidi caçar já que dos três dias que eu fiquei me alimentei em apenas um. Minha roupas sujas não eram nenhum pouco importante, nenhum humano viria aqui e se viesse eu os sentiria à quilômetros. No entanto não contava com apenas um imprevisto, acabei andando tanto que me deparei com a fronteira do tratado que cortava o rio. Me sentei no chão olhando o rio que passava à minha frente metros abaixo de onde eu estava sentada, a água reproduzia um som relaxante e calmo que me deixava extasiada. Refleti sobre os sentimentos de Isabella, ela se sentia desolada e abandonada por aquele que a cativou de forma tão profunda que a teve por inteiro, até que decidiu destruí-la com aquilo que ela lhe deu com graciosidade: o próprio amor.

Por um momento me lembrei de como minha família era quando eu era menor, não tínhamos distinção, éramos todos iguais. Mas olhando para trás e comparando com a atualidade, somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Vampiros são capazes de amar apenas uma vez na vida, de forma tão intensa que daríamos nossa vida pelo nosso amor sem pensar duas vezes. Cada um da minha família é de um jeito, um mais diverso que o outro mas ao mesmo tempo somos unidos por algo em comum:o amor um pelo outro. E por esse mesmo amor fomos separados, Edward amava a humana, não sei se continua amando tanto, e por isso, mesmo que o destruísse, decidiu ir embora antes que a devorasse com a escuridão que habita em todo ser como nós. Foi uma atitude nobre que feita de forma errada se tornou cruel.

Eu não me sentia abandonada, mas Bella se sentia assim, e realmente estava certa, mas suas emoções me deixaram tão triste por ela que por um momento me coloquei em seu lugar. Cada um de nós foi para um lugar, procurar algo que era de seu interesse ou simplesmente viver um momento de paz com aquele que ama. Seria eu um dia capaz de realizar tal feito? Um dia, quem sabe, eu poderia fazer uma viagem assim com meu amado ou amada? Eu não gosto de dúvidas,  porque todas elas são movidas pela desconfiança em algo e eu não quero desconfiar de nada, nem de mim mesma.

Me levantei quando senti um cheiro ultimamente comum para mim. Dois garotos apareceram à minha frente, eles conversavam até que me viram e decidiram parar. Consegui perceber de longe seus músculos tensos e olhares desconfiados em minha direção. Eu tinha a aparência tão monstruosa ou então um jeito tão cruel fisicamente que me fazia parecer uma aberração?

— Não pense em pular a fronteira sanguessuga.

Franzi o cenho confusa. Ele pensava que eu atravessaria? Porquê?

— Porque eu faria isso? — perguntei sem pensar e acabei ouvindo sua risada sem humor.

— Nunca se sabe quando vocês estão com "fome" e decidem colocar essas presas no pescoço de alguém — o mesmo garoto respondeu seco e rude.

Suspirei triste por perceber que por mais que minha família seja diferente, sempre seríamos julgados pelos outros outros.

— Me desculpe se essa foi a impressão que lhe passei. Mas não é meu objetivo fazer mal à ninguém. Eu só estava pensando um pouco.

Twilight - The beginningOnde as histórias ganham vida. Descobre agora