XIII

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O bolo realmente estava uma delícia, tanto quanto a calda, macio e saboroso. Izuna já estava indo para a terceira fatia quando o interrogatório começou. Não sabia se amava ou morria de vergonha da indiscrição de sua mãe, mas até que ajudava de vez em quando.

- Então você está de licença? O que houve?

Tobirama ergueu a cabeça olhando para a mulher. Ela tinha exatamente os mesmos olhos curiosos de Izuna, com exceção de que os dele possuíam um brilho mais chamativo.

- Acidente no trabalho.

Ela balançou a cabeça, e os três encararam o Senju esperando pelo relato. Três pares de olhos negros cintilando para ele.

- Eu estava em uma perseguição na semana passada e meu carro despencou de um barranco. Não tive ferimentos graves, mas aparentemente minha cabeça sofreu alguns danos. Recentemente me envolvi em outra operação e comecei a sentir algumas pontadas, fiz o exame e constou coágulo, então me deram licença.

- Seu carro caiu de um barranco? - A senhora Uchiha perguntou de olhos arregalados, enquanto Izuna só sabia olhar para sua cabeça como se fosse nascer um chifre dela.

Tobirama não gostava muito de ter tanta atenção sobre si ou seus problemas. Costumava perder a noção quando seu sangue subia para a cabeça e só se dava conta das consequências depois. Havia uma linha tênue entre o Tobirama tranquilo que faz um bolo e come com a família de seu inquilino e o Tobirama de cabeça quente que segue o instinto. Esperava que eles nunca tivessem que ver aquele lado seu, especialmente Izuna.

- Pois é - Tobirama respondeu pegando outra fatia.

- Eu sei uns remédios caseiros muito bons pra dor de cabeça, enjoou... - De repente ela se virou para Izuna com olhar acusador. - Eu te ensinei a fazer, você fez pra ele?

Izuna engoliu em seco. Na verdade não, só o incentivou a passarem uma madrugada inteira comendo pizza até seu estômago doer.

- Eu ia fazer hoje.

Tobirama riu negando com a cabeça.

- Não é preciso, obrigado. Eu já tô fazendo medicação.

- Como você é ingrato, menino! - Ela repreendeu Izuna com olhos finos, parecia que o ômega iria rastejar para baixo da mesa e cavar um ninho no chão. - O moço aqui te ajudando e você não faz um chá de boldo pra ele?

Tajima franziu a testa. Uma vida de chás e ele já estava amarelo. Madara era outro viciado em chá de ervas e batidas, sorte sua que Izuna não nasceu com aquele dom de apreciar a medicina natural ou só tomariam chá naquela casa. Se bem que depois que Izuna partiu, ele nunca mais soube o que era uma Coca Cola.

- Eu... eu sinto muito.

- É bom sentir mesmo! - Depois ela virou para Tobirama com olhar inquisidor. - Então, meu filho, vou fazer uma batida bem forte pra você. Vai ajudar muito. Antigamente, quando nossos ancestrais não tinham acesso à tecnologia dos medicamentos, eles se tratavam com o que a natureza dava. Hoje em dia, nós esquecemos isso e até tratamos os caseiros como algo do passado, mas eles são importantes...

Tobirama olhou para ela e Izuna tinha um sorriso torto nos lábios, enquanto Tajima tinha uma expressão de quem já havia escutado aquilo mil vezes.

- Imagine o alívio que foi para os primeiros ômegas quando o chá de ambrosia foi criado? Sem ele, nossos ômegas ainda teriam muita dificuldade para lidar com o ciclo.

Tobirama balançou a cabeça e ela continuou falando e falando, enquanto Tajima dizia é verdade, e Izuna achava graça, roubando mais bolo. Bem que ele dizia que sua mãe era a tia do chá.

It's Okay (TobiIzu)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن