[8] As cores da escola merecem ser valorizadas e homenageadas

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#ReginaGeorgeJaponesa

Tzuyu teve a sorte do primeiro período ser livre de aulas, caso contrário, provavelmente teria ligado para mãe implorando para ela vir a buscá-la.

Vagava tediosamente pelo pátio, chutando as poucas pedrinhas que encontrava. Era a única ali, e o sentimento de estar sozinha a deixava profundamente aliviada. Ser coberta de tinta intencionalmente não era algo que os alunos costumavam deixar passar batido, seria alvo fácil de piadinhas e risadas.

Todos os dias da semana – exceto quarta – um período era separado para as atividades extracurriculares da escola, os clubes. Existiam muitos e eram variados, qualquer aluno poderia montar seu próprio clube e ocupar uma das salas do Lions desde que fosse aprovado pelo Grêmio Estudantil e apresentasse um formulário com a assinatura de no mínimo outras cinco pessoas que participariam deste clube.

Música, dança, literatura, teatro, vôlei, luta, tinha até um para os nerds estranhos se fantasiarem e jogarem RPG de mesa!

E mesmo com essa lista gigantesca, Tzuyu não se inscreveu em nenhum este ano, o que significa que era uma das três pessoas que optaram por ficar no tédio durante este período.

Foi frustrante não ter conseguido se identificar com nenhum clube, nem mesmo o clube F.A.M.CC (Ficar À Toa Mas Com Companhia) não lhe chamou atenção.

Geralmente costumava ir para a quadra, que era dividida pelo clube do vôlei e o clube de sinuca, sentava em uma das arquibancadas e assistia com diversão os dois jogos. Além de que os todos os atletas iam para o campo treinar, o que significa passe livre de gente idiota ao extremo por perto. Mas hoje, obviamente, não podia se dar o luxo de ficar na presença de qualquer outra pessoa que não seja suas amigas desajustadas e Nayeon.

Suas amigas. Elas ficaram mais putas do que ela própria. As quatro passaram a tarde anterior em sua casa e Dahyun e Nayeon ficavam contando detalhes sobre o plano "Matar Sana Sem Deixar Rastros", Tzuyu sabia que era impossível porque Nayeon amava aquela idiota e, bom, era um assassinato, mas isso não impediu de a tirar boas risadas.

Por falar em Sana, tinha algo de errado com ela. Tzuyu soube assim que, momentos antes, foi abordada pela japonesa no estacionamento. Aquela história do beijo era típico Minatozaki fazê-la tomar a iniciativa, mas não era típico Minatozaki aquele olhar tenso em seu rosto, mesmo que ela tentasse disfarçar.

Seus pensamentos foram dispersados com o sinal que indicava o fim do primeiro período soando por toda a escola. Tzuyu não tinha certeza se queria entrar na sala de aula.

E se...

Yenling provavelmente a mataria depois, mas a decisão já foi tomada. Pegou o celular só para escrever uma rápida mensagem no grupo das amigas dizendo que iria matar aula e não precisar de companhia, foi praticamente correndo até as escadas que davam ao terraço, tentando evitar dar de cara com qualquer monitor ou aluno pelos corredores.

Abriu a porta e respirou fundo o ar lá de cima e franziu o cenho ao ver Minatozaki Sana sentada no chão encostada na parede, abraçando as próprias pernas e olhando fixamente para o horizonte.

Fechou a porta com cuidado e a trancou, indo até a japonesa e sentando em silêncio ao seu lado. Sana a encarou por poucos segundos antes de voltar a olhar para frente.

— A perfeita Chou Tzuyu, com um desempenho escolar perfeito, agora mata aula por conta própria? — a voz dela saiu amargurada e cheia de sarcasmo, ainda que soasse também abatida.

— Não quero encarar as consequências do que você fez comigo. — franziu o cenho. — E meu desempenho escolar é horrível, cara.

Sana riu fraco, assentindo.

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde as histórias ganham vida. Descobre agora