Estou confuso e preocupado

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Luffy estava deitado quase inerte em sua cama. Ao seu lado estava o celular, aberto nas últimas mensagens trocadas com o moreno, ao qual uma música era tocada e chegava aos seus ouvidos por meio do fone. Mesmo com o volume no máximo, quase sendo ensurdecedor, Luffy não ouvia uma palavra sequer que era proferida, tampouco a melodia emitida. Em um gesto completamente atípico ao seu habitual ele estava imerso em pensamentos enquanto lutava com seus próprios sentimentos confusos que assolavam sua mente e seu coração.

Seu cenho se franziu ao entrar na casa que estava particularmente ansioso para conhecer, o cheiro marcante do lupino Beta se tornou ainda mais forte e evidente para si, no entanto não pôde apreciá-lo, pois agora sua atenção estava voltada ao comportamento estranho do outro à sua frente. Law havia se mantido calado quase a viagem de volta inteira e somente o respondia com frases curtas e soltas. O olhar estava distante e vazio e parecia sobressaltado à todo instante; vez ou outra, por mais que via o esforço para tentar disfarçar, deixava escapar uma expressão de dor e angústia.

- Quer que eu feche a porta pra você, Tral? - Perguntou ao vê-lo entrar no quarto sem lhe dirigir o olhar, como se não percebesse nada ao redor, quase como se estivesse em outra realidade.

- Eu agradeceria. - Luffy conhecia Law o suficiente para saber, mesmo que fosse a sua primeira vez na casa dele, que ele se preocuparia ao menos em trancá-la, ou em guardar suas coisas da mochila - que ele havia esquecido no carro.

Luffy reconhecia que algo de estranho havia acontecido com ele e que havia o afetado muito, todavia ele não parecia propício a falar naquele momento então apenas decidiu dar um tempo e espaço a ele, falaria do assunto depois.

O mais novo se aproximou e depositou um leve selar sobre os lábios do mesmo, vendo-o sorrir levemente antes de pegar da cômoda aquele mesmo colar que vira outro dia e encaminhar-se ao banheiro.

Seu peito doía e sentia aquela ausência machucá-lo por dentro ao passo que a conexão se tornou mais intrínseca e enraizada em seu ser. Tudo estava um bagunça, era como se soubesse o que acontecia embora nada houvesse sido apresentado-lhe, tudo apenas parecia confuso demais. Um misto de sentimentos agitados se apossava de si, no entanto um deles parecia prevalecer e queria se sobressair, era um sentimento que Luffy não gostava de ter e não se sentia familiarizado, como algo à parte aos seus sentimentos verdadeiros, parecendo pertencer à outra pessoa, não a si, ele percebia isso e notava a diferença. Esse era o primeiro desafio que estava enfrentando: lidar com um sentimento não pertencente para entender os seus reais, que pareciam feras enjauladas prontas para causar um enorme estrago quando liberadas.

Ainda assim a única coisa que transparência por fora era nada. Enquanto por dentro mantinha-se imerso sob águas geladas e agitadas em meio à uma tormenta de sentimentos, por fora era como se estivesse preso em um estado de torpor; seus olhos se mantinham distantes, seu rosto inexpressivo e sua boca quase não emitia som. Toda a concentração de sua energia estava voltada para seu interior, mas seus pensamentos finalmente o levaram à uma resolução, afinal sabia que algo não estava certo, e estavam o guiando para uma direção onde sabia o que tinha que fazer; estava insatisfeito com aquilo tudo e sua feição tornava a ser expressiva, demonstrando todo seu desagrado. Ele já sabia o que faria.

- Eu tô falando com você, Luffy! - A voz de Ace interrompeu o estado de inércia do garoto, puxando o fone do mesmo que suspirou se sentando sobre a cama. - A Nami me mandou uma mensagem dizendo que ela e seus amigos já estão te esperando na casa do Sanji.

- Tá, vou me trocar. - Sem qualquer resquício de animação em sua fala ou em seu rosto o garoto se levantou, indo até o guarda-roupa.

Ace acompanhou o menor se trocar, vestindo um casaco grande e grosso com listras vermelhas e branca, e olhar para o celular sobre a cama mais uma vez, como se houvesse acabado de decidir algo, antes de desligá-lo e sair de encontro aos amigos.

O lupino da floresta proibidaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora