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Enrico Rizzi

A palavra que mais me define é o ódio.
Aprendi desde cedo que o ódio é a arma mais letal existente e fui ensinado que deveria deixa-la sempre por perto. Não consegui nada de bandeja, tudo em minha vida tinha um preço e,por isso, percebi que,de fato, o ódio era meu aliado.

Mortes.
Sangue.
Gritos.
Humilhações.
Tortura.

Coisas que assustam qualquer  pessoa sã,no entanto, não me fazem sentir nada. Até diria que me fazem bem quando realmente merecem sua punição. Fui criado para isso e eu honro com meu dever.

Bato na mesa com força, irritado.

Não posso acreditar que estou sendo passado para trás por duas garotas de rosto igual. Duas crianças de maternal fazendo baderna em meus negócios.

Há seis meses atrás, pude reunir provas suficientes para acusar Maxwell Reddiger de traição. Um homem muito influente dentro da organização, um capo respeitado. O tempo me mostrou sua verdadeira face.

Sua ambição me deixava sempre em alerta,durante anos estive de olho em seus posicionamentos e descobertas,todavia, não passava pela minha cabeça que o filho da puta queria o meu lugar. Queria a minha cadeira.

Ele foi responsável por diversos desvios de cargas, mantimentos e dinheiro dentro do meu território. Além de inúmeras mortes dos meus aliados, seguindo sua própria crença de que ele ultrapassaria o poder dos Rizzi e seu poder se expandiria para fora da Itália.

Eu poderia apenas exterminar a escória, se não fosse tão engajado e admirado pelo Conselho. Precisava de argumentos e eu os tinha. Até uma adolescente desgraçada passar por minha segurança e a roubar de minhas mãos. A amaldiçoei eternamente e mesmo hoje, não entendo como uma mulherzinha qualquer passou pelas barreiras de segurança que minha empresa possui.

Minha raiva só aumentou depois que a encontrei juntamente com sua cópia e passei horas torturando por respostas, ela não abriu a boca. Nem mesmo sua irmã que assistiu parte da cena não cedeu, apenas chorava.
Eu precisava daquele pen-drive e eu faria meu máximo para tirar Maxwell Reddiger do meu caminho.

No entanto, aqueles olhos!
A dor que vi neles me cegou por um momento. Não pude continuar. E para minha surpresa fiz pela primeira vez um ato de misericórdia acabando com o sofrimento de Elisa. Começar a torturar a gêmea era meu plano e foi por água abaixo já que aquilo não resolveria dado a sua reação com a situação da irmã.

Maldita! Hellouise! Hellouise Neri! Sua beleza natural me tirou o foco e isso é quase imperdoável. Apesar de Elisa ser sua cópia fiel, as diferenças eram perceptíveis. Os cabelos negros e longos de Hellouise, sua boca rosada desenhada suavemente por mãos de anjo e seu corpo pequeno e magro me fizeram imaginar cenas interessantes. Não que isso mudasse algo,ela era só mais uma boceta.

E mesmo assim, me intrigava.
A única mulher que não gritou e nem implorou por misericórdia em toda minha maldita vida. Que não pediu por menos do que merecia, ela simplesmente aceitou o que eu quisesse lhe dar. Nem depois da morte de sua irmã, sua postura não se abalou.

Contudo,ela terá tempo para pensar se quer o mesmo destino da irmã, e quando eu voltar, não serei mole outra vez.

— O que te fez parar, Enrico? — Franco pergunta sentando na cadeira a minha frente. — Você nunca para até conseguir suas respostas.

— Não enche e me deixe pensar.

Massageio as têmporas.

— A Elisa que roubou o pen-drive e já que você a matou, precisamos conseguir de outra maneira. Será que ela contou a irmã?

Condenada Pelo Mafioso - Série Acorrentadas (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now