1. who is she?

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- primeiro capítulo, 1994 -

quem é ela?

NO CANTO DO CÓMODO se encontrava Sirius Black, o assassino louco e temido por todos parecia impaciente com a falta de fala de Harry. Procurava alguma reação no afilhado mas nem mesmo uma única mudança de expressão era vista no rosto do garoto.

Foram 12 anos em Azkaban, mais de uma década.

Harry James Potter observava cada movimento que os presentes executavam. Remus Lupin, o professor de DCAT, também se encontrava junto a Sirius, mas o recente descoberto lobisomem tinha expressões mais calmas e serenas, como se estivesse concentrado unicamente em manter a calma. Remus e Sirius, juntamente com uma mulher de cabelos castanhos cujo nome era desconhecido, seguravam Peter Pettigrew com nojo e repulsa, e, no chão, estava Severus Snape, desacordado.

Peter Pettigrew tinha acabado de implorar por piedade depois da história da morte dos Potter ter sido contada, piedade essa que lhe fora dada por Harry que preferiu o entregar aos dementadores do que o deixar morrer.

Pettigrew era um homem com uma aparência medonha. As suas vestes estavam gastas e era baixo e gordo. Era loiro e estava constantemente a fazer gestos semelhantes aos de um rato.

Lupin tinha cabelos loiros acastanhados e era um homem esguio e alto, tinha cicatrizes pelo rosto, resultado da doença que o assombrava todas as luas cheias, a licantropia. Começou a dar aulas nesse mesmo ano em hogwarts, Defesa Contra a Arte das Trevas.

Black parecia tão acabado, ou mais, que o rato. Os seus cabelos negros estavam embaraçados e tinha um mínimo sorriso no rosto ao olhar para a careta que a jovem a seu lado fazia para tentar evitar gargalhar ao segurar em Pettigrew.

Entre Lupin e o Black, estava uma mulher que apenas havia sido vista em cartazes juntamente com Sirius, tudo o que sabiam sobre a misteriosa mulher que observava a cena com um sorriso divertido era o seu nome, e quem ela matara.

Os cabelos cor de chocolate lhe caíam sobre os ombros e, apesar de embaralhados, tinham um ar majestoso. Tinha cicatrizes mínimas no rosto que lhe foram transferidas por Sirius, resultado de quando ficavam entediados em demasia e se juntavam na cela partilhada para lutar de forma amigável. O que mais chamava a atenção na mulher era a cor dos seus olhos. A corvina tinha um condição rara que lhe fazia ter um olho de cada cor - verde e azul.

— Mas ela ainda é uma assassina! Sirius Black pode não ser, mas ela é! — Hermione, que já havia lido sobre a mulher, exclamou, quebrando o silêncio que se acumulara no quarto.

Yasmin Castle era, juntamente com Sirius Black, a pessoa mais procurada em todo o mundo bruxo no momento. Conhecida por matar o seu irmão gémeo e a sua irmã mais nova, Lee e Miranda Castle, Yasmin fora mandada para Azkaban no mesmo dia que o Black, apenas umas horas antes, e, assim como ele, também não teve julgamento.

— Ah por Merlin, você acabou de descobrir que o assassino de doze trouxas e de Peter Pettigrew, o suposto traidor dos Potter, é inocente e ainda está desconfiando de mim! Six, quer fazer o favor de contar a essas crianças que eu não sou uma assassina?! — Yasmin resmungou e todos viraram os seus rostos para o animago que sorriu maldosamente antes de começar a falar.

Ah, Castle é, sem dúvida, uma assassina perigosa, a maior assassina de todos os tempos! Certa vez, em Azkaban, acabou me espetando um garfo na mão depois de ter dito que cães são melhores que gatos. — Sirius gargalhou forte e ruidosamente ao ver a expressão amedrontada dos três adolescentes, do lobisomem e do rato, e a expressão aborrecida de Yasmin que cruzara os braços.

— Eu não sou uma assassina! — ela falou, e fez um som que provavelmente seria confundido com um miado de frustração caso estivesse na sua forma animaga.

— Está bem, não é uma assassina. Só incrivelmente chata e insuportável. — o Black bufou ao contradizer o que tinha dito momentos antes. Ela lhe bateu na nuca. — Yas foi, assim como eu, presa injustamente.

Os presentes olharam de Yasmin para Sirius e, para confirmar as incertezas de todos, a Castle assentiu com a cabeça num gesto de aprovação.

— N-não, ela é uma as-assassina! — Pettigrew gaguejou pela primeira vez desde que a prisioneira se apresentou. Os seus olhos arregalaram quando a corvina se ía atirar para cima dele, felizmente - infelizmente - foi impedida.

— Não me compare a você, seu filho de uma pu...

— Crianças! Crianças na sala! — Lupin interrompeu a Castle ao reparar que ela ía começar a xingar o rato. A corvina, que já não tinha a saúde mental estável graças a Azkaban e aos seus dementadores, estava a ficar cada vez mais impaciente e irritada ao ver que três pirralhos, como ela se referiu ao trio mais cedo, não acreditavam na sua palavra.

— Que se foda as crianças, até parece que não dizem pior. — Black resmungou.

— Adiante — prosseguiu. —, eu não sou a porra de uma assassina como você, Pettigrew. Eu não me deixei levar pelos encantos da merda do seu Lord assim como você ou Will. E foi por causa dessa merda que o meu irmão e a minha irmãzinha estão mortos! — ela bateu com os pés no soalho de madeira gasta da Casa dos Gritos. — Se você volta a me chamar de assassina eu juro que dou motivos para me levarem para Azkaban por assassinato e pelo menos desta vez vão ter o cadáver de um rato medroso para provar. — a corvina apontou para o peito dele, e falou num tom de voz surpreendentemente calmo que assustou todos, em especial Sirius que sabia que a companheira não estava a fazer ameaças para o nada.

Harry, que interrompeu um momento de tensão entre Pettigrew e Castle, fez a pergunta que todos queriam saber.

— Como sei que você fala a verdade? Você pode ser uma assassina maluca! — o olhar raivoso da corvina o fez estremecer e perceber que não havia escolhido as melhores palavras.

— O que o Harry quer dizer é: que provas temos de que você não é o que dizem por aí? — Lupin tentou amenizar a situação do garoto e pareceu que funcionou ao ver a fugitiva ficar menos tensa.

Ele confiava nela, Sirius fizera com que isso fosse verdade. Não a conhecia, mas, apenas por ver a relação de ambos, sabia que não era possível que Sirius não acreditasse nela, e que, por consequente, ela fosse uma assassina.

Sirius e Yasmin trocarem olhares cúmplices e, sorrindo de modo travesso, começaram a contar tudo.

Tudo começou em '81, a 31 de outubro de 1981.

𝐒𝐓𝐔𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, sirius blackWhere stories live. Discover now