Você ainda tem que saber que te amo

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Luffy sempre foi bom em realizar multitarefas simultaneamente, e ainda que houvesse uma tempestade com estrondosas trovoadas inundando sua mente, tinha plena ciência em quê deveria focar sua atenção no momento.

Com o coração comprimido o moreno correu até as duas únicas silhuetas presentes naquele frio em meio a noite que surgia.

- Tral! E-ele... - Seu olhar caiu sobre o corpo do moreno desacordado que era amparado pelos braços do castanho que Luffy sequer lembrava o nome. - O que aconteceu... Po-Por que esse s-sangue!? O Tral, ele...? - As mãos trêmulas se aproximam da face alheia, percebendo, para o aumento de seu desespero, que pela primeira vez a pele que tocava estava fria. - O que está acontecendo com o Tral!?

- Aconteceram muitas coisas, Luffy, mas não há tempo para explicar agora. - A voz séria preocupou ainda mais o menor, fazendo-o levantar suas grandes orbes ao castanho, que desviou o olhar, quase como se estivesse envergonhado. - Precisamos cuidar dele enquanto ainda há tempo.

Sem precisar que mais nada fosse dito, Luffy o guiou de volta até sua casa, deparando-se com seus irmãos que saíam preocupados pela porta, o bombardeando de sermões assim que o notaram se aproximar.

- Luffy! Por Deus! Eu disse que você não deveria sair! - Obviamente o grito do mais novo os assustou, e se afligiram ainda mais ao verem o quarto vazio e a janela aberta. Ver que Luffy não estava longe era aliviante, contudo, não podiam deixar de passar o esporro. - O que pensa que está fazendo!?

- Seu maluco, como se soltou?! Está querendo atentar contra a própria vida!? Eu vou te dar uns bons cascudos até você aprender a se cuidar direito!

Luffy, no entanto, sequer deu ouvido a qualquer um dos dois, estava preocupado com o estado do lupino desacordado. Rapidamente tratou de se desvencilhar dos braços dos irmãos para chamar o castanho para dentro.

- Com licença. - O timbre distinto do recém chegado atraiu a atenção dos irmãos para si, assustando-os com o estado de suas presenças.

- Mas que porra é essa!? - Ace exasperou de olhos arregalados ao ver as duas pessoas que adentravam a residência, e como estava o único que reconhecia. - Mas que caralho está acontecendo aqui?! Esse é o Law!? E Quem é você?!

- Eu sou o Drake. E não posso explicar no momento.

- Merda. - Sabo levou as mãos aos fios dourados tentando conter o próprio surto, observando desesperado se haviam mais pessoas na rua que pudesse terem os vistos, fechando e trancando a porta logo em seguida. - Ceús! Eu só quero que esse dia acabe logo. - O loiro murmurou fechando os olhos com força, desejando mais que tudo que aquele dia não passasse de um pesadelo. Porém os sons de surpresa dos outros presentes não muito longe da estrada o fez voltar à realidade.

Luffy acompanhou Drake até que eles depositasse o corpo tatuado encoberto de sangue no sofá da sala, ignorando o susto dos demais, ou a aparente discussão que acontecia sobre ele, o que aconteceu ou o que se seguiria.

Seus olhos negros cintilaram com as lágrimas que surgiam em seu canal lacrimal preenchedo toda a orbe, embaçando levemente sua visão. Mordendo o lábio inferior com força para conter o soluço, segurou uma das mãos que pendia do móvel entre as suas, levando-a a seus lábios numa tentativa de aquecê-la no frieza não atípica.

Um nó se formava em sua garganta ao ver as feridas enormes por todo o corpo, manchando e causando deformações nos símbolos pintados na epiderme, e o tórax quase imóvel pela respiração fraca. Apertou ainda mais a mão tatuada, como se temesse perdê-lo se o soltasse.

- Eu não posso ser condizente com isso. - Smoker disse entredentes, mais irritado que o usual por já não ter seus charutos - que mantinham sua sanidade - consigo. - Preciso saber o que aconteceu e o que o levou a ficar nesse estado.

O lupino da floresta proibidaWhere stories live. Discover now