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Hellouise Neri.


A confusão na minha cabeça ultrapassava toda a minha linha de raciocínio. Era como se quanto mais eu tentasse entender, mais eu me perdia.

— Espero que estejam bem acomodadas. — o homem diz cinicamente. — Meu nome é Enrico e eu farei pessoalmente o interrogatório.

— O pateta. — minha irmã sorri.

Enrico direciona seu olhar para ela e sorri também com deboche.

—Ora, se não é a loira que não é burra e que teve a ousadia de me passar perna. — coloca a mão no queixo pensativo. — Ou seria burra demais ao se meter comigo?!

— Você se acha muito fodão e não é nem a metade.

Tento me mexer querendo a atenção de Elisa em mim. Ela provocar o cara que ela deve não vai ajudar ninguém. Minha irmã não tira seus olhos de Enrico, ele por sua vez, demonstra muita confiança e poder da situação.

— Não perca meu tempo procurando palavras para me insultar, sabe o motivo de estar aqui e é só me contar o que quero e resolvido. — diz e pega uma prancheta na mesa. — Elisa e Hellouise Neri. Gêmeas idênticas. Nomes bonitos para duas ladras. Aliás, eu nem sabia que você tinha uma irmã até ontem.

— Elisa, fala logo para ele. — peço.

O homem olha para mim no mesmo momento.

— Vamos, Elisa! Sua irmã que pediu. — se aproxima de onde estou e passa a mão nos meus cabelos. — Ou terei que perguntar a ela?

Um frio passa pela minha barriga quando a mão dele segura minha nuca fazendo pressão. Fecho os olhos tentando controlar minha vontade pedir para que ele desculpasse a minha irmã e que nos deixasse ir. Eu farei tudo diferente, tentarei mudar nossas desavenças e viver ao lado dela como uma família. Como nunca deveríamos ter deixado. Apesar de Elisa ter afastado a mim dela, eu não tentei nem ao menos me aproximar e me deixei levar pela raiva.

— Eu não tenho nada para falar para você. — Elisa profere irritada. — Você e seus homens não passam de foras da lei que merecem a morte pelo mal que distribuem.

— Não sou diferente de você, ladra mirim.

O homem solta minha nuca e se afasta indo até a mesa, presto atenção em cada um dos seus movimentos. Ele pega uma barra de madeira grossa, sua mão grande alisa e averigua o objeto com animação.

— Não tem ideia do que eu queria fazer com você quando soube que me roubou. Porém, vamos devagar, estou disposto a te poupar de certas dores. Isso se me ajudar. — pisca para ela. — Farei uma pergunta e a cada vez que me negar a verdade, levará uma leve punição.

Arregalo os olhos quando ele atinge a coxa esquerda de Elisa e a mesma grita alto pela dor.

— Onde está o pen-drive? — pergunta sério.

— Vai pro inferno.

— Resposta errada.

Mais uma vez, ele desfere em sua outra coxa. De onde estou consigo ver as marcas que se formam no local, minha irmã chora. Meus olhos já estão ardidos e descem lágrimas a vontade.

— Mais uma vez, onde está o caralho do pen-drive?

— Enfiado no seu rabo! — mais uma pancada.

— Senhor… — o chamo sem olhar diretamente para ele.

— Cala a boca, Hellouise! — minha irmã grita.

Condenada Pelo Mafioso - Série Acorrentadas (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now