Capítulo 25

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Antes de tudo, talvez devêssemos começar a rebobinar tudo, principalmente porque Park Jimin simplesmente não estava conseguindo acreditar em tudo o que havia acontecendo e, pior, ainda estava acontecendo. Não lembrava muito bem como foram parar ali, sentadinhos no sofá, com um Jungkook soluçando sem parar e causando um tremendo pânico de morrer engasgado. Porque, sim, o ruivo estava com um puta medo dele engolir a própria língua no meio daqueles soluços violentos.

Caramba, o garoto estava com o corpo curvado para frente e puxava o ar com força, não calava a boca e simplesmente não dizia nada que fizesse sentido. Só falava e falava, teve até uma hora que começou a falar sobre sorvetes de flocos e napolitanos. Depois um copo, um provador, churrasco no espetinho e terminou com um “eu não quero que ninguém pegue a minha comida”. Jimin devia ser um ponto de interrogação ambulante, porque não foi preciso mais do que uma encarada cabulosamente em choque nos olhos de Jeon para que esse entendesse.

E olha que isso era novidade, porque ele quase nunca entendia nada. Um milagre que acontece de três em três séculos.

— Não, espera… Volta, me explica tudo, não entendi nada. — certo, precisavam começar do começo, não é? Mas pra isso o ruivo tinha que entender as coisas. E a única coisa que compreendia ali era: soluços, sorvete e, agora, Taehyung. Porque, claro, ele tinha que estar envolvido.

Jungkook coçou o nariz e ajeitou-se no sofá, olhando de forma séria para si. Jimin até deve dó porque seus olhinhos grandes estavam inchadinhos e a boquinha rosadinha toda inchada. Céus, que coisa mais fofa, parecia um coala. Aquilo derreteu Park na hora, que o fez sorrir como um bobão que era. Mesmo que tivesse tudo sido tão rápido quanto um furacão, estava feliz. Muito feliz mesmo.

Sentia falta dele, de tentar entender as coisinhas que se passavam naquela mente conturbada ou então dos carinhos totalmente sem tato que ele com certeza não sabia dar, mas fazia um belo esforço e isso já era o suficiente. Porque com o tempo Jimin também foi criando a capacidade de compreendê-lo melhor, entendê-lo e mostrá-lo que o mesmo não era tão ilegível assim. E quando o ruivo notava que, uau, Jungkook não é mais tão irreconhecível, um sentimento tão bom explodia em seu peito. Porque gostava de ser aquela pessoazinha especial para Jeon, aquele que o fazia aprender não só sobre sentimentos, como a si mesmo.

Porque verdade seja dita, o garoto mal se conhecia realmente e com a entrada do ruivo como um vulcão nervoso em sua vida, embaralhou tudo, todas as pecinhas. Mas não foi ruim, de longe. Fora bom, porque com tanto balanço e tantos “do avesso”, aos poucos entendia mais sobre si, e não apenas isso, como também aquelas questões que todos os seres humanos passavam e compreendia que, não importava como, as pessoas estavam sempre em constante evolução e ele não era diferente. Existem coisas que todos precisam viver e a sua vivência evolutiva era Park Jimin.

Mas não significava que era simples, porque Jungkook estava sempre mais perdido que cego em tiroteio quando envolvia aquele ruivo de sorriso bonito e os seus sentimentos loucos. Entretanto, se voltasse há meia hora atrás, Jeon poderia dizer que foi a primeira vez que compreendeu tão bem sobre a Química dos corpos e, melhor, sobre as coisas que um livro de Ciências não era capaz de explicar. 

Apenas há trinta minutos, quando ainda estava se declarando utilizando comida, no meio do corredor, com o corpo encharcado pela chuva e um pijaminha ridículo azul. Porque não seria Jungkook se não surpreendesse a todo mundo, principalmente se for a um Jimin em choque.

Meia hora atrás, quando chorava no corredor…

— Minha mãe… — soluçou. — Falou que eu… — soluçou de novo. — Eu não deveria deixar ninguém… — fungou. — Ter uma amostra do sorvete.

Fullgás • Jjk + Pjm / jikookWhere stories live. Discover now