Capítulo 2

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No sábado eu fui trabalhar com a esperança de que aquele dia seria melhor do que o anterior. Meu carro ainda estava no conserto então eu peguei um uber até a delegacia como vinha fazendo na última semana. Quando desci do carro percebi que Caíque estava saindo do dele, e de novo tinha estacionado na minha vaga, fui até ele já sem paciência.

- Essa vaga e minha, porque você continua colocando seu carro nela?

- A vaga não e sua só porque você coloca o carro nela todo dia. Nem tem seu nome no chão, além disso, não sei por que o drama, você está sem carro que eu sei.

- Não interessa, eu coloco o carro ai desde que entrei aqui há dois anos. Você acabou de chegar, devia ter respeito.

- Se não gosta reclama com o Leandro.

Ele fez sinal de arminha com a mão e saiu sorrindo. Irritado eu o segui, foi quando tropecei na escada e quase fui para o chão, mas em um gesto rápido, Caíque se virou e me pegou com as duas mãos. Por uma fração de segundos nossos olhos se encontraram, e foi ali que a merda aconteceu.

Sabe aquele momento da vida em que você sente que algo diferente nasceu dentro de você? Quando meus olhos viram os do Caíque tão próximos dos meus eu senti algo, e não foi raiva ou nada do tipo, foi desejo. Só que tão rápido quanto veio, o sentimento foi embora, porque ele começou a rir da minha cara.

- Cara, eu devia ter deixado você cair, teria sido engraçado.

-Porque não deixou então?

- Reflexo. Mas quem sabe da próxima.

Fiz cara de deboche e continuei andando.

- Não vai me agradecer?

- Não vejo porque, você está rindo de mim, e obvio que queria que eu tivesse caído.

Entramos na delegacia e eu fui direto para o vestiário, ele chegou logo depois e começou a se trocar do meu lado, precisei desviar o olho quando ele retirou a roupa sem nenhum pudor e deixou todo o corpo a mostra. E que corpo meu Deus. Concentrei-me em colocar meu uniforme e quando terminei fui direto para a recepção, precisava falar com Angelica, e lá estava ela, com um pequeno espelho na mão olhando seu reflexo, como se não tivesse nada mais para fazer.

- Olha como o dinheiro dos contribuintes são gastos, você não tem trabalho?

- Me deixa to aproveitando que o Leandro foi comprar café. Você chegou agora?

- Sim. Meu carro está no conserto devido ao acidente de ontem com o motoqueiro.

- Ficou muito caro para arrumar?

- O seguro cobriu. Escuta, preciso te contar uma coisa. Mas tem que guardar segredo.

- Você me fala como se eu saísse espalhando seus segredos pela delegacia.

- Engraçadinha, aconteceu uma coisa estranha hoje comigo e com o Caíque.

Contei em poucas palavras o que aconteceu e ela entrou em êxtase, como se eu tivesse acabado de contar os números da mega para ela.

- Eu sabia, sabia que ele e Gay. Todo homofóbico é.

- Calma ai maluca, ele não e Gay, ta louca. Ontem eu o vi ele falando com a namorada no telefone. E foi só uma troca de olhares.

- E dai? Pra quem assiste tantos filmes românticos você está se mostrando uma Gay muito desligada, você sabe que e por uma troca de olhares que a maioria dos amores acontece. Já pensou? Vocês dois juntos, casando de farda?

- Meu Deus garota, você e muito fanfiqueira, para de se fazer de doida.

- Vai dizer que você não ficou mexido? Que não imaginou ele te puxando e te beijando ali mesmo no meio das escadas?

Eu Odeio Te AmarWhere stories live. Discover now