[31] A adrenalina da piscina que fez o amarelo virar verde

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#ReginaGeorgeJaponesa

— E ela ficou brava comigo, acreditam?!

Sua indignação foi tanta que Nayeon e Jeongyeon ergueram os olhos dos tomates que picavam sobre a tábua no balcão da cozinha.

Já era um novo dia, onze da manhã e boa parte de seus colegas de classe ainda estavam dormindo preguiçosamente nos quartos de cima após ficarem a tarde anterior inteira na cachoeira e os poucos que acordaram se ocuparam com as outras tarefas diárias após Yuta ordenar. Tzuyu estava disposta o suficiente e decidiu ajudar as amigas com o almoço, tendo aproveitado o dia passado preguiçosamente com Sana.

— Eu também fiquei brava, não gostei. — terminou seu desabafo sobre o ciúmes da Minatozaki, o que fez Jeongyeon soltar uma risadinha e Nayeon largar a faca para lhe dirigir sua total atenção do outro lado do balcão.

— Mas você não disse que ficou com ciúmes do tananan? — Nayeon perguntou ceticamente.

Foi difícil contar todo o acontecimento tendo que censurar os nomes dos envolvidos, afinal, ainda estavam na cozinha e qualquer um podia chegar a qualquer momento ou apenas ouvir no caminho para o banheiro. Infelizmente, aquela foi a única oportunidade que Tzuyu achou para conversar com as únicas de seu lado que sabiam sobre ela e Sana.

— Sim, só que eu nem falei nada porque eu sei que eles são só amigos, e olha que tinha motivos maiores pra fazer uma briga sobre isso! Eles tiveram um rolo no passado, obviamente eu fiquei super insegura e mesmo assim não falei nada.

Nayeon e Jeongyeon trocaram olhares significativos e Tzuyu bufou ao perceber que elas estavam fazendo aquela coisa de conversar telepaticamente. Logo, pareceram chegar em um acordo, porque Nayeon voltou a assumir a tarefa de picar os inúmeros tomates - era difícil cozinhar para mais de vinte pessoas - e Jeongyeon limpou as mãos no pano de prato em seu ombro.

— Ciúmes faz parte de um relacionamento e é saudável, para de drama. — Tzuyu ficou instantaneamente confusa e Nayeon olhou exasperada para Jeongyeon. — O quê?! Eu fiz o que você pediu!

— Eu pedi pra você explicar com calma pra criança!

— Criança? — Tzuyu repetiu, mas foi facilmente ignorada.

— Seus olhos claramente diziam "seja direta porque vai doer de uma vez só"!

— Meus olhos claramente diziam "seja gentil"! — Nayeon respirou fundo para se acalmar e olhou para uma Tzuyu confusa de pé do outro lado do balcão, exibindo um sorriso carinhoso. — Tzu, meu amor, o que essa idiota quis dizer é que ciúmes é uma coisa natural, é normal sentir ciúmes de quem a gente gosta. Sana não fez nada de errado em sentir ciúmes e você também não, todo mundo tem o direito de se sentir incomodado com qualquer coisa, o problema é se manifestar sobre isso ou não. Talvez essa sua raiva seja por outro motivo?

Oh. Não tinha parado para pensar por essa perspectiva. Talvez realmente estivesse brava por outro motivo, mas por qual? Lembrava de ter ficado bastante aborrecida quando Sana disse que era sua, assim como ela era dela, porque em sua opinião não era bem assim. Sana não era sua, ela sempre colocaria sua reputação invejável acima do que as duas tinham, desse novo começo.

Sua cara de realização frustrada deve ter sido óbvia, porque Nayeon murmurou uma aprovação e voltou a trabalhar em sua tarefa, satisfeita com seu conselho tendo resultados.

Então era isso, ficou mais irritada com Sana se achar no direito de sentir ciúmes do que de fato ela ter ficado com ciúmes de Momo. Até porque, não tinham nada, Sana sequer olhava para ela em público.

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde as histórias ganham vida. Descobre agora